Sonhos de um ninja | NaruSasu

I

Sentir aquela presença fez o sangue correr por suas veias como um raio se espalha pelo céu ao cair. Incrédulo, não conseguiu se conter. Saltou para o galho mais alto da árvore que se apoiava, tentando tomar o devido cuidado para não acordar Sakura, Sai e Yamato.

As rápidas batidas de seu coração contra a camiseta eram tão fortes que, por um minuto pensou se realmente conseguiria conter o próprio barulho. Olhou para os colegas de equipe, ainda dormiam tranquilamente ao redor da fogueira.

— Desculpem, pessoal, não posso ficar parado aqui enquanto ele está tão perto — sussurrou e voltou a olhar por entre as árvores.

Sabia que não era certo, mas de que adiantava saber? Se tratando de Sasuke nada, nem ninguém teriam força suficiente para impedi-lo. 

A assinatura deixada por Sasuke no ar fazia voltas e voltas em torno do seu acampamento. Parece até que sabe que estamos aqui, pensou e saltou para a árvore mais próxima. Corria por entre os galhos mais grossos das árvores. A lua cheia iluminava sutilmente o seu caminho; os olhos a procura de outra pista que indicasse a presença de seu amigo.

— Sasuke! — Depois de se afastar, quase o suficiente, dos colegas de equipe permitiu com que a voz enfim pulasse da própria garganta. — Sei que está aí!

O barulho do chacoalhar das folhas fez com que Naruto mudasse de direção.

— Ora, vamos! Está brincando comigo, Sasuke? — Seu tom era impaciente, quase necessitado. Saltava pelos galhos tentando apurar cada vez mais a visão.

Após alguns minutos, parou. Se concentre, Naruto, disse a si mesmo ao apoiar a mão no tronco da árvore, recuperando o ar dos pulmões. É só focar no chacra dele. Fechou os olhos se focou na própria sensibilidade.

Como se fizesse o caminho por entre as árvores, encontrou a posição de Sasuke: estava há algumas árvores a direita, de costas a Naruto, agachado no meio do galho, na mesma altura do galho que se apoiava.

Com um sorriso vitorioso, sentiu as pernas se moverem sozinhas naquela direção. Não tardou a reconhecer os cabelos repicados e escuros, tampouco o símbolo do clã Uchiha estampado nas costas das vestes.

— Sasukeee!

Se aproximou o mais rápido que podia. Esticou os braços para agarrar o corpo a cerca de 2 metros do seu e pulou. Não conseguiu conter o ato, não foi premeditado, mas ao contrário do que esperava, não sentiu corpo algum entre seus braços e um grito saiu da garganta enquanto o chão se aproximava.

Estatelado no chão Naruto olhou em volta. Por mais que tivesse caído de uma altura considerável, não sentia dor, contudo, pouco se importou com o fato. Focou-se em captar novamente o chacra de Sasuke, mas como resposta só encontrou uma barreira. Seria possível ter se enganado? Não. Tinha plena consciência de que não era o ser mais inteligente da aldeia, mas aquele ERA SIM o chacra de Sasuke. Se pôs de pé e continuou procurando floresta adentro por qualquer resquício daquela assinatura.

Parecia estar correndo em círculos; não enxergava mais com tanta nitidez; saltava entre os galhos falhando em encontrar aquele chacra; os minutos pareciam se tornar horas, contudo, continuava a correr.

Ofegando, apoiou o corpo na árvore mais próxima. O que está acontecendo? Parece que quanto mais eu corro mais longe fico de encontrar o Sasuke, pensou. Em seguida um estalo com a resposta passou pela sua cabeça.

— Sério, Sas? — A voz falhou. — Um genjutsu?

Com o fantasma de um sorriso no rosto, Sasuke se materializou na frente de um Naruto ofegante.

— Esperava que reconhecesse antes, usuratonkachi. — O tom arrogante era familiar. — Fiz o favor de te deixar uma dica: quem cai de uma árvore e não sente nada? No fim, você continua sendo o mesmo perdedor de sempre — provocou curvando o canto da boca em um meio sorriso.

Naruto correspondeu o sorriso, saudoso.

— Se eu realmente fosse o mesmo, não teria que me prender em um genjutsu, não é? — Restabeleceu a pose e viu a floresta tornar-se novamente nítida sob o brilho do luar. — Me parece um... gatinho assustado. — Sorriu de maneira fugaz.

Sasuke se moveu tão rápido quanto um relâmpago. Prensou Naruto na árvore com seus quadris, segurando firme sua mão direita no tronco por cima da cabeça loira, enquanto a outra apontava uma kunai para o pescoço do dono daqueles ridículos olhos azuis.

O frio na barriga roubou seu fôlego, os braços trêmulos e presos pareciam não querer se livrar daquele toque. Naruto somente fitava a imensidão dos olhos negros como se fossem o ouro tão desejado por um avarento.

— Quem é o gatinho assustado agora? — Sasuke o encarava de maneira perigosa. Se dividia entre se afogar nos olhos azuis e nadar por entre aqueles lábios... ou seria ao contrário? Sentia as batidas do coração de Naruto lutando contra o peso que impunha ao seu corpo... ou seriam as suas próprias palpitações?

— Sas...

Não ousou esperar o final da fala — Afinal, nunca precisaram de verbalizações.

Cravou a kunai na árvore e tomou, com as duas mãos, os fios loiros da nuca de Naruto, o puxando desesperado para o mais próximo que conseguia.

Apossou-se dos lábios macios do loiro, e sem conseguir se segurar, soltou um gemido em deleite que foi abafado pelo beijo. Não era a primeira vez que o beijava, mas com Naruto cada momento se tornava único. Se afogou naquela boca, ditando o ritmo necessitado e saudoso pedido por seu peito, sem pudores, sem restrições, um ato totalmente passional. Seria um Uchiha livre, até segunda ordem.

Naruto correspondia a intensidade. O ósculo molhado despertava as lágrimas contidas de saudade. Sentia as mãos tremulas apertarem mais os seus fios de cabelo, enquanto enlaçava a cintura de Sasuke com seus braços. Deslizou as mãos firmes das costas a nuca, não de forma leve, mas sim com a pressão de quem precisava ter certeza da presença dele em cada milimetro de centímetro. Precisava — necessitava — ter certeza de que não estava sonhando ou ainda dentro de um genjutsu.

Era o corpo de Sasuke. O cheiro de Sasuke. O gosto de Sasuke. As batidas do coração de Sasuke contra as suas.

Era sim o grande filho da puta do Sasuke.

Cerrou uma das mãos em punho e afastou o braço para pegar impulso. Desferiu um soco com toda força que conseguia — o que não era muita por sinal — no rosto dele, obrigando a descolarem seus corpos. Se esforçou para manter a distância que seu corpo, instintivamente, teimava em não permitir, enquanto via Sasuke cair em câmera lenta aos pés da árvore.

— Não vai me enganar de novo, Sas. — Faltava lhe o fôlego entre as palavras. — Eu preciso de respostas.

Olá, olá! Fico muito feliz que tenha chegado até aqui 💖

Essa é a minha primeira fanfic por aqui, então estou bem insegura

Me digam, por favor, o que acharam, críticas, teorias sobre os próximos capítulos, pontos a melhorar, vale tudo!

Se gostou não deixe de votar <3

O segundo capítulo sai domingo que vem, irei avisar no twitter, me segue lá pra ficar por dentro

calist0__

Jaa ne! ✌🏼😙