Bridget Orlyns
Eu não confiava totalmente naquele olhar cinzento incrédulo, porém o meu ego falou mais alto antes que pudesse recusar a proposta de pisá-lo em relação a aquele assunto.
Já estávamos nos direcionando a uma loja com o nome de "Devil May Cry". Pela aparência, eu podia chutar de certeza que o dono era ele.
- Esse lugar é seu? - Disse debochada enquanto entrava na sala principal do lugar, passando os dedos nos móveis como se estivesse procurando resquícios de sujeira.
- É sim - o mesmo andou até chegar a escrivaninha no meio do vão. Lá ele tirou o sobretudo vermelho ficando com o torso musculoso despido na minha frente. Aquilo me deixou completamente envergonhada.2
- Dá pra você colocar esse negócio de volta?? - Olhei para o lado com a mão no rosto, tentando desvencilhar daquela imagem. Não que eu esteja admirando aquele abdômen bem feito... Estruturado... Diabos, o que estou pensando?
- Não me diga que está com vergonha, pimentinha? - ouvi o barulho de seus passos pesados se aproximando de mim.
- Coloca o sobretudo de volta!!! - quanto mais eu pedia, menos ele ouvia. Senti a minha mão ser agarrada pela dele, me forçando a olhar a cara idiota que possuía.
- Vá me dizer que nunca viu um homem sem camisa? - o sorriso malicioso e costumeiro não saía do rosto e observava, principalmente, minhas bochechas vermelhas.
- Q-que eu saiba, nós estamos aqui pra tratar daquela missão que você queria tanto a minha ajuda! - mudei de assunto, e seu riso facial se desfez numa expressão de tédio, me soltando e pondo o sobretudo novamente.
- Sobre isso... - se afastou indo até a escrivaninha e pegando um rolo de papel. Jogou para mim rapidamente e, na mesma velocidade, o peguei e abri, percebendo que era um jornal de uma cidade vizinha. - Esse é o lugar onde está acontecendo uns ataques de demônios recentemente - escutava-o explicar enquanto lia a primeira página da manchete - E esse tipo de demônio, pimentinha, é de grande porte, ou seja, é pouco provável de eu sozinho matar.
- Então... Quer que eu ajude a matar esse demônio... - percorri os olhos até ele concluindo seu raciocínio.
- Que menina esperta. Estou orgulhoso, pimentinha. - riu ironicamente.
- Repita isso de novo e eu desisto.
- Tá bem, tá bem. Esquece o que eu disse. - ele disse calmamente sarcástico, algo irritante para minha pessoa. - Você tem tudo que precisa no seu apartamento?
Ele me pegou de surpresa ao finalizar essa frase. Lembrei das armas que havia roubado, além do fato de não saber usá-las totalmente bem. Era uma coisa ou outra: Seria levar as armas e arriscar minha vida na sorte ou deixá-las guardadas e usar meu bom e velho revólver? Não tinha escolha, a mais significativa das opções era a primeira.
- Tenho sim. - respondi rispidamente já perto da porta para sair - Vou buscá-las agora mesmo.
De súbito, minha nuca se arrepiou. Uma respiração quente e tênue havia a atingido e eu sabia de quem era.
- Estarei esperando... Pimentinha ~
Corei mais do que nunca e saí da loja o mais ligeiro possível. Ele sempre aproveita a chance de me provocar com essas atitudes pervertidas e é isso que eu mais detesto em Dante, principalmente depois daquele sonho indesejado. Seu jeito tarado e irônico me consumia de raiva, mas agora a oportunidade de acabar com isso chegou de braços abertos e eu não iria desperdiçá-la.
Entrei no apartamento escancarando a porta, procurando as armas e colocando a mais leve das três na mochila.Dante
Eu estava completamente satisfeito comigo mesmo. Faria metade de minhas dívidas desaparecer como num passo de mágica.
- Minha mente é brilhante. - sentei-me na cadeira atrás da escrivaninha pondo os pés por cima da mesma e os braços atrás de minha cabeça.
Nessa mesma hora, escutei um barulho de motocicleta parando ali em frente. Eu já sabia quem era.
Lady entrou andando do jeito rebelde e esnobe de sempre, com o rosto sorridente de forma sarcástica.- Olá, Dante. - disse em tom risonho. Pelo visto, algo a deixou anormalmente bem humorada.
