》16 - Pesadelos

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Dante corria pela cidade a fim de alcançar a delegacia, deixando vários cadáveres de demônios para trás. Não poderia a pessoa que ele amava estar morta, e se isso fosse verdade, não saberia o que fazer. Ao chegar no local, arrombou a porta já quebrada e entrou, vendo que ali só tinham algumas pessoas, escondidas e com armas na mão.

- Mas o quê... Aconteceu aqui? - indagou o mestiço, esperando uma resposta. No começo, o silêncio reinou, até que um homem jovem de barba se aproximou um pouco olhando para ele.

- C-criaturas horrendas atacaram a gente... Do nada, esse prédio cresceu no meio da cidade e saíram e-essas coisas monstruosas devorando pessoas... - Dava para ver que o mesmo estava tremia da cabeça aos pés e na fala, era perceptível seu suor frio nas têmporas - Nos escondemos aqui, já que tem armazenamento de armas para n-nos defendermos...

- Entendo... Por acaso, teria uma garota chamada Bridget Orlyns com vocês? - terminando a frase, as pessoas dali perguntaram umas as outras sobre Bridget, chegando a conclusão de que não tinha ninguém ali. - Droga... - entrando em estado de pânico, e ao mesmo tempo raiva, Dante saiu da delegacia destruída a passos rápidos.

- H-hey! A-aonde vai? É perigoso sair com esses monstros por aí! - gritou o homem de antes para o de cabelos brancos, que apenas virou a cabeça de leve olhando para o nada.

- Acredite em mim, já acabei com essa porra uma vez... Posso muito bem acabar de novo. - acabando a conversa, o híbrido saiu correndo em direção ao prédio cilíndrico. - Você vai me pagar caro por isso, Vergil! Foi para isso que você voltou, seu merda??

Chegando na abertura, parou e ficou observando aquela construção. Lembrava muito bem que foi lá que encontrou um nome para loja, achava que tinha perdido um irmão - ainda que tivesse uma richa com ele - e ganhado algumas armas novas que havia escanteado. Agora, ver aquilo ali de novo lhe trazia repúdio.

- Vou garantir que você não apareça mais aqui de novo. - ignorando os pensamentos, adentrou o edifício cilíndrico esperando ser atacado.

Tudo estava quieto demais, até que viu pedaços de pedra no salão principal se mechendo. Sacou as armas e ficou apontando para as mesmas, se aproximando devagar e retirando algumas com os pés. Para sua péssima surpresa, Trish se encontrava ali, com sangue escorrendo pela testa e boca.

- Ugh!! Ugh... Dante? - a loira olhou para o mesmo meio tonta, porém arregalou os olhos quando ele encostou o cano da arma em sua cabeça - O que pensa que está fazendo??

- Não se finja de idiota, Trish! Soube que você voltou a trabalhar com demônios! - a raiva de Trish não era porque ela havia enganado Lady e ele, e sim porque ela tinha sido o motivo do sumiço de Bridget. - Adivinha? Te flagraram na outra cidade falando com gárgulas de sangue e arachnes! Que tal me contar sobre o "Grande triunfo" antes que eu mate você aqui e agora?!?

- Tsc... Você acha mesmo que se eu estivesse trabalhando com eles, eu estaria aqui nesse estado, seu imbecil?? - a mulher conseguiu sair das pedras e ficou de pé, vendo que a expressão de Dante já tinha mudado.

- Mas ainda sim. Tenho certeza que foi você que estava na outra cidade. Não é qualquer uma que é loira e se envolve com demônios, entende? - um pouco mais calmo, guardou Ebony e Ivory e cruzou os braços sem tirar os olhos de Trish. - Estou esperando uma explicação plausível.

- Lembra de quando eu tinha ido resolver um caso de demônio nessa mesma cidade? - enquanto se alongava, o Cabelo Grisalho assentiu com a cabeça - A casa atacada, tinha um símbolo satânico. - dizendo as últimas palavras, a cara de Dante ficou ainda mais fechada de raiva.

- Merda... - pondo a mão na testa, ele ficou imaginando a gravura. Em suma, aquele símbolo significava que ele não havia acabado com todos os demônios mais habilidosos de Vergil. Aquele era um meio que apenas demônios inteligentes o suficiente poderiam usar para safar-se da morte.

Era bem simples, bastava usar o próprio sangue para desenhar o símbolo em um lugar qualquer, proferindo palavras relacionadas a Sparda. Quando feito, o demônio entrava com um portal aberto pelo mesmo e esperava o novo símbolo aparecer para sair, algo que poderia durar minutos ou anos.

- Pois é... Daí, saiu uma espécie de prima daquela demônio que você enfrentou... Nevan, certo? - ele novamente assentiu. - Uma súcubo que tomou conta do meu corpo. Depois disso, não lembro mais de nada. Só espero que minha hipótese do uso dessa porcaria esteja errada...

- Mas que Droga, Vergil! - em fúria, o mestiço socou uma parede com força, fazendo-a rachar.

- Se acalme... A Lady já deve ter visto essa movimentação e estar vindo para cá. Provavelmente a sua namorada está viva, mesmo que a probabilidade seja mínima. - já um pouco mais fortificada, Trish pôs a mão no ombro de Dante com uma expressão severa. - Mas agora, nossa missão é outra.

- Hmph... Vamos logo, porque não quero perder tempo. E estou com uma incrível vontade de matar o meu irmão. - por um instante bem veloz, os olhos do híbrido brilharam vermelho.

- Okay okay! Mas não me envolva nessa sua reunião de família. - a loira se afastou e começou a pular, tomando apoio nas paredes até chegar na porta mais alta das escadarias circulares. - É nos separarmos, isso facilita nosso trabalho em encontrar o núcleo dessa coisa.

- Ha! Como você é novata nessa coisa, só vou dizer o que você precisa destruir: Duas jóias vermelhas. Deu pra captar, loira? - finalmente cabelo grisalho voltou ao seu humor sarcástico anterior.

- Ah! Quer dizer que aquele seu acessório era na verdade uma chave para libertar os demônios? Além de senso péssimo para moda, você escolhe os piores objetos para usar. - finalizando a sentença com um "tchauzinho" bem falso, Trish entrou na porta, sumindo de vista.

- Um dia ela me paga por esses desaforos... - murmurou rindo em deboche, enquanto entrava na primeira porta das escadarias. - É bom você estar viva, Pimentinha... Se não vou te punir pela segunda vez...

Enquanto isso...

- Tch... Onde diabos eu tô? - Falou a morena de olhos hetero cromáticos, sentindo seus braços e pernas estarem presos a uma parede parecida com um órgão.

- Finalmente acordou, Lady!!! - uma voz familiar atingiu a mulher como uma faca. Ao tornar o olhar para a figura, viu Bridget. Entretanto, não era a detetive que conhecia.

Ela estava com asas enormes e vermelhas, possuía garras nas mãos e nos pés e não usava nada para cobrir o corpo além de um body negro.+

- Ha! Vai vendo que eu caio nessa de novo. - Lady havia se acostumado com demônios que se transformavam em pessoas por quem ela possuía afeto.

- Haha! Sempre humorada Lady... Mas eu sou mesmo a Bridget... - Falando isso, a antes investigadora mostrou uma das armas que usava no treinamento com a morena, tirando dela uma expressão de espanto. - O que foi? Achou que eu era uma garotinha boazinha?

My Devil Boy - Devil May CryWhere stories live. Discover now