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Cayden mal podia acreditar no que estava acontecendo

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Cayden mal podia acreditar no que estava acontecendo.
Ele geralmente não chorava, mas a emoção de ver Aeryn acordada era demais para ele.
Sem falar nada, a abraçou.
Os dois permaneceram em silêncio, num abraço mudo.
–Eu amo você. -ele repetiu.
Aeryn o abraçou mais forte.
Não conseguia processar o fato de que tinha se declarado para seu marido...
E ele para ela!
Estava sonhando? Ou era apenas ilusão?
–Cayden...
–Nunca mais vou te deixar sozinha. Eu não vou perder mais ninguém.
–Eu estou aqui, você não me perdeu.
–Mas quase perdi! Quem fez isso? Quem te acertou a flecha?
–Eu não sei, estava de costas. Só me lembro de sentir a dor de algo atravessando e o meu corpo ficando mole. Minha visão ficou escura. Eu acordei quando ouvi você dizer que me ama.
Aflito, ele a abraçou de novo.
–Tenho que investigar e descobrir quem fez isso! É inadmissível a esposa de um Lord ser atacada em sua casa!
–Seja quem for, infelizmente é um traidor. -diz Aeryn com tristeza- Só tem o seu povo e o meu aqui dentro. Se algum estranho entrasse e saísse do castelo teria sido visto.
–Se fomos traídos, foi por dinheiro, apenas ganância poderia explicar que alguém sob a nossa proteção nos ataque! -Se concluiu -Nada falta para a sua gente, nem a minha, a comida é farta, o trabalho é distribuído de forma justa e ninguém passará frio aqui dentro.
–Condessa Elena ou Conde Peter?
–Não acho que eles tenham o suficiente para isso. Vivem basicamente da caridade do rei.
–Elena é um cuco.
Ele ficou confuso.
–Hein?
–Ela é um pássaro cuco. Um invasor de ninhos, parasita, devorador de comida alheia, que tenta tomar conta do lugar.
Ele refletiu sobre o comportamento de Elena no castelo.
–É uma boa definição. -Cayden concordou.
–Mas se não foi ela foi alguém de perto daqui. Muito de perto.
A resposta estalou na mente dele.
–Bailenfour!
–É um bom palpite.
Furioso, ele pensou num plano.
Pagaria um espião para seguir os passos de Bailenfour. Se ele tivesse se atrevido a tentar matar sua esposa, garantiria em o fazer em pedaços pessoalmente.
–Seja quem for, juro que vou fazê-lo pagar!
–Eu vou ficar bem, Cayden.
–Vou chamar os empregados, avisarei que acordou e deixarei preparada qualquer coisa que precise. Descanse Aeryn.
Ela ainda se sentia meio mal, então decidiu seguir o que ele dizia.
Quando o aviso foi dado, todos ficaram felizes e comemoraram a melhora de sua lady.
Os dias se passaram.
Mas a preocupação com sequelas do veneno continuava. Aeryn estava enjoada e acabou vomitando a refeição que tinha ingerido.
Preocupado, Alasdair procurou o curandeiro novamente e o levou até a cunhada.
Um preocupado Cayden já esperava no quarto.
–Enjoada e vomitando? -o homem perguntou desconfiando que não era efeito do veneno.
Se aproximou de Aeryn e apalpou sua barriga.
–É um milagre! Como seu corpo é resistente! Não o perdeu!
–Como? O que eu não perdi?
–Sua criança. Lady MacCionarth, a senhora espera um filho!
O queixo dela caiu, em choque.
Cayden e Alasdair paralisaram.
–Um filho? Vou ter um filho?
Ela pôs a mão no ventre, sem acreditar.
–Eu serei pai. - disse Cayden caindo de joelhos -Eu, eu serei pai!
Alasdair abraçou o irmão com um braço e a cunhada com outro.
–Um bebê! A luz que nós todos tanto precisamos nesses tempos sombrios! Onde há a vida, ali reside a esperança! Um bebê para todos nós, um bebê MacCionarth!
–Que a bênção esteja com ele! -adicionou o curandeiro, saindo do quarto.
–Não dá para acreditar. Tão rápido assim?
–Ora minha cunhada, vocês praticam muito, eu já ouvi.
Vermelha de vergonha, Aeryn deu um tapa no cunhado.
–Cala a boca Alasdair!
Ele se afastou dando uma risadinha debochada.
–Chama ele de Alasdair.
–De jeito nenhum, não vou castigar meu filho antes de nascer! E aliás, você nem sabe se é menino.
Cayden se lembrou da mulher misteriosa dizendo que as duas ficariam bem.
A mulher sabia que Aeryn estava grávida!
As duas, ela e a criança? Ou as duas, Aeryn e... E a filha de ambos.
O sorriso de Alasdair diminuiu um pouco.
–Vou contar para a Eileen. Talvez a anime um pouco. Talvez ela saia do quarto e reaja a tristeza.
Cayden suspirou.
–Ela ainda está naquele estado de desânimo?
–Está inconsolável.
–Eu sei que dói. Não pense que faço isso com insensibilidade. Mas ou eu agia, ou elas duas morriam!
–A cabeça entende. Mas daí o coração entender é outro assunto meu irmão.
–Não é fácil ser o responsável pela vida e bem estar de tantas pessoas. Mas eu sou o Lord, e é obrigação de um Lord tomar as decisões difíceis que ninguém gosta, mas que é para o bem de todos.
–Nossa irmã vai entender com o tempo Cayden. Ela não te culpa e não te odeia. Mas a tristeza é inevitável.
–Vou falar com ela. Enquanto isso retome a investigação.
–Farei isso.
–Deixarei guardas de confiança na porta do quarto. Fique atento Alasdair. Não sei se foi um ataque que vai parar nela.
Ficarei atento.
Depois de tantas turbulências Cayden queria paz. Queria ter a chance de manter a esposa numa gravidez tranquila e sem medo.
Queria aproveitar o casamento com toda a plenitude, sem a sombra da ameaça que queria destruir a família MacCionarth.

