16 • el final

1.5K 107 16
                                    

• Carla Rosón •

Eu estava insegura em relação a conversa com Samuel. Não sabia que reação ele teria, muito menos se iria me perdoar. Mas acabou dando tudo certo. Nós passamos o resto da tarde conversando e ele me fez várias perguntas — como de costume. — sobre o que tinha acontecido.

Marcamos de nos encontrar na boate no dia seguinte, Valério faria mais uma de suas festinhas particulares e convidou todo mundo. Não foi difícil convencer Samuel a ir.

Ao chegar em casa, encontrei meu pai na sala. Fui até ele, ficando para em sua frente.

— Se quiser falar algo, essa é a sua chance.

— Pra quê? afinal, todos conseguiram o que queriam. — deu de ombros. — Eu consegui um contrato permanente com o Ávilla, sua mãe é a mais nova diretora e você está com aquele moleque.

— A mamãe é a diretora? — fiz uma cara de surpresa.

— Consequência dos seus atos. Você poderia aguentar mais um tempo do lado dele calada e a diretoria seria sua, mas preferiu fazer aquele showzinho de quinta.

— Não me importa mais. Daqui alguns meses eu vou pra faculdade e estarei bem longe dessa casa. Sei que minha mãe vai fazer um bom trabalho e que também vai atender os meus pedidos.

— Do que está falando?

— Você acha que ela não sabia? — cruzei os braços. — Ela concordou com o meu showzinho de quinta. Sabíamos que você ia dar a diretoria para ela e você também deveria saber que obviamente ela vai pedir conselhos a mim.

— Eu posso tirá-la do cargo quando eu quiser.

— Dessa vez não. Bom, se ainda tiver dúvidas, pergunte ao Ávilla sobre isso. No fim, consegui a diretoria, a pessoa que eu gosto e ainda fiz um amigo. — dei um sorriso. — Parece que alguém saiu perdendo nessa história e não fui eu.

Ele ficou em silêncio, provavelmente ainda processando as informações. Dei as costas e subi as escadas, dessa vez aliviada por completo. As coisas finalmente estavam nos trilhos.

Foi fácil convencer minha mãe. Antes do jantar ela me confessou que também não gostava de eu ter que ficar mais tempo que o necessário com Diego. E topou me ajudar no jantar mais rápido do que eu esperava. Quanto a diretoria, entramos em um consenso. Ela vai dar um jeito de me manter informada de tudo enquanto estiver na faculdade.

Na noite seguinte...

Passei na casa de Samuel para que pudéssemos ir juntos a festa. O mesmo apareceu na frente da casa depois de um tempo. Vestia uma camisa preta com as mangas puxadas até a altura do cotovelo. Dei um sorriso ao vê-lo entrar no carro.

Me cumprimentou com um beijo nos lábios e sem seguida me lançou um sorriso, se ajeitando no banco.

— Esse banco não te traz lembranças? — me olhou.

— Mais do que você imagina. — rimos.

Ao chegar na festa, era impossível não notar a expressão que fizeram quando nos viram entrar de mãos dadas. Subimos até onde nossos amigos estavam. Valério veio em nossa direção, sorridente e com uma garrafa de champanhe.

— Já que temos um novo casal aqui, nada mais justo do que comemorarmos essa linda união. — abriu um sorriso, levantando a garrafa de champanhe no ar. — O que me dizem?

Samuel pegou as taças sobre a mesa. O que fez Valério estourar o champanhe e espalhar espuma por todo canto.

A noite estava ótima. Me senti leve e completa ao mesmo tempo. Era o que eu precisava, uma noite de diversão com amigos. Na verdade, o que todos ali estavam precisando.

Bitch, eu ainda não consigo acreditar. — Lucrécia dizia pela milésima vez.

— Pois eu acho melhor você ir se acostumando. — sorri.

— Você sabe que eu só quero o melhor pra você. — pegou no meu queixo. — Gata.

— Eu sei, mi amor. — dei um beijo na bochecha dela, indo ao encontro de Samuel. — E é por isso que eu vou indo pra quem sabe fazer do jeitinho que eu gosto. — dei um piscadela.

Desci as escadinhas e o encontrei perto do bar.

— O que acha de darmos o fora?

Sorri com a proposta. Segurou minha mão e saímos dali o mais rápido possível.

Já na casa dele, livre dos casacos, estávamos no sofá com um único prato de macarrão requentado. Ele encarava o meu rosto como se fosse a coisa mais importante da vida dele. Sorri de canto e colei nossos lábios em um selinho rápido, me afastando em seguida. Era tão bom estar com ele de volta ali, naquele sofá, com aqueles macarrões.

— É tão... diferente estar com você assim. — disse.

— Sempre fizemos isso. — respondi, sorrindo.

— É, mas quando nós não sabíamos o que éramos... agora você está aqui como minha namorada. É diferente.

Não pude deixar de arregalar os olhos com a sua fala, largando o garfo no prato.

— Namorada? — franzi o cenho.

— É. Você não quer? tudo bem, então. — se ajeitou no sofá.

— O quê? claro que eu quero, idiota! — peguei um travesseiro e joguei nele.

Ele sorriu como resposta e eu aproveitei para me deitar no sofá. Ele logo veio por cima e começamos a nos beijar. Dessa vez era diferente, ele tinha razão. Tinha amor, verdade e muito mais coisas envolvidas. E eu só consigo desejar que isso dure, dure muito mais tempo do que eu imagino.

O tempo sempre passa rápido quando estamos juntos e eu desejo que

nós saibamos aproveitar.

Nós • Carmuel Onde histórias criam vida. Descubra agora