Capítulo 17

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Capítulo 17

Ethan narrando

Exatos trinta dias. Sim. Faz um mês que ela se foi. Um mês que eu não tenho notícias dela. Já vasculhei esse reino inteiro, o virei de cabeça para baixo. Já busquei informações nas fronteiras e nada. Ninguém viu a dona dos olhos cor de mel!

Eu sabia que algo estava errado com ela. Naquela última semana, Mali quase não me olhava, o que era absurdamente terrível, mesmo na época que implicávamos um com o outro fomos mais próximos. Além é claro de ela estar com orelheiras e não estar se alimentando direito. Ela tentou mascarar a falta de sono com maquiagem, mas como ela nunca precisou daquilo, eu percebi logo de cara. Fiquei preocupado, contudo ela não me deu muita abertura para perguntar.

Queria ter me aproximado, visto o que estava acontecendo, porém a confusão do reino e aquele sentimento estranho sempre que a via rindo para Andrew me mantiveram afastados. Sempre que podia eu a olhava de longe, mesmo que por pouco tempo, já que minha vida se resumiu a reuniões e reuniões.

E de que adiantou? De nada!

Agora não consigo me concentrar nas reuniões.

São um tédio e não me trazem quem eu quero por perto.

Oro todos os dias para que ela se encontre bem, não suportaria perdê-la.

Ela se foi justo quando o Senhor me deu a certeza de que seriamos algo mais.

Sei que existem rumores de ela tenha partido com o Andrew, mas não sei se confio nisto, afinal ele é o meu melhor amigo e é claro que sabia o que sentia pela pequena encrenqueira.

Outra coisa que vai acontecer nestes dias é o plebiscito. Como estive desligado do reino, e o corpo de meu pai não foi encontrado, ou seja, eu não assumi o trono legitimamente, o conselho decidiu deixar que o povo escolhesse o próximo rei. Eu e meu irmão seremos os nomes votados.

Confio e amo o meu irmão, porém me pergunto se ele estaria preparado para dar conta de todo o Reino do fogo. Tenho orado por isso também, sinto que esse é o meu chamado. O Senhor foi quem me colocou como herdeiro, e acredito que me capacitou para zelar pelo meu povo.

— Meu filho, hoje é um dia importante se alimente direito – minha mãe pediu quando estávamos sentados na mesa do café da manhã.

— Estou sem fome, mãe – respondi simplesmente.

— Bom, que sobra mais! – Ryan tentou relaxar o clima, logo após o café começaria a votação.

— Irmão, eu sei que estamos preocupados com a Mali, contudo se não se alimentar direito, não estará com saúde para encontra-la quando for necessário – Isabela segurou minha mão por sobre a mesa de maneira carinhosa.

— Eu nunca confiei nela... – minha mãe murmurou. – E agora, olha o que ela fez com você...

— Bom dia, amigos! – cumprimentou o rei do Gelo, entrando na sala de refeições junto com sua família, quer dizer, Andrew curiosamente não estava com eles.

Logo após o plebiscito o rei será coroado, portanto todos os reinos foram convidados, os primeiros a chegar foram os monarcas do Gelo. Assim que todos os cumprimentos foram devidamente feitos, nos sentamos e prosseguimos a refeição.

— Onde está seu irmão, Phillip? – minha mãe perguntou como quem não quer nada.

— Ele não voltou para casa, enviou uma carta dizendo que precisava resolver algo.

— Na verdade – John tomou a palavra – acredito que tenha uma moça envolvida, não duvido que teremos um casamento muito em breve no reino do Gelo!

Aquelas palavras foram como faca em meu peito. Será que estava enganado com respeito ao meu melhor amigo?

(...)

— Todos de pé para saudarem Vossas Altezas Reais os Príncipes do Fogo! – bradou o líder do conselho assim que passamos pela porta da sala de reunião.

— Boa Sorte, maninho! – cochichou Ryan quando paramos de frente para todos os que estavam ali em assembleia.

— Como sabemos o Rei Edmund, majestade do Reino do Fogo, foi brutalmente assassinado, seu herdeiro direto, Príncipe Ethan por sua vez não assumiu o trono, alegando que enquanto o corpo de seu pai não fosse encontrado, ele permaneceria como Príncipe regente. Entretanto, após todo esse tempo se tornou de extrema prioridade a escolha do próximo monarca – ele fez uma pausa de efeito, ele tinha uma queda pelo teatro. – Sei que o plebiscito não é uma escolha padrão para tal ato, mas após um requerimento anônimo perante o conselho, essa decisão foi tomada.

Espera um pouco aí, quem foi que requereu uma coisa desta?

Tinha que ser anônimo?

Senhor tenha piedade do meu povo!

Já havia se passado duas horas, eu e Ryan tínhamos sido "entrevistados", para não dizer interrogados, pelos presentes. Foi nesse ponto que a votação começou.

A cada um que se levantava e colocava o papel naquela urna o meu coração falhava, minhas mãos estavam frias, o suor descia pelas minhas costas.

Faltava apenas o voto do líder do conselho, contudo o mesmo só votava caso fosse preciso, portanto a apuração deu-se inicio.

— Senhoras e Senhores, Altezas e Majestades, após a apuração de cada um dos votos, chegamos ao resultado – respirou fundo, eu queria chacoalha-lo, aquela mania de dar pausas de efeito era terrível! – Temos um empate!

O burburinho tomou conta do salão.

Fiquei em choque.

Empate?

Então o furo do reino estava nas mãos daquele dramaturgo amador?

Pai tenha misericórdia!

— Dada as circunstâncias, o voto de desempate é de minha autoria. Avaliando todos os critérios, todo o histórico de cada um dos príncipes em questão, o meu voto vai para...

A próxima palavra que ele proferisse mudaria a minha vida e a de milhares de pessoas, será que ele possuía ciência de que aquilo não seria apenas um nome? Tantas pessoas, tantos problemas, lutas e batalhas, estariam nas mãos daquele que o líder do conselho chamasse. Inevitavelmente eu prendi a respiração. Deus estava no controle!

— Parem! – o grito veio de uma voz conhecida que abriu a porta num só baque.

Meu coração se aqueceu ante aquela visão.  

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Agora aguenta coração....
Hahahaha

Nos vemos na quinta ou amanhã?

Vocês decidem.

Lembrando que estamos na reta final.

A nossa meta de hoje é  50 voto e 190 comentários. Vamos lá???

MaJu 💙

Sem Ela [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now