Queria aproveitar o casamento com toda a plenitude, sem a sombra da ameaça que queria destruir a família MacCionarth

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–Lady, chegou essa mensagem para a senhora.
–Obrigada.
"Cara Lady MacCionarth
Eu não sei em quem confiar, então pensando na sua ajuda sem pedir algo em troca quis lhe mandar essa mensagem, é a única que pode entender meus medos.
Infelizmente o que meu marido tem de bonito e rico tem de tolo diante da até então única filha que ele tem.
Imagino que se pergunte 'Que filha?' e por que revelo isto.
Elena. Ela é filha de Henry. A única da sua semente que havia vingado e chegado a idade adulta.
Até agora. Por que eu consegui, milady, eu dei a luz um filho legítimo do rei! Se chama Arthur em homenagem a um antigo irmão que Henry adorava, o único irmão que ele gostava pra dizer a verdade.
E eu vi o olhar de Elena e Peter.
Olhar de ódio, de inveja, olhar de quem cobiça o lugar do outro!
Suas ervas foram de grande ajuda.
Desde que descobri que elas são para combate de venenos comecei a desconfiar.
Hoje acredito que Elena matou todos os filhos que esperava, meus inocentes bebezinhos, para não ter nenhuma concorrência ao trono, visto que Henry não tem irmãos e seus primos são todos estrangeiros. Ela e Peter tinham grandes chances de ficarem com o trono, mas agora que suas ambições foram frustradas.
Eu temo, Lady Aeryn!
Temo por meu filho, por meu marido, por minha vida e por todo o meu país!
E digo desde já, não pense que essa serpente maldita está quieta em seu plano, ela planeja, eu sei que sim!
Que Deus se apiede de nossas almas e nos dê forças para o que está por vir.
    Atenciosamente
                            Rainha Anne"
Assustada com a carta, Aeryn se arrepiou.
–O que essa cobra planeja?
Escreveu uma resposta para Anne.
Um detalhado plano para caso desse tudo errado para a rainha.
Tanto um plano de fuga quanto uma maneira de se proteger.
Ela sentia, algo estava para acontecer.
E de alguma forma estava ligado ao que aconteceria na Inglaterra.
Eles tinham de ser precavidos!
–Rápido! -ouviu uma voz ao longe dizer -Tragam ela para dentro.
Temerosa, viu um dos soldados correr em direção ao lugar onde estava seu marido.
–O que aconteceu?
O soldado parou, sem saber como explicar.
–Lamento senhora. Lady Eileen foi atingida.

 Lady Eileen foi atingida

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