- Fala logo o que aconteceu pra você está com essa cara idiota. - continuava sorrindo, porque também estava de bom humor.
- Encontrei uma aprendiz. E acredite, eu e ela seremos melhor que você sozinho. E além disso... Terei mais uma pessoa pra comprar roupas e deixar dívidas. - deu uma piscadela.
- Saiba que também tenho novidades, minha cara. - levantei da cadeira apoiando as mãos na mesa - Vou me livrar de parte de suas dívidas em um estalar de dedos.
- Duvido muito. Não acho que você ganhe dinheiro o suficiente para pagar o tanto de dinheiro que deixei para você pagar. Bem, era só essa pequena e boa notícia. - virou-se para a porta, saiu acenando e subindo na moto. Sua silhueta foi desaparecendo pela janela na minha visão.
- Mulheres... Nunca vou entendê-las. E... - olhei para mim mesmo - preciso urgentemente de um banho. - me dirigi ao banheiro não muito longe dali.
Bridget Orlyns
Estava andando de volta para a Devil May Cry bem alerta. Caso ele tentasse algo de novo, eu estaria preparada e o faria manter uma distância de mil pés de mim. Abri a porta observando o patamar atentamente.
- É, ele não está aqui. - pus a mochila em cima de um sofá próximo a parede da janela. Olhava curiosa ao redor. Não entendia o que tinha na cabeça de me interessar em um lugar quase sem nada.
- Chegou rápido. - a voz masculina mais que eu mais desgostava surgiu saindo de uma porta meio desgastada.
- Trouxe a ar-... - olhei de soslaio para Dante. Ele enxugava os cabelos brancos com uma toalha branca. Estava todo molhado e ainda por cima sem nada da cintura para cima de novo. Podia deduzir que esteve tomando banho. Volvi a corar como anteriormente.
- Quanto tempo pretende passar me admirando? - pôs a toalha de lado - se quiser ficar me olhando sem camisa por um bom tempo, sugiro que...
- OKAY! CHEGA! EU JÁ ENTENDI, OKAY? - Dei as costas para o mesmo fechando os olhos com força - Pervertido...
- Olha quem fala. Eu nem sequer terminei e você já imaginou coisas... A pervertida da história aqui é você, pimentinha.
- Cala a boca!!! - tentei um soco impulsivo nele, porém ele segurou meu punho como na última vez no bar, repentindo a mesma atitude.
- Eu bem que poderia te beijar agora, só pra te ver da cor de um morango.
- Não ouse!!!! - me debatia em vão. Ele era mais forte que eu.
- Vou testar... - seu rosto foi se aproximando cada vez mais do meu.
Continuou essa aproximação até finalmente sua boca tocar a minha e se selar nela em um beijo. Conseguiu o que queria. Fiquei com as têmporas vermelhas por completo.
Dante
A sensação dos lábios dela era a de dar selinhos em marshmallows e ao mesmo tempo estar com uma pedra quente na boca. Percebi que minha língua já estava enroscada na dela, dançando em movimentos programados por mim, e lentamente me levei pelo gosto saboroso. Era viciante e tentador o bastante para eu ficar daquele jeito por alguns longos minutos, até eu soltá-la e ela me dá um tapa certeiro na cara.2
- VOCÊ É IDIOTA OU O QUÊ??? - vociferou ofegante. Realmente se sentia mais zangada do que qualquer outra vez.
- Desculpe... - pus os dedos na bochecha meio irritada por causa da tapa - Mas você realmente me viciou com esse beijo... Quem diria que você tem dom pra isso, pimentinha.
- NÃO FALE COMIGO COM TANTA INTIMIDADE! - eu conseguia ver suas veias pularem da lateral de sua testa devido a raiva - NÃO QUERO QUE DIRIJA UMA PALAVRA A MIM ENQUANTO NÃO FORMOS A AQUELA MISSÃO! - pegou a mochila jogada no sofá e saiu estressada.
Não que eu estivesse incomodado... Talvez um pouco, contudo, com certeza, Bridget Orlyns era interessante demais para deixar ir assim, sem mais nem menos.
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My Devil Boy - Devil May Cry
RomanceBridget é uma garota tipicamente normal e trabalha com investigações, principalmente casos anormais, os quais são causados por demônios da cidade do Limbo. Em uma de suas investigações, ela se depara com as causas dos casos de anomalia e quase é mor...