XIV

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       O dia apesar de exaustivo foi um pouco melhor que os anteriores, mesmo que eu tenha sido chamada para ter que acalmar Gabriel de uma crise nervosa

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       O dia apesar de exaustivo foi um pouco melhor que os anteriores, mesmo que eu tenha sido chamada para ter que acalmar Gabriel de uma crise nervosa.

       Eu nunca vi meu filho tão emocionalmente instável como hoje, quando entrei no quarto o desespero estampado em seu rosto me deixou apavorada e, tudo que eu podia fazer era lhe abraçar, assim como quando ele era criança. Eu fiquei tão aliviada ao saber que meu abraço ainda era um alívio para suas inseguranças.

       Quando finalmente ele adormeceu  eu consegui sentar e relaxar um pouco, mas só então notei que tem horas que não me alimento, o barulho do meu estômago reclamando começou a me incomodar.

       Olho Gabriel mais de perto e quando tenho certeza que ele está dormindo me viro para sair do quarto e me assusto com o toque alto do meu telefone. Olho para o visor e o nome do João Paulo brilha.

       — Oi João, aconteceu alguma coisa?

       — Meu Deus! — Respondo colocando a mão sobre minha boca.

       — Estou indo agora te encontrar.

       Assim que desligo o telefone ouço Gabriel chamar minha atenção e não há como esconder minhas lágrimas dele, que me olha com grandes olhos arregalados.

       — Mãe por que você está chorando?

       Penso se devo dizer ao meu filho o que aconteceu, ele estava tão abalado mais cedo, mas eu nunca escondi nada dele e não será agora.

       — Silas sofreu um atentado na penitenciária e está sendo trazido para esse hospital. — Digo de uma vez e espero sua reação.

       — Como ele está? Não precisa responder, não é da minha conta. — Ele diz mais para si mesmo que para mim.

       — Eu vou lá saber qual seu estado e daqui a pouco eu volto.

       Saio do quarto deixando Gabriel para trás e sigo pelo corredor até o PA do hospital, onde João Paulo e Doutor Junior estão me esperando.

       Assim que chego lá vejo Wladmir entrar apressado e se jogar nos braços do JP. Meu coração se aperta ao ver a cena, nenhum deles é de fato maus garotos, só mau entendidos, cada um com seus motivos.

        — Olá meninos!

       — Oi tia! — JP diz, mas seus olhos estão na porta.

       — Alguém quer me explicar o que aconteceu de fato com ele?

       — Ninguém sabe. Só sabemos o que eu te falei ao telefone e mesmo assim eu só soube de imediato porque estava conversando com o Junior quando ele recebeu o telefonema avisando. — JP diz e vejo o olhar interrogativo de Wladmir sobre ele, mas ele não diz nada.

Nas asas do destinoWhere stories live. Discover now