Capítulo 12

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Quinto dia. Metade de toda as conversas fiadas, fofocas cochichadas entre as camareiras, e a multidão atrás da brasileira, se passaram com rapidez. Parte da manhã transcorreu numa calmaria tremenda, Cacau adormeceu profundamente, já que virou a madrugada na presença do príncipe.

Porém no primeiro andar, numa vasta sala, onde apenas alguns cômodos sofisticados, como sofás de couro branco, e luminárias, preenchiam o lugar. Beto aproveitou do sono exagerado e estranho da menina, para trabalhar usufruindo dos minutos de paz.

_Sr.Monteiro-Astrid cumprimentou adentrando o ambiente vazio. O rapaz se virou vagando, e retirou um dos fones de ouvido-Não esperava encontrá-lo por aqui ainda pela manhã, pensei que a senhorita Assunção tivesse um evento na cidade.

_Houve um problema com a iluminação, então fomos obrigados a remarcar- o secretário explicou. A rainha atenta, e com os olhos profundos e intimidantes se sentou frente a ele.- Aliás eu queria falar com a senhora sobre isso, como aconteceu esse imprevisto, talvez vamos ter que aumentar nossa estadia, e ficar por aqui mais um dia.

_Ah que ótimo!-Astrid exclamou, e a real animação da rainha deixou o rapaz confuso- Nós nãos costumamos receber muitas visitas que tenham a idade do Frederick- ela parou arrumando as três pulseiras de diamantes, antes de olhar o rapaz- Sabe que com a vinda da senhorita Assunção, eu descobri algo que nunca tinha percebido?

_É mesmo?-o tom levemente irônico passou amargo pelos olhos destemidos dela. Beto devagar foi até o outro sofá, e se sentou deixando o tablet e os fone de lado, para ouvir melhor o que a rainha diria.

_Sim, eu nunca havia notado o quão meu neto é sozinho por aqui-ela suspirou- Ele e Cacau parecem se dar bem, e mesmo que sei que você tenha dúvidas, eu aprecio essa amizade dos dois.

_Desculpe, mas é meio difícil de acreditar nisso-Roberto estreitou os olhos receoso de que as palavras a ofendessem, porém pelo contrário, a rainha soltou um sopro de ar pelos nariz e exibiu um sorriso de lado.

_Não me torne a vilã dessa história, Sr.Monteiro- o tom firme e seguro- assim como você, eu apenas quero o melhor para os dois! E o melhor para Frederick é se manter focado nas lições, e estudos.

_Acredito que essa seja o problema- ele respondeu num tom amável, na tentativa de em uma brecha alerta-la- Você priva o  garoto de coisas normais da adolescência, como ter amigos. Eu não quero me intrometer na criação do príncipe, de forma alguma-ele reafirmou- É que eu o vi poucas vezes, e foram raras as vezes em que ele sorriu, verdadeiramente.

_Eu entendo o que quer dizer-Astrid se levantou incomodada- Mas eles são de mundos diferentes, Frederick é ingênuo e pode acabar sendo influenciado.

_Hum-ele riu, olhando de relance para o chão- Cacau pode ser um pouco precipitada, ou até  meio doidinha. Mas eu nunca conheci alguém que tenha um coração maior do que ela, se você realmente desse uma chance e conhecesse Cacau, você teria outra ideia.

_ Eu não tenho dúvidas de que a senhorita Assunção seja uma boa garota- Astrid afirmou com uma fina linha nos lábios- Mas, não finja que não perceba que isso não vai dar certo, pelo menos não nessa vida.- ela se virou para sair mas um pigarrear da garganta vinda do rapaz a fez parar. 

_Cacau é uma garota inteligente, rainha- ele se levantou- mais do que a senhora imagina. 

Um sorriso regado as rugas leves exibido nos lábios da rainha, foi a última coisa que Beto viu, antes que ela saísse em silêncio. Ele chacoalhou levemente a cabeça, confuso com toda aquela conversa, e sem perder tempo pegou as coisas que havia deixado no sofá.

Ele retornou ao quarto do último andar, e abriu todas as janelas, dando abertura aos raros raios de sol de Copenhage. Cacau resmungou na cama, e se mexeu incomodada.

O Sequestro De Um Príncipe [COMPLETO]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora