10.
— É impressão minha ou você conseguiu ficar ainda mais bela desde a última vez que nos vemos, Mali? – Andrew segura minha mão direita com delicadeza e deposita em seguida um beijo morno, sem desviar os olhos dos meus.
— Ora não seja bobo, Andrew. Não faz nem uma semana desde que nos vimos. – Explico não conseguindo não sorrir para o rosto bonito e gentil a minha frente.
Na verdade, o único que julgo poder levemente confiar e até conversar deliberadamente sem ser reprovada, questionada, investigada, como a rainha e todos os outros fazem é Andrew.
Por mais que Isabela e o rei tentem me manter a vontade aqui, ainda não consegui me situar e para mim, todos são desconhecidos. Logo, não tenho com quem conversar, além da Dri e da Vi, é claro.
— Prevejo dias maravilhosos ao seu lado, minha pequena espertinha.
Sem dizer mais nada que explicasse seu último comentário, Andrew retira-se dando a vez para um jovem um tanto desengonçado, o rosto levemente bronzeado, com poucas sardas e os cabelos negros perfeitamente alinhados. Carregando um manto dourado com uma lamparina bordada cercada de muros, como uma fortaleza, vi-me de frente ao príncipe do reino das Lamparinas.
— Muito prazer senhorita, sou o Príncipe Alfred, do reino das Lamparinas. – Ele diz timidamente.
E eu sorrio em sua direção.
— O prazer é todo meu, alteza.
— Me chame de Alfred, odeio esse "príncipe" – mexe os indicadores sinalizando o seu título e eu amplio um pouco mais o meu sorriso.
Ao que parece nem todos aqui queriam ser príncipes, ou pertencerem a realeza.
— Fez uma amiga, docinho? – Uma mulher alta e de presença marcante surge logo atrás de Alfred, ergo o olhar e encaro os cabelos negros da recém-chegada caírem como cascatas sobre sua cintura, os olhos azuis fixados em mim, procuram algum reconhecimento sobre quem sou.
— Mãe! Por favor... – Alfred pede baixinho a mãe, que apenas gargalha deliberadamente, sem se preocupar com os outros reis que estavam presentes.
Irreverente.
Essa é a palavra que posso usar para descrevê-la.
— Desculpe por assustá-la, querida. Me chamo Cassandra. E você é a...?
Balanço a cabeça, ainda atônita com a rainha a minha frente.
— Mali, majestade. – Faço uma mesura e ela balança a mão.
— Sem todas essas pompas, Mali. Lembro-me de você quando era pequena.
Arregalo os olhos e a encaro.
— C-como?
— Seu pai não era o Charles? – Assinto. — Vi você uma ou duas vezes correndo por aqui, deveria ter seus quatro anos, se eu não me engano. Ficastes ainda mais bela! – Ela me envolve em um abraço apertado e assustador para os outros monarcas, sem entenderem por que a rainha do reino das lamparinas estava abraçando uma reles desconhecida.
Na verdade, nem eu estou entendendo, mas deixo para assimilar tudo mais tarde na segurança do meu quarto. Por agora, necessito conhecer melhor essa família. Essa rainha, e saber mais sobre o meu pai.
Cassandra despede-se passando para o lado, cumprimentando o rei e sua família agora, depois disso eu não prestei tanta atenção assim.
Notei uma movimentação de uma jovem de cabelos longos e loiros, atacando ferozmente os príncipes do Fogo, ela investia nos dois ao mesmo tempo, quer dizer, um de cada vez, mas sempre que era rejeitada por um seguia até o outro, como se não desse valor a si própria, ou estivesse tão desesperada por atenção que mal notava o quanto era bela e não necessitava daquilo.
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Sem Ela [CONCLUÍDA]
SpiritualObra Concluída. ✔ Uma jovem morena de olhos com de mel, chamada Mali. Até aqui nada demais! Ela era órfã de pai e mãe, morava com a madrasta e as meia-irmãs, trabalhando do amanhecer até bem depois do entardecer. Espera sabemos que agora ficou clic...