VENTICINQUE

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Chiara

Já havia passado uma semana e sem sinal teu, Lorenzo. Via-te apenas nas aulas, nos intervalos desaparecias, nem Brando sabia onde andavas, não mandavas mais mensagens, nada. Ficava um pouco preocupada, pois até Camila, quando falava com ela, dizia que estavas estranho.

Quanto a Damiano, estava tudo bem. Inicialmente a sua preocupação em ter estragado tudo afetou-o um pouco mas acabou por passar. Fazíamos montes de coisas juntos, não havia momentos mortos, era sempre uma diversão. Ele era um querido comigo, cuidava sempre de mim e mimava-me demasiado.

Hoje vamos fazer o que? – perguntou o moreno enquanto me dava festas com o seu polegar na minha bochecha.

Não me apetece muito sair depois das aulas, estou na altura do mês – senti o meu rosto a aquecer. – e por isso tenho dores.

Podemos ficar por casa, se quiseres. Eu faço-te o almoço e depois ficamos a ver os filmes melosos que gostas, até levo um pacote enorme de lenços! – abriu os seus braços e ficou a observar-me com um olhar divertido.

Está bem, mas só porque aceitas ver os filmes. – sorri e dei-lhe um pequeno beijo no rosto.

Uuu até tenho direito a um beijinho! – gargalhou.

Vamos mas é para a aula. – puxei-o pelo seu pulso em direção à sala.

Uma e meia da tarde

Damiano havia feito um hambúrguer com arroz, estava a saber-me pela vida, preparou uma limonada deliciosa! Depois carregou-me no seu ombro até ao quarto, apesar de eu ter dito que conseguia andar bastante bem e que podia ir pelo meu próprio pé. Deitou-me na cama, aconchegou-me, ligou a minha televisão e veio deitar-se ao pé de mim, colocou o seu braço em volta do meu corpo de maneira a que a minha cabeça ficasse deitada no seu peito. Procurei no catálogo da Netflix o filme 10 Things I Hate About You e, assim que o encontrei, começámos a ver.

Não cheguei a metade do filme, pois adormecera. Quando acordei, Damiano estava a ver uma coisa completamente diferente enquanto me fazia cafuné. Eu estava inteiramente enroscada nele mas ele não parecia importado com isso.

Olá dorminhoca. – sorriu e beijou o cimo da minha cabeça.

Olá. – sorri também levantando a minha cabeça e escondendo-a depois no seu peito.

O que é que estás a fazer?

Nada, estou tão bem aqui que nem quero sair. – aconcheguei-me ainda mais , sentido o seu peito vibrar devido às suas risadas.

Uma vez que já eram umas cinco e pouco da tarde, Damiano tinha que se ir embora, pois precisava de estudar. Acompanhei-o à porta e quando me ia a despedir dele, o seu braço puxou-me para um longo e confortante abraço. Ele tinha de ir embora e, por isso, tivemos que nos largar, porém o rapaz deu-me um pequeno selinho antes de sair.

Voltei para o meu quarto e retomei a minha sesta, não estava numa de ser produtiva.

Oito e quarenta e cinco da noite

Chiara, tens uma visita. – informou-me a minha mãe ao acordar-me com leves abanões.

Quem? – questionei ainda ensonada.

Lorenzo.

O teu nome foi o suficiente para me fazer saltar da cama. Finalmente iria saber o que se passava, estavas aqui e procuravas por mim, isso tinha que significar algo. Estava incerta pois afinal já tinha passado uma semana desde a nossa última conversa. Estarias bem? Estarias à beira de um abismo mentalmente? Tantas perguntas e tanta preocupação, não sabia lidar com isso.

Ele que venha aqui ter. – pedi à minha progenitora, esta assentiu, retirou-se e passado menos de dois minutos apareceste no meu quarto com o rosto coberto de lágrimas. – Lorenzo! O que é que aconteceu? – a preocupação era bastante notável na minha voz, levantei-me rapidamente e fui na tua direção.

Tu, eu, sei lá. Tudo isto parece uma espiral. Não para, nada resulta. – todo tu tremias e isso assustava-me.

Senta-te aqui. – apontei para a minha cama e sentámo-nos de frente um para o outro.

Eu quero deitar tudo o que tenho no peito cá para fora mas eu não consigo. Não dei luta o suficiente, deixei-te ir e agora sinto que perdi o pouco que tinha de ti... – o teu choro aumentou. – Porque é que me tornaste tão fraco? Eu não chorava, muito menos por uma rapariga, o que é que fizeste comigo Chiara?

𝐕𝐢𝐞𝐭𝐚𝐭𝐨 - 𝐋𝐨𝐫𝐞𝐧𝐳𝐨 𝐙𝐮𝐫𝐳𝐨𝐥𝐨Where stories live. Discover now