O i t o

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Hanna.
  

      Allan iria me beijar, eu queria o beijar? Sim, claro, más sabia que não era o certo.

       Seus olhos intensos estavam fitando meus lábios,  e os seus, entre aberto, me permitia sentir sua respiração quente e carregada de desejo, eu sabia que era uma ida sem volta, se esse desejo do momento fosse saciado então tudo mudaria completamente,  e por mais que Allan fosse irresistivelmente sexy e conseguia desestabilizar meu lado racional apenas com um olhar, eu prezava pela nossa amizade, eu ainda não tinha encontrado um meio de voltar pra minha casa no Rio,  então não podia deixar esse desejo estragar a convivência boa que eu tinha com a única pessoa que me ajudou até o momento.

        Buscando forças no meu interior, consegui colocar uma boa distância entre nós, não me dei ao luxo de olhar em seus olhos mais, sabia que se eu o fizesse, voltaria para seus braços e o beijaria ardentemente,  posso até dizer que me entregaria a ele que não seria de todo mentira...

       - Acho melhor eu ir dormir, obrigada por me defender. - Não esperei sua resposta e como uma covarde quase corri em direção ao quarto de hóspedes.




               ******************


         Hoje o dia não estava muito legal, as dores em minha barriga já indicavam que minha companheira mensal estava prestes a dar as caras. Olhei no relógio da sala e faltavam poucos minutos para Allan voltar da empresa, eu estava odiando passar o dia em casa sem fazer nada, sempre estive muito ocupada, na faculdade ou mesmo estudando em casa e esses últimos dias na casa de Allan estavam me entediando. Eu não podia dizer que ficava sozinha, pois Marina, a empregada era uma boa companhia, más as vezes eu sentia que estava a incomodando e simplesmente a deixava terminar seus afazeres.

         Tinham se passado 4 dias desde o incidente na casa noturna e o meu " Quase beijo" em Allan, não tínhamos nos falado muito depois disso, eu estava envergonhada e ele parecia querer evitar esse tipo de proximidade novamente, como se agradecesse por eu não ter selado de fato nossos labios, porém, hoje, por mais humilhante que fosse, eu precisava falar com ele, precisava pedir um absorvente. Eu estava me corroendo por dentro, era humilhação de mais eu nao ter dinheiro nem pra comprar meu próprio absorvente.

         Levantei do sofá e fiquei rodando de um lado para o outro na sala, isso não podia continuar assim, eu precisava arrumar um emprego, não podia viver das custas de Allan o resto de minha vida, um dia ele ia conhecer alguém,  se casar e ela com certeza não iria me aceitar mais aqui, não sei por que, mais esse pensamento me incomodou mais do que deveria. Eu precisava ganhar independência de novo e conseguir voltar para meu apartamento no Rio, se bem que eu já nem tinha mais certeza se eu teria algo quando voltasse lá,  estava começando a desconfiar que Maddie me deu o golpe total.

        - Está tudo bem? - Quase cai sentada ao ouvir a voz de Allan atrás de mim, estava tão perdida em pensamentos que não ouvi ele chegando.

       - Na verdade não, eu preciso muito de um emprego, não dá pra viver das suas custas pra sempre!

       - Calma,  tem apenas duas  semanas que você está aqui comigo, você não dá muito gasto sabia?

       - Talvez, más se eu continuar aqui sem fazer nada o dia todo eu vou enlouquecer, é horrivel não ter independência, não ter dinheiro nem pra comprar coisas básicas de mulher.

        - Está precisando de alguma coisa? Sabe que é so pedir que eu compro pra você.
        - Eu agradeço o que está fazendo por mim, más isso é horrível!.  - Merda,  eu estava chorando,  malditos hormônios da TPM. Acho que ele deve ter sacado.
        - Eu preciso ir ao mercado, quer vir comigo?
       - Você sabe do que eu preciso não é? - Perguntei e ele deu de ombros.
       - Na verdade eu imagino que mulheres precisam de muitas coisas íntimas. 
       - Tudo bem, que horas vamos?

Allan DelyonOnde histórias criam vida. Descubra agora