07

6.9K 1.1K 444
                                    

-Eu sou um pouco bom em Inglês. Posso te ajudar.

Era bem óbvio qual seria minha resposta.

Nem louco que eu ia ser capaz de aceitar.

-Sinto muito, Jeon. Tenho um amigo professor. Não preciso do seu "um pouco"--sorri sinicamente.

Passei pela bibliotecária e registrei meu aluguel do tijolo, digo, do livro.

Eu ia ter que ler ele na madrugada, porque durante o dia eu não ia conseguir.

Logo senti um grande desconforto ao ver Jeon me encarando, enquanto eu terminava de ouvir toda a ladainha sobre o que aconteceria se eu não entregasse o livro no prazo.

Eu acho isso totalmente desnecessário. Não é como se eu fosse roubar um livro daqueles. Eu ia fazer o quê com ele? Só se for jogar em alguém.

Saí da biblioteca guardando o livro na bolsa e pegando o caminho para a cafeteria. Coloquei os óculos de sol e ouvi os passos de alguém me seguindo.

Parei.

Virei lentamente com minhas mãos no bolso e vi que era Jeon.

Tá, que tipo de cisma é essa que ele teve comigo de repente?

-Tá me seguindo?--perguntei arqueando uma sobrancelha.

-Não. Estou indo para a cafeteria--deu de ombros.

Abaixei os óculos. Ele tá de brincadeira, né?

-Ai é? E porquê não está indo na geringonça?

Ele riu.

-O Bambo tá na oficina, teve um problema no motor.

Era de se esperar. Aquele carro era mais velho do que minha avó.

Só de pensar que eu ia perdendo meus pés naquele negócio...

Praguejei novamente por meus amigos terem me largado naquela noite.

Sem contar que eu quase morria com o cheiro dos peidos de Mingyu e aquele cheiro de gasolina.

Olha senhor, aquele castigo foi de matar.

-Como tem coragem de andar naquela bomba com rodas?--perguntei, fazendo ele rir.

-Alguma coisa contra o meu carro?--tudo?!--eu sou apaixonado por carros antigos.

Péssimo gosto.

-E fuscas são minha grande paixão--complementou--você gostou do Bambo?

-Bambo?

-É o nome do meu menino amarelo--ele mostrou os dentinhos que eram semelhantes a de um coelho.

Arrumei os óculos.

-Seu carro parece restos de peças de um ferro-velho--falei rindo.

-Aigoo, sabia que ele é sensível?

-Super--digo--tão sensível que até me atacou aquele dia--dei de ombros e voltei para o caminho.

Caminhei despreocupado até a cafeteria.

-Atrasado de novo, sueterzinho?--Mingyu não esperou nem eu passar do balcão.

Aquele poste com pele caramelizada tinha um sorriso torto nos lábios.

-Fui na biblioteca--falei dando de ombros.

Lavei minhas mãos e pus o avental. Dessa vez, Sana já tinha ido embora.

-Mingyu! Você sabia que o tio Hong vendeu o Mustang? Eu ia comprar e ele não esperou!--Jeon reclamava.

Não fazia ideia do que era um Mustang.

Fusca Amarelo JiKookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora