Capítulo I - Como ele descobriu o nome dela

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Capítulo I

Como ele descobriu o nome dela

Dia 0

— Puta que pariu – Scorpius levantou-se da sua cadeira, atrás da mesa – Se você não é capaz de conseguir uma simples informação como essa, Smith, talvez esse não seja o lugar para você.

Ele encarou a garota, o olhar cinza cortando-a como se fossem verdadeiras estacas de gelo. Ela, que já era pequena, tornou-se quase uma criança, tentando se afundar mais e mais no acolchoado da cadeira.

— Me desculpe, senhor Malfoy.

— Só trabalha duro nisso, Smith. Você se candidatou pra esse estágio, tem de entender que o que fazemos aqui tem de ser levado a sério. É pesado, mas você já sabia que seria. Se não quiser continuar, pede pra sair, não fica fazendo corpo mole. – Scorpius entregou a pasta do caso para ela.

O loiro voltou a olhar para os papeis diante de si, dando a entender que o assunto com ela estava encerrado. Ela levantou timidamente da cadeira em que estava sentada, saindo do escritório dele e fechando a porta atrás de si.

Os colegas de estágio a encaravam esperando qual seria sua reação. As broncas de Malfoy eram conhecidas como serem as últimas antes da pessoa ser convidada a se retirar da promotoria – ou dela própria pedir a resignação. Acabou por sorrir:

— Hoje ele está de bom humor. Me deu mais uma chance – vitoriosa, abanou a pasta como se fosse um troféu.

Todos suspiraram aliviados, embora aquela não fosse a melhor definição de bom humor na perspectiva deles. Mas, tratando-se do Sr. Malfoy e especialmente do comportamento não muito comprometido que a colega tinha apresentado na última semana em decorrência da semana de provas, aquele era o bom humor dele.

A questão era, realmente, ganhar o caso. Montar um caso contra a principal suspeita, sem nenhuma testemunha, sem nenhum material genético e, principalmente com a advogada de defesa dela sendo quem era... Era praticamente impossível.

A garota começou então a repassar o caso em voz alta, na esperança de que alguns dos companheiros acabasse por ajuda-la.

— Henry Carlisle, 32 anos, engenheiro químico. Morto na madrugada do dia 27 de setembro. Três facadas, duas no tórax e uma no membro superior direito. Principal suspeita, Norah Carlisle, 27 anos, sua esposa. Bem, ex-exposa. – a garota miúda, Lizzie, anunciou – O problema? Como montar um caso contra uma pessoa que parece e age e aparentemente é um anjo? Sem nenhuma evidência concreta, apenas circunstancial?

— Simples, vocês não fazem isso – a advogada da suspeita adentrou o cômodo, assustando todos os presentes – Norah Carlisle é inocente e vocês não podem provar o contrário.

Todos ficaram emudecidos diante da presença da mulher. Eles não a conheciam pessoalmente, embora seu nome pudesse ser citado em vários casos – em várias vitórias.

— Sr. Malfoy está? – ela disse, já encaminhando-se para onde sabia ser a sala do rapaz.

— Ora, ora – ele disse, abrindo sua porta e saindo para a grande sala comum do local antes que ela pudesse alcançar o cômodo – Seria um prazer, a menos que não seja. Hermione Granger, a que devo a honra?

— Como se você já não soubesse. A secretária ligou avisando que o arquivo sobre a testemunha de acusação está pronto, e eu já estava pela região – ela abanou a mão, se auto convidando a sentar em uma poltrona. – Hermione Granger-Weasley, a propósito, e já faz um bom tempo, algo como antes de você sequer nascer.

(500) Days of RoseDonde viven las historias. Descúbrelo ahora