chapter Two

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Steve respirou fundo, enquanto os acompanhava até vá diretoria, seguido pela ruiva. Ela se manteve em silêncio durante o trajeto e até mesmo o pequeno interrogatório para saber o motivo da agressão a outra interna. Após resolver algumas coisas, Fury precisou sair, queria deixá-los a sós para se conhecerem, afinal seriam quase como parceiros durante aquele ano e se - por algum milagre - Natasha tivesse algum progresso comportamental, talvez no próximo fosse enviada de volta à Rússia.

- Você não é muito de falar, não é mesmo? - Indagou o loiro enquanto a observava. - Entende o que eu digo? - Ela apenas concordou com a cabeça. - Natasha... Acho que entendo você. Quero dizer, não te conheço a mais que meia hora, mas posso imaginar pelo que está passando. Você está sozinha, longe do seu país, da sua família, tudo aqui parece novo e extremamente ameaçador. Mas acredite, estou aqui para te ajudar a se reencontrar.

- Por que acha que estou perdida? - Natasha riu do que o mesmo havia dito.

- Sei lá... Acho que ter agredido outra pessoa sem um motivo lógico me ajuda a pensar assim. - Ela franziu as sombrancelhas antes de dizer qualquer coisa, porém não disse nada. - Que tal começarmos com isso de novo. Me chamo Steve Rogers e serei seu tutor nesse ano, ou seja, serei responsável por você enquanto estiver aqui...

- Jura? - Ela arqueou as sombrancelhas sorrindo sarcasticamente e concordei. - E o que exatamente um "Tutor" como você diz faz?

- De acordo com o protocolo, tenho todas as obrigações de qualquer responsável legal. Como você é menor de dezoito anos, então... Estamos debaixo desse protocolo. Mas não se preocupe, não pretendo ficar no seu pé.

- Que fofo! Me sinto mais aliviada. - Rogers havia notado uma pontada de sarcasmo nos olhos verdes da russa. Ele tinha certeza de que aquele não seria um ano fácil.

O dia, no entanto se passou tranquilo. Natasha ficara com Hill e May em outra parte da instalação, o que lhe deu a tarde livre para pesquisar algo mais sobre sua nova pupila. Barton era ótimo com pesquisas, o que lhe ajudaria um pouco e aparentemente o rapaz havia conseguido a atenção da novata com muito mais facilidade. Steve ficou um pouco incomodado com a confiança que os dois demonstraram logo de cara, mas deveria admitir que seu colega de trabalho era muito mais aberto com jovens, talvez porque simplesmente se indentificasse com eles.

- E você ficou com ciúmes? - James perguntou xeretando as coisas que estavam na mesa do escritório do amigo. Ele sequer deveria estar alí, mas estar de folga do serviço militar lhe permitiu aparecer para perturba-lo.

- Que mané ciúmes, você é tapado ou o que?!

- Ué, tá aí de reclamando que o Barton se dá muito melhor com a sua pupila do que você. Foi o que pareceu.

- Por que não me fala o que você anda fazendo? - Quis mudar de assunto antes que o amigo começasse com as gracinhas.

Bucky revirou os olhos, ajeitou o cabelo e então começou:

Bucky revirou os olhos, ajeitou o cabelo e então começou:

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- Nada de importante... Ser sargento das Forças Armadas não é lá a aventura que eu tava imaginando que fosse, tá ligado? - O loiro assintiu à narrativa do amigo. - Aí tem aquela morena que a gente viu aquele dia na Starbucks. Encontrei com ela de novo.

- Falou com ela? - Steve indagou curioso. Ele se lembrava bem daquele dia e daquela garota. Ele deveria ter no máximo a idade de Natasha e ele teve a leve impressão de já tê-la visto em algum outro lugar.

- Eu tentei. - Contou. - Mas aí você não acredita, quando eu tava tentando falar com ela, o namorado dela chegou e eu fiquei lá com cara de tacho perguntei pra ela se sabia onde ficava o banheiro e meti o pé.

- Isso é bom, assim você não é preso por aliciamento de menores. Sabe que ela deve ser uns seis anos mais nova que você né?!

- Grande coisa! Não sou eu quem estou babando por uma russa pirada, que por acaso também é de menor. Tá até com ciúmes do Barton!

- Bucky, você só fala merda. - O loiro riu. - Pensei que tivesse vindo me dar apoio moral não para zoar com a minha cara.

- Eu vim fazer os dois. - Barnes se ajeitou na cadeira e entregou uma ficha com a foto de Romanoff. - Consegui isso subornando a garota da secretaria. - Afirmou orgulhoso de seu feito, vendo Steve pegar os documentos e passar os olhos pelas páginas um pouco abismado. - No fim das contas as merdas que eu falo lhe servem de alguma coisa, não?

- Obrigado, Bucky. - Rogers não tirou os olhos da ficha, no entanto. Estava ciente de que seu trabalho como tutor e psicológo era importante não somente para si, mas para os jovens com quem tratasse. Não que não tivesse ligado com jovens antes, mas Natasha realmente lhe despertara alguma atenção. - Bem, eu estou com tempo livre, então se quiser vir comigo... vou à Hammer High fazer a inscrição da Natasha.

- Que belo papai você é, Rogers! - O moreno debochou.

- Cala a boca!

•••

Era ainda madrugada quando despertou daquele pesadelo, sentindo a pele grudada aos lençóis molhados de suor, a garganta seca e a respiração ofegante. Natasha agradeceu a Deus por estar em um quarto sozinha sem mais ninguém para perguntar o que estava havendo. Ela tinha alguns muitos problemas em se expressar sobre aquele assunto, que lhe era de certa forma perturbador. Levantou-se sentindo suas pernas fraquejarem e uma irritação na pele da região do abdômen. Caminhou com dificuldade até o banheiro que havia no quarto e levantando a camisa examinou rapidamente o ferimento feito por uma Santoku de aço inox. As suturas ainda eram visíveis apesar da rápida cicatrização, mas o que lhe era doloroso, no entanto não era a dor física, ou o formigamento que ainda sentia naquela região. A dor era muito mais interna na alma. Mas que alma? Indagou encarando a própria imagem no espelho, porém o que seus olhos presenciavam eram ainda as cenas que ela deveria de fato esquecer.

 Mas que alma? Indagou encarando a própria imagem no espelho, porém o que seus olhos presenciavam eram ainda as cenas que ela deveria de fato esquecer

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A Sensação de ter sua vida arruinada por simples e egoísta capricho de outra pessoa, era um pouco pior que ódio. Apesar de que parte da culpa era sua. Natasha fechou os olhos.

- Você é mais forte do que isso. - Repetia três vezes em sua língua nativa, como uma prece para todas as vezes que se sentisse abraçada por aquele sombrio sentimento.

Não que se sentisse realmente melhor após dizer aquilo em voz alta, mas pelo menos o susto e a dor haviam passado. Lavou o rosto e o enxugou, sentindo novamente o sono pesar os cílios.

Contos de Reformatório | Marvel FanficWhere stories live. Discover now