Capítulo XIV

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Sophie McVille

Assim que Robert saiu, Sophie se virou e encarou sua família, esperou por esse momento por tanto tempo, então porque agora se sentia extremamente desconfortável?

-E como foi a viagem? -Disse ela se sentando no sofá a frente deles.

-Como toda viagem de negócios: cansativa. -Disse Anthony se servindo de uma bebida, ao contrário de Robert, ela não conseguiu fazer o irmão largar a bebida.

-Viagem de negócios? Achei que tivesse se perdido ou...Deus sabe lá o que.

-Não, querida. Deu tudo certo. -Disse seu pai calmamente.

-Como deu tudo certo? Disseram que acharam seu barco, suas coisas, tudo jogado na praia.

-Um pequeno imprevisto.

-Estavam bem esse tempo todo?

-Somos marinheiros, Sophie. -Disse Anthony, bebendo mais um copo, ela sabia que ia ficar difícil conversar sobre Robert com ele bêbado.

-Não podiam pelo menos...ter mandado uma carta? Ou pedir para alguém voltar para avisar? Quem sabe um sinal de fumaça?!

-Do que adiantaria? Você nem olha para o céu.

-Sinto muito, mas nós iríamos chegar primeiro que a carta. -Disse seu pai, ignorando a provocação de Anthony.

-Eu duvido que uma carta iria levar 5 meses para chegar!!

-A nossa ia. Você encontrou o recado na garrafa, devia ter entendido de que não havia com o que se preocupar.

-Você esta certo, querido irmão. Porque eu iria me preocupar com minha família sumindo por 5 meses!

-Sophie, sente-se por favor. -Disse seu pai, e nesse momento percebeu que tinha se levantado, ela se jogou no sofá novamente. -Não podíamos te avisar.

-Todo mundo achou que vocês tinham morrido, menos eu, que me recusei a acreditar.

-Só a sua opinião importa, querida. No final você tinha razão.

-Sobre o que estavam resolvendo?

-Isso não é problema seu. -Disse Anthony tomando mais um copo.

-É claro que é problema meu. Eu também sou dessa família, tenho direito de saber de onde vem o dinheiro que compra meu café da manhã.

-Devia ficar feliz por ter café da manhã.

-Chega Anthony! Seu irmão tem razão, isso não é assunto para você, não entenderia.

-Então tente me explicar.

-Eu não...

-Nós fomos encontrar um grande produtor de chá, ele estava falido, quer dizer, quase. Fomos juntar alianças, basicamente. Mas demorou mais do que imaginávamos, ele não cedeu na primeira oferta e muito menos na segunda. Levamos 2 meses para ele finamente pensar a respeito, foi onde começou o boato de que tínhamos morrido, que por algum motivo, fez nossas vendas triplicarem. Então ficamos por lá por mais alguns meses, só para gerar um lucro suficiente para conseguir pagar os terrenos que compramos deles. Estava tudo sobre controle, administramos as coisas por lá, mas vimos que estava tudo em ordem, pensamos que era você administrando tudo...mas não seria possível, ficamos desconfiados então voltamos, mas ninguém sabe ainda, caso precise voltar. Mas temos um problema maior, você compartilhou nossos negócios com um desconhecido.

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