... We'd be together

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Como prometido, as 7 em ponto o carro de Carlos estava estacionado frente a meu prédio. Acordei bem mais calmo, bem mais animado, a noite havia sido boa.

Eu estava com um short preto largo, o mesmo tênis que ontem utilizei para ir a igreja, desta vez, porém, uso meias brancas, uso também uma blusa esverdeada, estou com uma mochila mediana, onde guardo duas garrafas de água, um protetor solar, um óculos, um boné, e meu celular, não sei se é o suficiente ou a bagagem ideal para a trilha, mas é o que pude lembrar no pouco tempo que tive para me arrumar . Clarisse está de legging rosa clara, usa também um tênis de corrida. Ela veste uma blusa regata branca, com um gigante desenho de girassol bem no centro, pois, caso ainda não tenha percebido, se não tem flor, não existe Clarisse. Ela está de cabelo preso e usa seu boné também rosa.

Entramos no carro de Carlos, eu no banco do passageiro e Clarisse no banco de trás. Hoje, meu amigo de infância, parecia ser ele novamente, sorridente, claramente animado para o dia que teriamos.

Música animada enquanto dirige, o vento na cara... O dia amanheceu bonito, não está quente demais, nem frio, o céu está num azul límpido, tudo indica que será uma trilha perfeita.

Mesmo antes da trilha começar podia se ver que o local era privilegiado pela beleza natural, de longe podia se ver a cachoeira que formava o lago em que, no final da trilha, poderíamos nadar.

Como Carlos já havia dito, seguimos na trilha em pequenos grupos, no nosso, somos apenas 6 mais o guia junto a um paramédico. Algumas instruções são passadas antes do início, mas antes das oito e meia já estamos caminhando.

O chão, na maior parte, é de terra batida, uma vegetação baixa rodeia as ladeiras que subíamos. A cada 15 minutos parávamos por 10 minutos, e não sei dizer se era estratégia ou se era totalmente aleatório, mas posso falar que a cada parada me encantava ainda mais com a beleza do lugar. Os pássaros voando, as plantas que emanam diferenciados cheiros, as flores... O barulho do rio correndo ao longe.

A cada parada aproveitava também para tirar fotos, Carlos como sempre, saia nas fotos fazendo caretas, língua para fora, com poses engraçadas; eu nunca mudo a minha pose, sorriso de boca fechada, braços soltos ao lado do corpo, olhando diretamente para câmera; já Clarisse... Fotos olhando para a nada, fotos com sorriso largo, foto com poses variadas... Todas lindas.

Já estamos na nossa sétima parada, desta vez demoramos mais, pois o guia oferece a todos algo de comer. Um sanduíche natural, um suco e um pequeno pedaço de bolo de chocolate para sobremesa, este seria o nosso almoço, algo leve para que não passassemos mal na caminhada. Se seguirmos como o planejado, em menos de uma hora estaremos no pico, no rio que antecede a cachoeira. Não nadaríamos ali, pois segundo o guia lá não é muito seguro, dariamos a volta no rio e desceriamos pelo outro lado do morro e chegariamos no lago em que as águas da cachoeira desfilam e lá sim poderiamos entrar.

Passamos pelo menos 30 minutos parados para que todos pudessem comer e fazer a digestão. Para descontrair o guia fazia jogos de adivinhação, charadas, coisas do tipo, a maioria porém, após comer, se dedicou a tirar fotos.

O cronograma de volta seria subir novamente o penhasco e a chegada ao topo se daria bem na hora do pôr do sol, rendendo as melhores fotos a todos, parte do caminho de volta seria a base de lanternas, nem eu nem Clarisse trouxemos a nossa, Carlos trouxe a dele e o guia já tinha garantido que tinha uma forte o suficiente para iluminar todo o grupo.

– Eu falei que você iria gostar. - Carlos diz com a respiração pesada. Estávamos nos aproximando da nossa penúltima parada, antes do lago que antecede a cachoeira, e mesmo com a temperatura amena estávamos suados. A medida que atingiamos o topo a subida se tornava mais íngreme e pesada.

Ghost Of YouWhere stories live. Discover now