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obs 1: oi, pessoal! leiam as notas finais por favor ❤️ e leiam esse capítulo com calma porque acho importante entender os diálogos...

obs 2: quero mandar um beijo pra Giovana (pão de batata), Estela (alice kkkkkk), e pra Ash (roi, casada) que ficam a madrugada acordadas e mandam várias cantadas pra todo mundo, inclusive pra mim kkkkkk. Amo vocês demais 💜❤️💛

boa leitura!

...

FELINA

— Quero que você volte para casa.

Ah, mas nem fodendo.

Dou uma risadinha debochada.

— Por quê?

— Porque você é minha filha.

Balanço a cabeça em negação. Por um instante quero chorar. Deus, como eu quero desabar agora. Meu eu criança voltaria correndo para ela. Essa parte vai sempre estar ligada à Sombria, porque querendo ou não, foi a única mãe que eu tive. Ela me criou, e foi meu único mundo por anos.

— Você não é minha mãe. Uma mãe de verdade não abusa dos filhos. Ela dá carinho, abraça e diz que vai ficar tudo bem, protege e até dá broncas, mas não é com má intenção. Não tem violência. Não tem segundas intenções, nada a ver com dinheiro.

— Eu admito que sim, peguei o dinheiro do governo e pedi o auxílio, mas foi porque precisava para cuidar de você e nos manter naquela casa.

Quero arrancar meus cabelos. Volto a falar, agora mais alto:

— E onde foi parar o resto do dinheiro? Porque, se eu me lembro bem, a gente mal pagava gasolina pro carro ou fazia supermercado direito.

— Guardei para a sua universidade  — Sombria usa o tom de voz mais grave, do tipo que amedronta.

— Mentirosa! Acabava gastando tudo em bebida ou qualquer coisa que a fizesse esquecer do mundo! — acuso-a apontando o dedo em seu rosto. Ela fica imóvel. — Era por isso que eu fiz esportes todos esses anos. Porque, quem sabe, não me davam uma bolsa de estudos? Ou quem sabe eu tirava notas incríveis? Tinha que haver mais de uma opção.

— Mas essa é quem você é! Eu acreditei no seu potencial, te motivei a ter mais opções porque tudo o que quero é o seu bem.

Dou mais alguns passos em sua direção. Lágrimas quentes escorrem pelas minhas bochechas.

— "Opções" não é uma palavra com que eu cresci. Era apenas "cinquenta voltas ou sem jantar", ou "três horas seguidas na quadra e quem sabe eu devolva seu celular hoje". Tá de brincadeira comigo? Eu sou só uma bonequinha que pode controlar?

Sombria aperta os lábios e fecha os olhos. Ela tenta se controlar, mas é a mesma expressão que vi várias e várias vezes, de quando ela tentava, mas depois nunca conseguia. Porque ela está desesperada.

Ela está desesperada para me ter de volta.

Sombria dá um passo para tentar segurar meu ombro, mas eu desvio rapidamente, com os olhos agitados e quase sem respirar. Estou em em choque porque há dias fiquei sem estar tão próxima dela assim.

— Essa não é você! — vejo o desespero em seus olhos. Ela está chorando. — Eu preciso de você, Felina. Te conheço e sei que as coisas parecem complicadas, mas precisa voltar comigo e esquecer esse pessoal. Tudo vai voltar ao normal quando ficarmos juntas.

Eu dou um grunhido alto e me afasto. Agora estou chorando também.

— Não, você não vai me manipular assim como todos esses anos. — Passo a mão em meu braço, onde sei que há marcas feitas por mim e por ela que provavelmente jamais vão sair. — Essa sou eu! A menina que você conhecia não era real, porque por fora era boba, inocente, manipulada e fraca, mas a verdadeira  sempre esteve aqui.

SUCKER PUNCH • (she-ra) catradoraTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon