Capítulo 5 - Don't waste your time

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Any Gabrielly

Acordei sentindo alguém se mexer do meu lado. Abri os olhos e vi Matteo se virando para o lado de Noah. Ele tinha dormido ali. E estava me abraçando pela cintura. Quando foi que isso tudo aconteceu? Provavelmente eu cai no sono junto a Matteo e ele deve ter feito o mesmo, mas isso explica a mão na cintura. Tentei levantar, mas suas mãos puxaram tanto a mim quanto a Matteo para mais perto. Eu não sabia o que fazer. Não era como se isso estivesse me incomodando, pelo contrário. Eu estava gostando da sensação, era como se ele estivesse nos protegendo. Sorri de canto vendo os dois dormindo, acho que é a cena mais terna que eu já vi.
Matteo se virou mais uma vez, agora com mais dificuldade já que praticamente não existia nenhum espaço entre Noah , ele e eu. Ouvi o pequeno resmungar alguma coisa e percebi que ele estava acordando. Tirei com cuidado a mão do Noah da minha cintura e dei espaço para que Matteo se mexesse.
- Bom dia, tia Any. - disse coçando os olhos.
- Bom dia, Matteo. - ele olhou para o pai - Acho que ele ainda vai dormir mais. - falei fixando os olhos em Noah.
- Estou com fome.
- Bom, se você me mostrar onde ficam as comidas, eu posso preparar seu café.
- Vem! - o pequeno pulou do sofá e puxou a minha mão para que eu fosse junto - Tem tudo na geladeira.
- E você come tudo o que está aqui?
- Não. A tia Cami faz o papai comprar frutas, mas eu não gosto. - fez uma careta - Gosto de comer leite com pão.
- Você não gosta de frutas? Sério? - perguntei já planejando uma maneira para que ele comesse.
- Não. É ruim. - mais uma careta.
- Acho que diz isso porque não conhece a minha super salada de frutas. - dei ênfase no super.
- Super salada de frutas? O que ela tem de especial?
- Ela é feita com muito amor e carinho. - dei um beijo na sua bochecha - Vou fazer pra você ver como ela é boa. - peguei algumas frutas da geladeira, acho que Noah não iria se importar - Vem cá. - coloquei Matteo em uma das banquetas para que ele ficasse da altura da bancada - Você vai me ajudar a fazer.
- Eba, eba! - a expressão em seu rosto mudou. Eu era ótima em despertar curiosidade em crianças. Cortei algumas frutas e dei as mais macias para que ele fizesse o mesmo. Logo já estava colocando as mesmas em potinhos para tomarmos café.
- E ai? Gostou da minha super salada de frutas?
- Gostei. - colocou mais uma colher na boca - Quero mais. - me deu o pote.
- Certeza que você não gosta de frutas? - ele assentiu com a cabeça.
- O meu pai precisa comer também.
- Eu preciso comer o que? - Noah apareceu bagunçando o cabelo e me olhou de cima a baixo. Droga. Eu tinha esquecido totalmente que estava usando só o moletom que ele tinha me emprestado.
- A super salada de frutas da tia Any. - o pequeno respondeu o pai.
- O que? Você está comendo frutas? Você está com febre? Isso é um milagre? - Noah colocou a mão na testa de Matteo e uma gargalhada gostosa da criança pode ser ouvida.
- Desculpa sair mexendo na sua geladeira, mas ele estava com fome e eu vi essas frutas sobrando. - falei tímida.
- Não tem problema. Agora eu quero saber como é que você conseguiu o fazer comer frutas. Tento isso desde que os dentes dele começaram a nascer e Cami sempre traz várias pra ele, mas nunca conseguimos que ele aceitasse numa boa.
- Acho que vocês estavam fazendo da maneira errada. Não que eu esteja tentando ensinar vocês a criar Matteo, mas ele não funciona desse jeito. Alias, todas as crianças funcionam melhor quando são estimuladas.
- Você vai ser uma ótima mãe. - ele disse se sentando e pegando um dos potinhos com frutas.
- Eu espero que sim. - sorri e entreguei um potinho a Matteo.
- Quem diria que eu veria essa cena: o tampinha comendo salada de frutas numa boa sem reclamar. Você causou uma revolução Any Gabrielly.
- Mas não é só de frutas que alguém para em pé assim que acho bom vocês dois comerem essas torradas ai também. - falei apontando o cento da mesa.
- Sim senhora! - Matteo e Noah falaram em conjunto me fazendo rir.
- Você podia dormir aqui mais vezes, tia Any.
- Acho que a namorada do seu pai não gostaria disso. - falei e Noah concordou - Só dormi aqui por causa da chuva, pequeno, isso não vai acontecer de novo.
- Mas podia. - ele repetiu.
- Acho que você está acostumando ele muito mal, Any. - Noah me acusou.
- Você é que acostuma ele mal. Eu não faço nada. - falei me defendendo.
- Você mima ele um monte que eu sei, não negue.
- E você faz tudo o que ele pede também, assim que a culpa não é só minha. - sim, estávamos discutindo sobre Matteo - Além disso, você é o pai e eu sou só a professora.
- Ok, você venceu. Eu mimo ele. - sorri vitoriosa e ouvi meu celular tocar - Foi bom ter a companhia de vocês, mas já está na hora de eu ir embora. - falei depois de atender a ligação.
- Era seu namorado? - Matteo perguntou curioso.
- Não. Era minha amiga. Combinei de sair com ela hoje e ela vai passar aqui me buscar. - olhei para meu próprio corpo - Bom, eu vou trocar de roupa. - sorri fraco e fui em direção ao banheiro. Voltei já arrumada e com o moletom de Noah na mão.
- Posso falar com você antes de ir embora? - sinalizou que seria longe de Matteo.
- Claro. - respondi
- Ei, campeão, porque você não vai ligando a TV lá no quarto do papai pra ver desenho? Eu já vou. - falou para o filho.
- Tchau tia Any. - Matteo me abraçou - Até depois de amanhã.
- Tchau. - dei um beijo em sua bochecha e ele saiu.
- O que queria falar?
- Só queria te agradecer pela companhia. - falou meio envergonhado - Esse seu jeito de ser consegue alegrar a vida de qualquer pessoa.
- Fico feliz de estar te fazendo bem. Acho que todos deveriam fazer isso com todos, sei que não é bem assim. - eu também estava envergonhada. Logo que ele agradeceu me lembrei dos braços dele rodeando a minha cintura quando acordei. Ele nem deve ter se tocado disso - Sabe que se precisar pode me chamar.
- Obrigada Moany. - era a primeira vez que ele me chamava assim - Posso te dar um abraço?
- Claro. - em poucos segundos senti os braços dele rodeando minha cintura novamente e minhas mãos envolverem seu corpo. Foi como se vários impulsos elétricos estivessem sendo distribuídos pelo meu corpo. Uma sensação completamente diferente de tudo. Com a nossa proximidade pude inalar um pouco do perfume dele o que me fez estremecer um pouco, mas logo nos separamos do abraço e voltei ao meu estado normal - Obrigada por me deixar te conhecer melhor.
- Poucas pessoas têm essa oportunidade depois do que aconteceu.
- Eu sei. Você tem muito medo de perder as pessoas e por isso se fechou tanto. Mas sei que tem muita gente que gosta de você e espera que essa fase passe. Eu só estou te ajudando porque sei que essas pessoas merecem você por completo e não só alguém que sobrevive.
- Você diz isso pela Camila. - assenti - Não sei como você consegue entender tão bem meus sentimentos se nem eu os entendo.
- Já disse, tenho uma empatia muito pelas pessoas. - mal ele sabia que quem estava começando a ficar com os sentimentos confusos era eu - Bom, eu vou indo. Tchau.
- Tchau. - nos despedimos com um beijo na bochecha.

The One - Adaptação Noany. [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora