XII

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     *Sun*

   Gosto de como elas interagem, como se divertem juntas. Quem olha de fora, não imagina que elas se conhecem a menos de um ano. A conexão das duas é incrível, e me apaixono mais a cada segundo. Já tem um mês que Safira saiu do centro médico, não teve recaídas e nem passou mal. Está a cada dia mais saudável e feliz, me lembro como se fosse ontem quando Safi veio conversar comigo. 

   '' Eu estou na cozinha da Lia, fazendo o café da manhã. Têm quase duas semanas que Safi está aqui, ela ainda está meio tímida por receber tanta atenção, por ter uma mãe e por não estar mais presa. Das vezes que dormi aqui, eu ouvia o barulho dela agitada no quarto dela, me levantava sem acordar meu Sol e ia até o quarto dela. 

   Ela ficava sentada na cama com os joelhos no peito e a cabeça sobre eles. Eu sempre perguntava o que houve e ela me contava, ora eram pesadelos ora eram lembranças da instalação que ela estava. Quando ela ficava mais calma, eu colocava ela para dormir contando alguma história e saía logo depois. 

   Enfim, nesse momento os três estão dormindo, Summer passou o dia com a gente e quis dormir aqui. Está no quarto em que Amália sismou que tinha que ser dele. O que essa mulher não pede sorrindo, que eu não faço sorrindo também. Estava quase terminando o café, quando sinto um dedo cutucar minha costa. Olha para traz e Safi me encara com seus lindos olhos azuis. 

     - Pode conversar agora ? - Mexe na barra da blusa do seu pijama de ursos. 

     - Claro que posso, sobre o que quer conversar ? - Coloco ela sentada na bancada da cozinha e dou o copo de suco de laranja dela. 

     - Você é o pai do Su, né ? - Bebe um pouco do suco. 

     - Sou sim! - Coloco o prato com as torradas na mesa, prestando atenção nela. 

     - Quando a Li... Mamãe falou que queria que eu fosse filha dela, ela disse que seria minha família. - Concordo. - E o Su disse que também tem uma. Disse que tem uma mamãe, dois papais e uma irmãzinha. 

     - Isso mesmo, ele disse a verdade. - Coloco as vasilhas de frutas dela e do Su- peguei essa mania da Nana- no lugar que eles sentam. 

     - Eu queria saber, porque ele têm dois papais e eu não tenho nenhum ? - Ela não parecia triste, nem curiosa, só queria entender mesmo. 

     - Eu sou o pai dele de sangue, que significa que eu e a mãe dele tivemos ele juntos. Já o Warrior, é o pai dele do coração, quando eu não estou por perto é ele quem cuida do Summer. Eles também moram juntos, aí ajuda no cuidado. - Ela balança a cabeça concordando. - Agora, para você ter um papai, também tem que conversar com sua mamãe. 

     - Você e a mamãe dele conversaram ? - Termina de beber o suco. 

     - Sim, junto com o Warrior, aí todos nos tornamos uma família. - Pego o copo da mão dela e coloco na pia, me virando para ela de novo. 

     - Então se eu quiser que você seja meu papai, eu tenho que conversar com a mamãe ? Vocês ficam muito juntos e cuidam de mim também. - Ela sorri. 

   Quando a Lia disse que eu não era obrigado a cuidar da Safi ou aceitá-la. Eu não falei nada, mas não foi de propósito, eu só não queria forçar a barra com a pequena, ela estava acabando de sair de meses presa em um quarto se recuperando, passando por várias coisas, queria dar um tempo a ela. 

   Eu já amo ela, e mesmo se a Lia não tivesse falado que não era minha obrigação, eu ia querer cuidar dela. É impossível não gostar da Safira, ela emana uma luz só dela, não há momento de tristeza quando ela está perto e eu amo isso nela. Olho para a porta da cozinha e meu Sol estava ali parada. Pisco para ela e volto minha atenção para os olhos azuis a minha frente. 

     - Sim! É só falar com ela, aí depois falar comigo de novo. - Beijo a cabeça dela e coloco ela no chão. - Vai lá chamar o Su para tomar café. 

   Ela concorda e se vira em direção a porta da cozinha. 

     - Bom dia, mamãe! - Lia se abaixa e dá um beijo na testa dela. 

     - Bom dia, docinho. - Passa a mão no cabelo dela. 

     - Vou chamar o Su e depois quero falar com a senhora. - Nem deixa minha vida responder e sai correndo. ''

   Têm duas semanas que sou pai de menina, dessa linda menininha que me escolheu como pai. Summer ficou super feliz por ter mais uma irmã, Lua já gostava dela, agora gosta mais ainda por ter uma amiga para brincar. 

   Lia e Safi estão na cozinha fazendo o jantar, até quis ajudar, mas me expulsaram da cozinha. Então estou aqui na sala, prestando atenção no filme e nas duas na cozinha se divertindo. De ontem para hoje o Su dormiu aqui, então hoje ele dorme com a Nana. Ele vem direto para cá com a Lua ou a Safi vai para a casa da Nana. 

   Meu Sol continua com as consultas nos filhotes, ás vezes chama todos e faz alguma coisa com eles que voltam super alegres. Lia me chamou para morar com elas, então trouxe minhas coisas para cá e fizemos nossa pequena rotina. Depois do jantar maravilhoso que fizeram e eu ter elogiado bastante, coloco Safi para dormir, hoje é meu dia. 

   Depois que ela adormece, saio do seu quarto lilás que a Lia pediu para reformar e vou para o nosso, ela já estava deitada na cama me esperando. Me deito ao seu lado, puxando ela para o meu peito.

     - Eu queria te perguntar a um tempo, mas sempre me esquecia. - Ela faz desenhos com o dedo na minha barriga descoberta. - Por que ficou tão nervoso em uma das crises da Safi ? 

   Eu senti um puta medo naquele dia, ainda bem que não vai se repetir. 

      - Antes da Nana chegar na instalação que eu estava, tinha uma filhote lá. - Começo, me lembrando do rostinho da minha florzinha. - Ela era a coisa mais delicada que já tinha visto até aquele momento. Tinha o tamanho da Lua, tinha os cabelinhos rosa e lindos olhos roxo. O DNA dela era de borboleta, e eu fazia de tudo para protegê-la. Todos os espécies lá, tentávamos cuidar dela como dava. Percebendo isso, a filha da puta da doutora que estava lá drogou todos nós, a ponto de nem conseguimos mexer um músculo. Então ela pegou a Fairy e levou para alguma sala, eu só conseguia ouvir os gritos dela, foi assim por muito tempo, até tudo ficar em silêncio. 

   Era doloroso lembrar desse dia, se não fosse pelas malditas drogas no meu corpo, eu podia ter protegido ela. 

     - O-o que aconteceu ? - Ela sussurra, me abraçando. Ao fazer isso, sinto seu rosto molhado no meu peito. Passo a mão no seu cabelo.  

     - Nunca mais a vi. E quando isso acontecia, era porque a cobaia -como eles nos chamavam- não suportou aos experimentos. Foi por isso que reagi daquele jeito, não queria perdê-la também. - Beijo sua cabeça e ela me aperta. 

     - Você não vai, nenhum de nós vamos. - Ela diz com firmeza. 

     - Sei que não, meu amor. - Aspiro seu cheiro e relaxo. Não perderei mais ninguém. 

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 OLAAAAAÁ!!! COMO ESTÃO ?

  ME DIGAM O QUE ACHARAAAAM.... 

   PRÓXIMO CAP É A VEZ DA LIA REVELAR UMA COISA HAHAHHA

  Bjinhos e até o próximo.

Sun - Novas Espécies (COMPLETA)Where stories live. Discover now