Capítulo 9

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MARCINHA -Professora Helena. Me desculpe não quis assustá-la.

HELENA -Imagina meu bem. Sei que não fez de propósito. Me diga em que posso ajuda-la?

MARCINHA -Queria saber se posso usar a biblioteca. Quero aproveitar o fim de semana para ler um livro que só tem aqui.

HELENA – E pelo jeito é o seu livro preferido. E qual seria este?

MARCINHA – A Casa da Água, do Antônio Olyntho.

HELENA -Meu Deus, não acredito! Jura que conhece esse livro?

MARCINHA -Conheço sim. É uma de minhas histórias preferidas. Li junto com a minha mãe. – respondeu num misto de tristeza, abaixando o olhar, tentando esconder a lágrima que queria sair.

HELENA -Meu amor, sinto muito, muito mesmo pela sua perda. Fui ao velório, mas fiquei alguns minutos por não ter me sentido bem. Tinha acabado de voltar de viagem e fui acometida por uma crise de labirintite. Peço por favor que me perdoe por isso.

MARCINHA -Tudo bem professora. Não precisa se desculpar. – E se esforçou para esboçar um sorriso, partindo o coração de sua professora que não resistiu e a puxou para um abraço.

HELENA -Oh meu anjo, vem cá, vem! Sei que essa é a primeira vez que nos falamos e infelizmente por um motivo não muito agradável, só que saiba que estou aqui para o que precisar. Por favor não hesite em me procurar para conversar, desabafar ou até mesmo quem sabe, ficar aqui pertinho de mim. Estarei de braços abertos para te receber.

MARCINHA -Agora já sei porque os alunos da outra turma te admiram tanto. Você é muito especial professora. Sinto isso em meu coração. – Confidenciou sem soltar-se dela. Aquele abraço sem dúvida era o melhor lugar onde poderia estar. O cheiro suave do perfume de Helena lhe despertava memórias afetivas tão boa e isso também lembrava sua mãe que adorava perfumes de fragrâncias mais suaves.

Helena a via como um bebê coala, todo frágil precisando de proteção e seus instintos maternos pareciam estar bastante aguçados.

De repente, deu-se conta que Marcinha poderia ter sido sua filha com César. A filha menina com quem sempre sonhara.

Ela conduziu a garota pelas mãos até um dos sofás e sentaram novamente abraçadas e a professora lhe confidenciou, enquanto lhe afagava os cabelos.

HELENA -Você sabe que desde mocinha, sempre quis ter uma filha menina!

MARCINHA -A senhora não tem filhos professora?

HELENA -Aí, pelo amor de Deus não me chame de senhora. Desse jeito vou me sentir uma velha decrépita, horrorosa, toda enrugada e com a cara cheia de verrugas.

Marcinha riu muito do jeito engraçado com que a professora fez aquela afirmativa. Sua primeira gargalhada após a morte de Isabel.

MARCINHA -Credo professora. Isso está mais parecendo a descrição de uma bruxa isso sim e para ser mais exata a bruxa da história João e Maria.

HELENA -Bonitinha... – disse dando um beijo em uma de suas bochechas – confesso que exagerei e respondendo tua pergunta, tenho um filho de 8 anos, o Lucas. Quer ver uma foto dele?

MARCINHA -Quero sim!

            MARCINHA -Quero sim!

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