Capítulo 51

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No outro dia de manhã estou na cozinha organizando uma caixa com os muffins e a torta de maçã para ir para o hospital. Aproveito o que sobrou do queijo, dos tomates e do espinafre e preparo alguns sanduíches, só por precaução, e acrescento à caixa. Acrescento também um pote de cookies que eu havia feito no dia anterior ao acidente.

Liza está tomando café no balcão e se oferece para me dar uma carona até o hospital. Eu estranho um pouco, mas aceito.

Seguimos em silêncio apenas nos primeiros cinco minutos de trajeto.

- Sinto muito pelo que aconteceu com o Peter, Lara Jean. – Liza diz de repente. Olho em sua direção e percebo que não há nenhum traço da sua arrogância habitual em sua expressão. – Se eu soubesse que isto iria acontecer, nunca teria lhe mostrado aquela foto.

Dou um sorriso triste em resposta, pensando que eu também preferia nunca ter visto aquela foto a ter que passar pelo que eu havia passado, pensando que Peter poderia morrer.

- Se o acidente não tivesse acontecido... eu... – começo, mas não sei como falar. – Obrigada por ter me mostrado aquela foto, de qualquer forma. Você não é minha amiga, nem nada, como você mesma me disse... só... obrigada pela consideração...

Ela não diz nada por alguns instantes, olhando fixo para a estrada.

- Eu... eu falei com a minha amiga, a que me mandou aquela foto do Peter. – olho para ela. Ela olha de relance para mim e volta a dirigir. – Falei com ela depois que soube do acidente. Ela... ela me disse que não aconteceu nada entre o Peter e as garotas da fraternidade. Disse que elas fizeram uma brincadeira idiota com ele. Alguma coisa da fraternidade que ela não podia me dizer, e claro que todas elas estavam loucas para ficar com o Peter, mas... mas ele não quis. Ela disse que ele ficou até aborrecido no dia.

Então um monte de dúvidas se dissipam da minha mente. Eu deveria ter confiado nele, não deveria? Ele havia me dito a mesma coisa e eu não tinha acreditado. Se tivesse confiado nele, nada disso teria acontecido.

A culpa não era de Liza, por ter me mostrado a foto. A culpa era toda nossa, minha e de Peter. A culpa era dele, por esconder as coisas de mim. A culpa era minha, por não confiar nele o suficiente. E isto era só mais uma prova de que não tínhamos maturidade suficiente para mantermos um relacionamento à distância.

- Obrigada! – digo, me sentindo aliviada.

Quando chegamos ao hospital, me despeço de Liza lamentando internamente por termos nos aproximado apenas agora, quando eu já estava de partida da república.


Entro no quarto de Peter, e vejo que o quarto está cheio de visitas. Ao lado da sua cama estão a mãe de Peter com Owen, e do outro lado da cama estão Trina e Kitty. Um pouco mais afastado da cama meu pai e o pai de Peter estão conversando. Gayle está correndo de um lado para o outro tentando controlar os meio-irmãos de Peter.

A cena é muito linda. Nossas duas famílias assim, totalmente misturadas, e finalmente quase completas, à exceção de Margot, que com certeza estaria aqui se não morasse na Escócia.

Peter me vê de longe e o seu rosto se ilumina.

- Mais presentes? – ele pergunta.

Ponho a caixa sobre a mesinha do quarto, ao lado de uma caixa de bombons. Há um cartão na caixa de bombons. É do pai de Peter e da sua madrasta.

Ao lado da sua cama há alguns balões de corações azuis amarrados. Aquilo era a cara de Kitty.

- Sra. Kavinsky, sei que não deveria, mas... eu trouxe algumas coisas para o Peter comer durante o dia... – digo, um pouco insegura.

Toda sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now