Azul e Vermelho: Mais Procurados

Asa Noturna e Capuz Vermelho

— Tem certeza de que tá pronto pra isso, meu bem? – Dick perguntou, olhando para Jason, enquanto o elevador os levava para a Batcaverna. – Acho que daqui pra frente as coisas vão ficar bem pesadas, mais do que o que estamos acostumados.

— Eu tô pronto sim, meu amor. – Todd levou suas mãos até as do namorado, passando segurança com o toque. – Tenho um bom pressentimento sobre isso. E o treinamento, foi suficiente?

— Felizmente, sim. – Grayson sorriu, confiante. – Estou mais ágil do que nunca.

— Fico feliz ouvindo isso. – Jason sorriu de canto e soltou as mãos do mais velho, pois haviam chegado à caverna. – Vamos.

Dick concordou com a cabeça e seguiu o mais novo pela ponte que levava até o Batcomputador. Nele, estava Bruce, vestido como Batman, juntando informações no computador. Parecia preocupado, ao mesmo tempo que interessado em alguma coisa.

— Estamos aqui, Bruce. – Anunciou Grayson, se espreguiçando como sempre fazia.

— Vieram mais cedo do que eu esperava. – O morcego sorriu, um sorriso escondido da vista dos garotos que ali estavam. – A propósito, feliz aniversário, Jason.

— Hoje foi meu aniversário? – O garoto de camiseta vermelha perguntou, confuso. Tinha certeza de que seu aniversário era no dia vinte de abril, e não naquele simples oito de agosto. – Bruce, acho que você se confundiu.

— O aniversário do Jay foi há quase cinco meses, Bruce... – Dick cruzou os braços, preocupado com a sanidade do seu protetor. – Tá ficando doido?

— Bom, de acordo com a informação que o Damian... – pausou e tossiu para refazer a fala. – Que o meu filho me deu, hoje é o sexto aniversário da ressurreição do Jason no Poço de Lázaro, então podemos chamar de aniversário.

— Faz sentido, mas ainda assim... – Grayson coçou a nuca, um pouco incomodado. – Não acho que seja uma boa tratar essa data assim. – Olhou para Jason e viu sua expressão inesperadamente triste com o que ouvia. – É uma memória ruim para todos nós, principalmente para ele... – Deslizou a mão para segurar a de Jason, um incentivo para melhorar o humor, e conseguiu um sorriso tímido em retorno.

— Tem razão. – Batman se virou para os protegidos, arrependimento sendo o destaque da sua expressão labial. – Sinto muito, não sei por que inventei de falar isso.

— Fica de boa. – Jason esfregou o braço com a mão livre, ainda cabisbaixo. – Você não é nada bom com humor, Bruce.

— Eu concordo. – Damian disse, pousando próximo à reunião. Estava pendurado numa estalactite, só ouvindo a conversa, vestindo seu traje personalizado de Robin. – Praticar na frente do espelho não funciona se você já não é palhaço por natureza. – Cruzou os braços e ergueu um pouco o queixo, não para ser esnobe, era apenas costume. Um som de "tt" saiu dos seus lábios, para finalizar.

— Por que eu não estou surpreso? – Dick comentou, franzindo as sobrancelhas. – Às vezes eu penso que o Damian é mais Batman do que o próprio Batman, nunca vi alguém se esconder tão bem.

— Eu sou um assassino, Grayson. – O pequeno Wayne retrucou, direcionando o olhar para o primeiro Robin. – É minha obrigação me esconder bem, ou então eu estarei simplesmente desonrando o meu clã.

— Se eu estivesse com minhas pistolas aqui, eu acabava com esse papo de assassino juvenil com uma bala só. – Jason bufou, impaciente. – Mas, enquanto você não aparecer no quarto do meu namorado no meio da ação, vou te aturar.

— Não gosto da maneira que você dá importância a essas coisas banais, Todd. – A expressão no rosto de Damian tomou algumas doses de raiva. – Isso só te traz desgraça, e a minha existência é um exemplo disso, não é, pai?