Capítulo 3

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JEON JUNGKOOK 


Depois do que houve na sala do presidente, eu comecei a questionar se realmente acordei na manhã daquele dia, porque só podia estar num pesadelo. 

Mas assim que no dia seguinte, quando Kim chegou às sete e quarenta e cinco em ponto e esperando seu café, tive certeza.

Não comentamos sobre o incidente e então resolvi ignorar também.

O almoço foi normal, o restaurante fresco dele estava em funcionamento e eu pude ir comprar e ele comer normalmente sem reclamar de nada, a não ser a falta de sal da salada.

— Quase me esqueci, nós temos que ir declarar nosso casamento o mais rápido possível, será que tem como desmarcar a reunião com o James? — pareceu completamente normal quando voltou a tocar na ferida do dia anterior.

Merda, não era pesadelo.

— Eu nunca concordei que iria me casar com você, senhor.— tentei parecer firme com a situação.

— Ah, é... Esqueci de te falar que vamos nos casar.

Senti o ar estufar no meu peito e não ser liberado, como é que se respira mesmo? Minhas mãos começaram a perder a força e de repente não via nada além de vultos e alguns marcadores de textos coloridos que estavam perto do meu rosto.

Casar-me? Com um monstro daqueles? 

— Pode me explicar pelo menos? — senti meu peito finalmente esvaziar aos poucos.

— Eu ia ser deportado nesse fim de semana, então falei que a gente ia se casar.

— Só isso? Agora você decide se vamos nos casar ou não? Você nem sabia se eu era gay.

— Você não disfarçar muito bem.— semicerrei os olhos observando ele ainda ter aquela expressão vazia, como se não fosse nada demais.

Que absurdo, eu sou o gay mais hétero de todos!

— Não vamos viver um conto de fadas, só iremos casar, esperar o visto ser revalidado, o que durará uns três meses no máximo e logo depois a gente se divorcia.

— Se eu aguentar viver até lá.— rolei os olhos.

— Não quero me casar com você, mas não vou perder meu emprego, e você pelo visto ainda precisa pagar suas contas, então iremos nos casar quer você queira, ou não.

— Como você pode dizer isso dessa maneira? — perguntei incrédulo.

— Quer que eu me ajoelhe e peça sua mão? — arqueou as sobrancelhas e novamente rolei os olhos.

Frio, sem alma, sem coração e sem escrúpulos. Era com esse ser humano que eu iria casar.

Minha família era bem conservadora, o que me fez ficar muito receoso me assumir gay, mas a minha surpresa maior foi ouvir do meu pai que abandonar os negócios da família pra me tornar escritor era o pior que ele poderia ouvir de mim, o que na verdade foi um alívio.

Eu não era como minha família, conservador. Mas eu sabia que casamento era algo sério, sempre considerei algo importante, uma coisa pra vida. Agora mais do que tudo, pois tinha minha mão entregue a pessoa que eu mais odiava.

O que eu falaria para minha avó? "Oi vó, sabe o meu chefe cretino que esses dias eu xinguei de filho da puta, era tudo brincadeirinha com você, na verdade iremos nos casar!" 

A crise é real, eu terei um infarto antes da velha.


[...]

Depois do almoço, fiz como Kim havia mandado, desmarquei a reunião com James, que não ia ser nada de importante, já que Taehyung vivia implicando com o mesmo, ele sempre marcava essas reuniões pra ter justiça, ou algo do tipo.

Lovely Lie! || TaekookWhere stories live. Discover now