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- Achei que você ia ficar o resto do dia com ele - minha mãe falava enquanto eu lia um livro em cima da minha cama. Mike havia me deixado em casa uma hora atrás.

- Ficaria se você não tivesse me pedido pra voltar - fechei o livro depois de marcar a página e olhei para ela.

- É que preciso falar com você.

Observei ela se sentar ao meu lado, na cama.

- Existe celular, mãe.

- Não para isso.

- O que é?

Christopher entrou no quarto e ficou em pé perto da porta, nos observando. Não dei importância para ele. Na verdade, nem o olhei. Minha suspirou antes de começar a falar.

- Lembra que eu te disse uma vez que, no Canadá, tem um hospital que me convidou para ser chefe da cardiologia antes de virmos aqui para San francisco?

- Lembro. Ainda bem que escolheu a oferta do hospital daqui. Conheci muitos amigos. E conheci o Mike - disse de propósito apenas para causar alguma reação em Christopher, mas ele não ligou.

- Pois é, que bom. Mas tem um problema, um problema que preciso que resolva junto comigo.

- Qual?

- Bom... infelizmente, a diretora de cardiologia desse hospital no Canadá teve problemas familiares e acabou tendo que se mudar para a Irlanda. E o hospital está sem direção.

- Você não tá querendo dizer que você vai para o Canadá. Certo, mãe?

- É exatamente o que estou querendo dizer, querido. E quero que vá comigo.

- Não! - balancei a cabeça e fechei os olhos, desejando que aquilo fosse um pesadelo.

- Vai ser bom, Anthony. Só eu, você e Tyler, por enquanto. Christopher vai daqui seis meses. E nós vamos no fim dessa semana. Já está tudo certo com as passagens. Entendo que seja um susto para você, também foi para mim. Mas tenho que ir com urgência. Um hospital não pode ficar sem direção por muito tempo.

- Eu não acredito que você quer me levar daqui! Você só pensa em si mesma! - disse me levantando da cama. Eu gritava com raiva, e lágrimas nos olhos.

- Filho, calma! Você tem que dar uma chance para as novas oportunidades!

- Eu dei! E agora que me acostumei você quer me tirar daqui! Por que diabos você não pode ficar com o emprego daqui?

- A oferta do Canadá me dá mais benefícios.

- Então é isso, né? Vocês dois só pensam em dinheiro - olhei brevemente para Christopher, que estava com as mãos no bolso da calça. Usava uma roupa social, como sempre. - Mas foda-se a minha felicidade!

- As coisas não funcionam como você quer, Anthony - ouvi a voz de Christopher.

- Ah, você jura? Eu já percebi! Aliás, isso deve ter sido ideia sua, né? Você não queria me trocar de escola por causa do Mike? - voltei a olhar minha mãe. - Já entendi o jogo de vocês.

- Filho, estamos indo por causa do meu trabalho. Isso não tem nada a ver com Christopher.

- Mentirosa! - gritei chorando.

- Anthony Williams! - ela se levantou brava.

- É isso que você é! Eu te odeio! Odeio vocês dois! - de gritos, fui aos berros.

- Acho bom abaixar o tom, Anthony! - Christopher apontou.

- Se não você vai me bater de novo? Conta pra ela o que você fez comigo, seu idiota. Vamos! Fala pra ela sobre o que fez comigo - falei me aproximando dele. - Eu tinha muito medo de você, mas agora a única coisa que sinto é ódio.

- Não sei do que está falando, filho. Mas eu e sua mãe estamos decepcionados.

- Não me chame de filho! Não sou seu filho!

- Vem, amor. Ele é um adolescente. Precisa de tempo para aceitar mudanças - Christopher disse olhando para minha mãe.

Ela saiu do quarto balançando a cabeça em um tom negativo. Estava triste. Christopher fechou a porta do meu quarto e eu fiquei sozinho.

Chutei e dei socos na porta, descontando meu ódio. Me encostei nela e fui deslizando até me sentar no chão. Fiquei chorando por um bom tempo.

⚠️ Nota:
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Light in Dark.Where stories live. Discover now