Touch Me.

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Peguei o celular temporário e horroroso que Johanna havia me arrumado enquanto o meu não era devolvido. Disquei o número de Noah sentindo-me meio que uma criminosa, espantei esse pensamento pois Noah não significava nada mais que um amigo e Bailey como o homem grandinho que era, poderia compreender isso.

- Alô. - A voz de Noah era de partir o coração, arrastada, dolorosa.

- É a Joalin. Só queria saber se está tudo bem. - Fiz um questionamento estúpido, mas o que mais poderia dizer?

- Oh sim, minha lata tá um lixo e minhas costas quebradas, tirando isso ok.

Imaginei-o revirando os olhos, eu já decorara alguns de seus movimentos.

- Vem aqui Jojo. - Ele ressoou depois de alguns segundos de um silêncio estranho.

- Aí onde? - Pestanejei.

- No Taj Mahal. Na minha casa oras. - Sua voz agora tinha um quê de divertimento.

- Passa o endereço por mensagem.

- Certo. Até mais. - Despediu-se.

Dois minutos depois de desligarmos, meu celular bipou. Uau, Belgrave Square, um bairro nobre claro. Sei que teria problemas com Bailey por isso, mas me sentia tão mal por Noah, Bailey sofreu pequenas escoriações somente, deixando meu amigo idiota quebrado, uma visita não era nada demais. Chegar na casa de Noah de mãos vazias não me agradava, então tive uma idéia. Encaminhei-me até a cozinha, procurando alguma coisa cozinhável por entre os armários. Por sorte ainda havia material suficiente para cupcakes, no máximo seis, mas já estava de bom tamanho.

Enquanto misturava os ingredientes, pensei na minha vida nesse curto período de tempo. Eu tinha Richard, achava que gostava dele, no entanto ele vacilou e dizer que sofri seria exagero, senti um pouco, esse era o certo. Josh apareceu, mas só lhe dei uma chance por despeito, porém, ele me fez esquecer os últimos mínimos resquícios de Rich quase de imediato, o que só constatou os meus poucos sentimentos pelo garoto. Mas então veio Bailey, provando-me que tudo que senti até hoje não se comparavam ao tornado que era ele, nem lembrava mais de Rich, Josh ou qualquer outro anterior. Minha mente guardava seu rosto em detalhes, seus gestos, o som do seu riso, o jeito como ele segurava a ponte do nariz quando estava irritado, o jeito como me tocava e beijava, as pontas dos dedos queimando caminhos em minha pele. Os últimos pensamentos me fizeram viajar distante demais, quando dei por mim, estava derramando leite na mesa.

- Droga. - Rosnei comigo mesma.

Limpei aquela bagunça, dando graças por não ter perdido o ponto da massa, chacoalhei a cabeça me pondo de volta à realidade. Untei as forminhas despejando a massa com cuidado, só renderam cinco cupcakes, desejei mentalmente que Noah não fosse do tipo comilão. Na geladeira quase vazia só haviam geléia de framboesa e uma garrafa de chantilly pela metade, teria que servir. Depois de assados, os deixei esfriando e fui até meu quarto pegar um casaco. Aproveitei para retocar a maquiagem, depois de satisfeita, catei alguns trocados para o táxi embaixo do abajur.

Recheei os bolinhos, ajeitando-os para então cobrí-los com uma espiral de chantilly. Guardei-os em uma vasilha e dentro da minha mochila em seguida.

A seis quarteirões de casa havia um ponto de táxi. Uma caminhada curta, nada que desanimasse. O carro de Bailey não estava na entrada de casa, nesse horário ele ainda se encontrava no trabalho. Minha vontade de vê-lo não cessava, pelo contrário, mais forte ela se tornava, reprimi a vontade de ligar antes que ele pudesse pensar que era um carrapato. Caminhei a passos rápidos, enxergando ao longe a fileira de carros pretos.

Peguei o primeiro disponível, achando agradável o ar quente do mesmo. O carro tinha cheiro de limpeza e menta.

- Belgrave Square, B310 por favor. - Anunciei ao taxista.

𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞  ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Where stories live. Discover now