Introdução

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Será que demoraria muito? Eu olhava ao redor, procurando o garoto da foto que Ino havia me dado

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Será que demoraria muito? Eu olhava ao redor, procurando o garoto da foto que Ino havia me dado. Ele parecia isso mesmo, um garoto meio desengonçado com um piercing ridículo na sobrancelha. Além do olhar perdido, de quem não se importa com nada. Suspirei e bati a foto na palma da mão, enquanto aguardava ansiosa para que o garoto chegasse logo e eu pudesse voltar para o meu ukulele. O irmão da Ino retornaria hoje do intercâmbio que fez fora do Japão e ela não conseguiu tirar folga. Ou seja, só restara eu para buscar seu irmãozinho no aeroporto, claro, porque eu era uma maldita desocupada e Ino a trabalhadora.

Bufei, fazia mais de uma hora que eu esperava aquele garoto chegar e nada. Recebemos a informação de que alguns voos atrasariam devido ao tempo, ou seja, me lasquei. Porque cheguei cedo demais para não deixá-lo esperando. Foi nesse estágio da espera que decidi ligar para Ino e perguntar se ela recebeu notícias de Naruto, pois eu já estava congelando ali dentro. Não sabia que faria tão frio, quando saí de casa havia uma bolota queimando no topo do céu e graças a falsa ilusão de calor só levei um cardigã leve na bolsa. Agora sentia fortemente os efeitos do clima, que esfriara consideravelmente de uma hora para outra. Eu já devia estar com a boca roxa por causa do vento cortante que entrava por todas as frestas daquele lugar imenso. Busquei o número da Ino na agenda e liguei, nem tentei o line, ela não costumava visualizar nada no celular enquanto trabalhava. Por este motivo, o barulho era a única coisa que poderia chamar sua atenção. Quero dizer, se o celular não estivesse no silencioso, abandonado dentro da bolsa. Nunca entendi como minha amiga conseguia ter tanto autocontrole para redes sociais e essas coisas. Eu checava meu instagram de cinco em cinco minutos. Era como minha geladeira vazia, que eu olhava com frequência, mesmo sabendo que nada de novo brotaria lá.

Patético. 

Caixa postal, droga. 

Conformada, segui em direção à uma cafeteria, que provavelmente devia cobrar um rim por dois goles de café preto. Só que eu precisava de algo para aquecer meu corpo, minhas juntas já faziam crec, a ponto de quebrar conforme eu caminhava. Coloquei a foto na bolsa e passei a esfregar meus braços, numa tentativa de manter-me aquecida. Eu só tinha o dinheiro do Uber de volta, mais alguns trocados e começava a ficar com fome. Já estava irritada com os dois, Ino havia me passado o número do tal de Naruto, para que pudéssemos conversar em caso de emergência, só que constava a última visualização há mais de 24 horas e não foi surpresa alguma quando me vi completamente ignorada por ele. Pior, tudo aconteceu repentinamente, porque Ino prometera ao irmão que conseguiria buscá-lo. Somente ontem à noite ficou sabendo que não teria a tão sonhada folga para isso. Bati o pé até a cafeteria, pedi um café e um bolinho de arroz. Foi o máximo que consegui pagar sem mexer no dinheiro destinado à nossa volta para casa. Já que Naruto provavelmente também não tinha dinheiro, segundo sua irmã, ele era um duro. Típico de estudantes de intercâmbio.

Tomei o café, comi meu bolinho e folheei vários livros em uma livraria, antes de finalmente ouvir o anúncio sobre o voo que Naruto estaria.

— Graças a Deus! — exclamei, correndo até o portão de desembarque.

Louca para acabar logo com aquilo e ir para minha casa, tomar um banho morno e treinar um pouco para o próximo vídeo de tutorial que eu postaria no youtube ainda naquela semana. Foi nesse instante que vislumbrei o cara mais lindo de todo o planeta. Arrastava uma mala escura e, apesar do olhar cansado, de quem enfrentou horas dentro de um avião, continuava sendo o maior colírio que meus olhos já viram. Sem exagero!

Fiquei ali babando naquele homem enorme com mais de 1,80 de altura — chutando baixo — e até me esqueci que precisava encontrar Naruto. Demorei alguns segundos para enfim perceber a coincidência. Só focava no deus grego que vinha em minha direção, com um leve sorriso nos lábios. Espera, eu precisava limpar a baba que escorria pelo meu queixo, antes de ficar cara a cara com um homem tão lindo assim! Aliás, por que ele viria até mim, se nem nos conheciámos? Olhei para trás, buscando me certificar de que não havia nenhuma outra mulher deslumbrante às minhas costas. Sabem como é, o bonitão poderia estar vindo para outra pessoa próxima. Mas, percebi que não, era comigo mesma. 

Ah. Meu. Deus!

Aja naturalmente, aja naturalmente.

Passei as mãos pelos cabelos, a língua nos dentes, para ter certeza de que não tinha arroz grudado ali e baforei disfarçadamente.

Droga, bafo de café.

Tarde demais, ele já estava praticamente na minha frente. O que dizer? Ei, não tampe minha visão, preciso encontrar o irmão da minha melhor amiga! Pensei com meus botões. Só que eu não me importava de verdade. Naruto que esperasse.

— Hinata? — chamou-me, olhando uma foto, em seguida voltando os olhos incrivelmente azuis para mim.

Finalmente minha ficha caiu, aquele gato era Naruto, quanto tempo passou desde que ele tinha espinhas e cara de adolescente abandonado?

Para o mundo que eu quero descer!

— Eu mesma. — me ouvi responder, baixo demais para o meu gosto.

— Desculpe a demora, esse tempo dificultou tudo, o piloto não conseguia pousar. — explicou, deslizando os dedos pelos cabelos claros.

Uau, espera, mais uma vez uau!

Me concentrei em não gaguejar, era tudo o que me restava. Filha da mãe, por que Ino não me contou que aquela foto estava totalmente desatualizada? Eu teria me arrumado um pouco mais! Agora sentia-me uma largada, com uma calça jeans surrada, minha camiseta do Goku e um cardigã amarelo por cima. Era pra acabar mesmo, zero glamour. E o bafo? Eu estava com um forte bafo de café!

Eu mataria minha amiga, aquela traíra do caramba.

— Tudo bem — forcei-me a dizer, ostentando um sorriso sem dentes no rosto. — Vamos indo? Está bem frio aqui e eu estou congelando. — fui andando na frente, torcendo para que Naruto não tivesse sentido meu bafo de café.

Ele obedeceu e ouvi as rodinhas da mala rolando pelo piso do aeroporto. Era por essas e outras que eu permanecia forever alone, definitivamente eu não sabia aproveitar as oportunidades que a vida me oferecia.

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Havia retirado a história daqui devido a um erro no enredo. A fanfic está concluída agora, mas preciso concertar o furo e revisar tudo. Então vou repostando aos poucos.

Desculpe.

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