MARCINHA -Professora Helena. Me desculpe não quis assustá-la.
HELENA -Imagina meu bem. Sei que não fez de propósito. Me diga em que posso ajuda-la?
MARCINHA -Queria saber se posso usar a biblioteca. Quero aproveitar o fim de semana para ler um livro que só tem aqui.
HELENA – E pelo jeito é o seu livro preferido. E qual seria este?
MARCINHA – A Casa da Água, do Antônio Olyntho.
HELENA -Meu Deus, não acredito! Jura que conhece esse livro?
MARCINHA -Conheço sim. É uma de minhas histórias preferidas. Li junto com a minha mãe. – respondeu num misto de tristeza, abaixando o olhar, tentando esconder a lágrima que queria sair.
HELENA -Meu amor, sinto muito, muito mesmo pela sua perda. Fui ao velório, mas fiquei alguns minutos por não ter me sentido bem. Tinha acabado de voltar de viagem e fui acometida por uma crise de labirintite. Peço por favor que me perdoe por isso.
MARCINHA -Tudo bem professora. Não precisa se desculpar. – E se esforçou para esboçar um sorriso, partindo o coração de sua professora que não resistiu e a puxou para um abraço.
HELENA -Oh meu anjo, vem cá, vem! Sei que essa é a primeira vez que nos falamos e infelizmente por um motivo não muito agradável, só que saiba que estou aqui para o que precisar. Por favor não hesite em me procurar para conversar, desabafar ou até mesmo quem sabe, ficar aqui pertinho de mim. Estarei de braços abertos para te receber.
MARCINHA -Agora já sei porque os alunos da outra turma te admiram tanto. Você é muito especial professora. Sinto isso em meu coração. – Confidenciou sem soltar-se dela. Aquele abraço sem dúvida era o melhor lugar onde poderia estar. O cheiro suave do perfume de Helena lhe despertava memórias afetivas tão boa e isso também lembrava sua mãe que adorava perfumes de fragrâncias mais suaves.
Helena a via como um bebê coala, todo frágil precisando de proteção e seus instintos maternos pareciam estar bastante aguçados.
De repente, deu-se conta que Marcinha poderia ter sido sua filha com César. A filha menina com quem sempre sonhara.
Ela conduziu a garota pelas mãos até um dos sofás e sentaram novamente abraçadas e a professora lhe confidenciou, enquanto lhe afagava os cabelos.
HELENA -Você sabe que desde mocinha, sempre quis ter uma filha menina!
MARCINHA -A senhora não tem filhos professora?
HELENA -Aí, pelo amor de Deus não me chame de senhora. Desse jeito vou me sentir uma velha decrépita, horrorosa, toda enrugada e com a cara cheia de verrugas.
Marcinha riu muito do jeito engraçado com que a professora fez aquela afirmativa. Sua primeira gargalhada após a morte de Isabel.
MARCINHA -Credo professora. Isso está mais parecendo a descrição de uma bruxa isso sim e para ser mais exata a bruxa da história João e Maria.
HELENA -Bonitinha... – disse dando um beijo em uma de suas bochechas – confesso que exagerei e respondendo tua pergunta, tenho um filho de 8 anos, o Lucas. Quer ver uma foto dele?
MARCINHA -Quero sim!
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UMA NOVA PAIXÃO
FanfictionSerá que pode dar certo um amor jovem e um amor maduro? Quantas barreiras são preciso atravessar para se viver um grande amor? Marcinha, aos 18 anos nunca encontrara alguém que ocupasse um lugar especial em seu coração, que fosse digno de sua atençã...