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Acordo cedo, tomo meu banho, me arrumo e me sinto muito tensa para o primeiro dia.

Encontro papai na sala.

- Bom dia Pai.

- Oi filha. Bom dia. Quase não a vi ontem. Está tudo bem?

- Sim Pai. Está tudo bem.

- Que bom querida.

Dener entra na sala com uma calça jeans clara, uma camiseta azul marinho com alguns detalhes e um óculos escuros. Oh visão perfeita, meu pai...

- Bom dia Tio. Bom dia Brie.

Dener fala normal, imagino que não queira que papai saiba de nossas diferenças.

- Bom dia, Dener.

- Bom dia.

Digo e sorrio fraco pra ele.

- Filha, como você ainda não está acostumada a dirigir pela cidade e precisa aprender os melhores caminhos, Dener vai te levar todos os dias para escola. Até providenciarmos o seu.

A não. Por que isso agora? Vou ter que aturar esse reclamão, e essa beleza em um espaço minúsculo de um carro todo dia?... Aí ai... Preciso estar brava nesse momento, mas até que não fico tanto como eu deveria. Por eu e Dener não respondermos e permanecermos calados, papai diz:

- Dener, espero que não tenha problema. Sua faculdade é há poucos minutos depois do colégio. Seria inviável eu sair todos os dias e voltar para casa e escrever meus livros. Será por pouco tempo, até providenciar um carro para Briella. Só preciso que mostre o caminho para ela.

- Não há problema algum Tio. Farei isso até o dia que o senhor pedir.

- Que ótimo filho. Agora podem ir para não se atrasarem.

Saímos em silêncio até a garagem. Dener abre o seu Jeep Wrangler preto, muito lindo por sinal, entra e me espera. Fico parada por um tempo observando e esperando sei lá o que. Buzina me tira do além...

- Vai ficar parada aí, ou vai entrar pirralha?

Aí cara, esse menino está me tirando do sério.

- Cala essa boca, Dener. Você é um só um universitariozinho machista. Está mesmo pensando que você é essa coisa toda que pensa? Não meu filho, não mesmo. Para você sou uma pirralha? Certo. Olho de lado para ele, ergo a sombrancelha. Sou mais eu...

Faço bico de deboche, sento, coloco meu cinto e bato a porta.
Dener me olha perplexo sem saber o que dizer.

- Vamos Dener,vai dirigir ou ficar parado aqui o dia inteiro.

Não conversamos o caminho inteiro, olho algumas vezes para Dener de maneira que ele não perceba, e seu semblante é de confusão, dor e algo indecifrável, fico pensando por que ele é assim comigo? Nunca dei motivos para ele não me querer por perto, somos primos tão próximos, nossos pais sempre estavam juntos, principalmente quando tia Bet tinha um namorado novo, ele sempre ficava em minha casa. Eu realmente gostaria de ser pelo menos sua prima normal, não precisava ser amiga, mas pelo menos uma relação aceitável. Apesar de querer beijar essa boca irresistível que agora ele tem. Ele é meu primo, mas conheço muitos casais de primos, não que eu queira ser um casal com ele, longe disso, mas uns pegas gostosos, ah como seria ótimo. Sorrio um pouco... Isso não seria um crime. Seria? Ah... Tá cansativo. Respiro fundo e vejo que ele me olha por uns instantes. Foram uns 30 minutos até chegar na frente do meu colégio. Vejo a quantidade de carros, garotos e garotas de todos os estilos conversando e zuando. Aí meu Deus, me ajuda... Não sou tímida ou algo do tipo, porém como odeio falsidade geralmente sou difícil em fazer amizades. Mas vamos lá, hora de encarar essa nova etapa como disse meu pai.

Tiro o cinto e abro a porta. Sinto meu braço sendo puxado e Dener me olha um pouco receoso. Na certa procurando as palavras a serem ditas.

- Fica só mais um pouquinho. Acho que não vai se atrasar, ainda faltam 20 minutos para o início das suas aulas.

- Certo. Digo apenas.

Dener estaciona o carro mas distante da entrada do colégio. Respira um pouco desordenado e começa a falar:

- Brie. Você é minha prima, respeito muito o seu pai. O considero como um pai. Esse meu jeito é um modo proteção ativado, quero que entenda que tenho vontade de protege-la assim como protegeria Emma se ela tivesse a sua idade e... Ele suspira fundo como se estivesse com dor... como não pude proteger minha mãe. Já passei por essa fase da vida e sei muito bem como funciona as coisas.

Ele para um pouco esperando uma reação.

- Você não me conhece, Dener. Quando convivemos eu era realmente uma criança. É certo que já passou pela minha idade, mas isso não lhe dá o direito de me chamar de pirralha o tempo inteiro e de querer controlar os meus passos.

- Mas você não tem experiência de vida pi.... Brie. E você não colabora se vestindo tão sensual e lin... E justo demais... Precisa se comportar, principalmente na frente dos meus amigos. E você... Que droga. Por que seguir meus amigos no insta, e por que aquela foto ontem a noite?

Dener fica confuso nas palavras e não fala coisa com coisa. Esse garoto só pode ser doido. Ou melhor ele quer é me deixar doida.

- Você não está falando coisa com coisa Dener. Para que está esquisito. Vou te dizer uma coisa, eu não sou uma garotinha perfeitinha, sei me cuidar e não pense que eu nunca fiquei com um garoto ou até mesmo universitário se é o que você está se preocupando. Não sou como essas menininhas que você conheceu ou conhece. E tia Bet só conheceu pessoas erradas, você não poderia protege-la.

Falo ficando nervosa já e depois tentando consola-lo. Me viro e abro a porta para descer do carro.
Denovo ele me puxa e dessa vez ele passa um pouco por cima de mim para fechar a porta. Quando volta, seu rosto passa tão próximo ao meu e seu olhar vai em direção a minha boca, que automaticamente mordo os lábios. Dener respira fundo, bate as mãos no volante e me olha.

- Vamos começar denovo, em respeito ao seu pai. Somos primos, moramos na mesma casa, vamos vir e voltar todos os dias sozinhos e se ficar assim nossa rotina vai ser insuportável.

Dener fala um pouco cansado e com a respiração ofegante.

- Por mim tudo bem Denn. Vai ser muito melhor assim.

- Certo. Venho lhe buscar às 17h. Boa sorte e boa aula. Comporte-se.

- Tchau, Denn. E não vou me comportar, vou agir como Briella Sanchez age.

Pisco com desaforo para ele.
Ele respira fundo, balança a cabeça e sai.

...

Irresistível TentaçãoWhere stories live. Discover now