You can't, I'm sorry.

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Depois de acordar, eu desci as escadas e fui em direção a cozinha; onde estavam meu pai sentado na mesa do tomando café e mexendo em seu notebook, e minha mãe fazendo ovos mexidos no fogão.

Eu ainda estava de pijama.

- Oi - eu disse ao entrar e encarei os dois.

- Oi, querido. Está com fome? - minha mãe sorriu.

Mas meu pai, por sua vez, não desgrudou os olhos do notebook. E eu senti um leve prazer com isso de não ter que olhar diretamente nos olhos dele.

- Não estou com fome - respondi.

- Tem certeza? Vai ficar sem comer nada?

- Sim. - Eu olhei o teto por alguns segundos e depois voltei a encarar a mulher. - Eu sei que estou de castigo, mas será que eu posso sair um pouco? Pra caminhar.

Agora sim meu pai olhou para mim.

- Sozinho - afirmei. - Eu vou sozinho.

- Não se esqueça da nossa conversa de ontem - meu pai disse, sorrindo.

- Mãe? Eu posso? - ignorei-o.

- Filho... você está de castigo. Isso significa: nada de sair.

- Mas eu vou sozinho - repeti. - Deixa, por favor. Não quero ficar em casa o dia todo.

A mulher pensou por alguns segundos, mordeu o lábio e disse:

- Tudo bem, mas leve seu irmão junto.

- Mas mãe...

- Ou vai com ele, ou fica em casa. É isso.

Eu revirei os olhos.

- Ta bom. - Saí da cozinha e voltei para o meu quarto, onde troquei de roupa, arrumei meu cabelo, calcei um tênis e passei perfume.

Pronto para sair por aí caminhando e tentar esquecer um pouco dos problemas. E foi isso que fiz, só que com o Tyler.

Saí de casa e comecei a andar em direção à praia, que não ficava longe da minha casa.

- Vamos poder nadar? - perguntou o pequeno enquanto caminhávamos.

- Hoje não - respondi.

- Ah... eu queria nadar - ele disse aborrecidamente.

- Outro dia a gente pode nadar, mas hoje não.

- Ta bom, mas quando?

- Não sei, Tyler. Um dia qualquer.

- Por que você é tão chato?

- Fica quietinho, fica.

Tyler ficou em silêncio por alguns segundos.

- Thony. - O pequeno parou de andar e me olhou.

- Que foi? - Parei e encarei o menino.

- Pega aquela flor pra mim? - Ele apontou para o topo de uma árvore nem muito grande e nem muito pequena.

- Não.

- Pega!

- Eu disse que não, agora vamos!

O pequeno cruzou os braços e continuou no mesmo lugar.

- Mas que droga de menino... - Decidi subir na árvore após resmungar isso.

Escalei aqui, me apoiei ali e finalmente consegui pegar a flor que Tyler me pediu.

- Segura. - Joguei a flor do alto e ele pegou.

Light in Dark.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant