É, Eu Morri, E Dai?

3.8K 474 412
                                    

Fechando os olhos com força ela ainda conseguia rever seus últimos momentos

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Fechando os olhos com força ela ainda conseguia rever seus últimos momentos. Ainda podia sentir os lábios de Leo Valdez contra os seus, podia sentir a dor de sua mãe, o abraço dos amigos, Nico e Will. Ainda podia sentir as chamas de seu próprio fogo a consumindo enquanto seu corpo mudava de forma, se transformando em um ser magnífico com asas grandes em chamas. Ainda sentia o momento em que se desfez em fogo e brasa, seu corpo quebrando em milhares de moléculas e sua vida se esvaindo. Morrer não doeu, o que doeu foi deixa-los.

Alyssa estava morta. Bem, bem morta. Mas já havia se acostumado com isso. A pior parte de morrer? Deixar seus amigos. Mas a melhor? Não ter que se preocupar com mais nada.

Ela fechou os olhos, sentindo o sol dos Campos Elísio baterem em seu rosto. Ainda se lembrava com clareza do dia de seu julgamento, como se houvesse sido no dia anterior. Aliás, Alyssa nem sabia dizer quanto tempo estava morta, quantos dias o julgamento havia demorado. O tempo lá passava de uma forma diferente.

Foi um julgamento bem chato; ela fez muitas coisas boas, mas matar Kai pesava bastante na balança. Mas se sacrificar por uma deusa? Bem, isso mudava muito as perspectivas de quem a julgava.

Por mais que estar no Elísio fosse maravilhoso, Alyssa estava começando a se sentir entendida, e nem havia feito tudo o que podia fazer. A verdade é que não sentia feliz ou realizada: havia morrido muito jovem. E pensava seriamente sobre reencarnação. Era uma opção perfeita, e ela sonhava em voltar longe dos deuses e dos problemas que a vida de um semideus trazia. Mas seu coração também pesava quando pensava nessa escolha: não se lembraria mais dos amigos, do pai, da tia, da sua prima maluca, Abigail, de quem sentia tanta falta. E, principalmente, não se lembraria mais de Leo.

Ela tinha que admitir: havia morrido com assuntos pendentes, e talvez esse fosse o principal motivo para ela ainda estar lá. Mas o que ela queria era impossível, pois mortos não voltavam a vida. Bem, na maioria dos casos, claro.

Ela estava deitada na grama no alto de uma colina, os olhos fechados e descansando serenamente. Não tinha nada que a pudesse atrapalhar ali: sem montros, sem drama de deuses, sem semideuses fazendo merda, sem profecias suicidas.

-Olá, Alyssa.- disse uma voz forte e ela se levantou num pulo e arregalou os olhos. Na sua frente estava um homem de cabelos e olhos extremamente negros e Alyssa era capaz de sentir a energia que ele emanava. Era fácil saber quem ele era, mas ainda mais fácil vendo seu melhor amigo, Nico Di Angelo, ao lado dele.

-Nico!- ela disse abrindo um sorriso, ignorando completamente o deus dos mortos. Ela viu ele inspirar, nervoso, e olhou pra ele sem graça. -Senhor Hades.

Alyssa se manteve de pé e se aproximou deles. Por mais que Hades tivesse uma expressão neutra, Nico parecia que tinha tomado um soco no estômago.

-O que está acontecendo? A que devo a honra da visita do deus do Mundo Inferior?- disse ela e Hades pareceu satisfeito.

𝐏𝐋𝐀𝐘 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐅𝐈𝐑𝐄 • 𝐏𝐉𝐎 | 𝐇𝐃𝐎Where stories live. Discover now