Sentirei saudades

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Após ele sair da casa de Oliver, pede um táxi em direção a sua casa. No caminho todo a mente dele se apagou e ficou pensando no Oliver. Antes de sair ele ficou o observando dormi, deu um beijinho de leve na sua bochecha e saiu.

Eu só quero ser aceito...  Disse bem baixinho

Algumas lágrimas começaram a rolar, ele as limpou e se recompôs. Alguns minutos depois, chegou em casa respirou fundo e entrou. Não havia ninguém ali perto, pelo visto só vinham vozes da cozinha, eram seus pais discutindo. Quando ele se aproximou se calaram.

— Theo meu filho, ainda bem que chegou estava começando a ficar preocupada. Senta vamos comer.

Seu pai nem se quer o olhou na cara...

Eles comeram, todos em silêncio. Até que seu pai decide começa a falar.

— Theodor, você pode me explicar aquelas fotos?

Respiro fundo antes de falar qualquer coisa. E logo digo:

— As fotos já não se explicam por si só?

— Então você está falando na minha cara que você é um gayzinho de merda?

— Eu estou dizendo que eu SOU GAY. NÃO UM GAYZINHO DE MERDA. (Theo altera a sua voz)
Mas pra você tanto faz não é mesmo, porque tudo o que importa pra você de verdade é a droga daquela empresa e esse seu nome.

— Não altere essa voz pra falar comigo, e você não sabe o quanto eu lutei pra essa empresa chegar aonde ela está agora.

— Pode deixar pai, eu não ligo pra essa merda toda e eu não vou sujar o nome da sua família.

— É você não vai mesmo, semana que vem estará indo pra um colégio bem longe daqui pra tomar jeito.

— Você não me falou nada disso George. Diz a mãe de Theo meio irritada

— Se tivesse o criado direito, ele não seria o que é hoje.

— Eu criei meu filho muito bem, diferente de você que quase nunca estava em casa, e tudo que importava e importa é a porcaria dessa empresa.

— E dele que vem o sustento dessa casa, se não fosse por mim você e ele não teria essa vida boa que vocês tem hoje.

— Eu trabalho também George, posso me virar muito bem sem você.

Uma discussão entre os dois começa, Theo se retira e vai para o quarto. Acabado só cai na cama e começa a chorar desesperadamente, depois começou a quebrar algumas coisas dentro do seu quarto, socou seu espelho, deitou no chão no meio dos cacos e continuou a chorar. Após algumas horas de tanto choro e uma angústia muito grande, consegue se acalmar e adormece.

Acorda no meio dos vidros meio desnorteado, toma um banho quente e relaxante. Depois do banho começa a arrumar o quarto, sua mãe bate na porta pergunta se ele não quer comer algo. Diz que não e volta a deitar. E permanece assim por dias, deitado sem comer nada.

        

                  POV'S OLIVER

Já se passou alguns dias desde da última vez que vi e falei com o Theo, estou preocupado. Ninguém sabe me dizer nada do que rolou. Mandei milhares de mensagens nada dele me responder.

                  POV'S OFF

Já faz alguma dias desde que recebi aquela notícia, não consegui sai da cama, não consigo comer e nem fazer nada. Só ficar deitado e chorar, Oliver me manda mensagem todos os dias. Mas eu não quero simplesmente dizer pra ele parar e que eu vou embora. Não consigo dizer nada apenas chorar e me sentir culpado ainda mais quando ele diz que está sentindo a minha falta e que me ama.

Se ele ao menos soubesse a bomba que eu sou e aonde ele está me metendo. Ele com certeza desistiria na hora. E pela lógica do meu pai e se o que ele diz é verdade, eu vou embora daqui a exatamente 4 dias. E eu prefiro ficar aqui, sem ter que me despedir dele seria doloroso demais e eu sei o quão ruim é se despedir de alguém que você ama, e tem quase certeza que pode ser sua para o resto da vida. É assim que me sinto ao seu lado...

                      ★ Quebra de tempo ★

Amanhã vai fazer exatamente 2 dias para a minha partida, consegui organizar tudo. Minha mãe conversou comigo, disse que iria junto, que não ia me deixar sozinho. Mas eu não quero estraga o relacionamento deles e disse que ficaria bem, não queria ferrar com o nome da família dele também.
Quem sabe um tempo longe eu resolveria esse meu "eu" e virava homem como ele diz.

— Filho, tem uma pessoa querendo te ver. Diz minha mãe empolgada, já que ninguém veio aqui esses dias me procurar.

Manda embora.

— Você quer me mandar embora?

Eu conheço essa voz, ela me dá arrepio e cocegas no estômago. Olho pra trás e lá está ele, perfeitamente lindo.

— O que faz aqui? Pergunto com uma voz séria.

Vou deixá-los a sós. Diz minha mãe e saí, fechando a porta.

—  Vim te ver, mando mensagem a vários dias e não me responde. Fiquei preocupado.

— Como sabe aonde eu moro?

— Perguntei ao seu amigo, aquele da festa.

— Entendi.

— Como você está? Não me respondeu, achei que tivesse acontecido alguma coisa ruim. Mas pela sua aparência,acho que foi exatamente o que aconteceu.

— Bom, eu estou me mudando.

— Como assim, você está se mudando? Não tem nada embalado na casa, nem suas coisas estão embaladas.

— Eu vou para uma escola, longe daqui.

— Porque, por que isso agora?

— Meu pai descobriu que eu sou GAY, e quer manter isso longe de todos por conta de sua empresa.

— Seu pai é empresário? Como assim ele descobriu, ele nunca percebeu?

— Sim, ele é dono da empresa Wales. Meu nome é Theodor Cooper Wiles eu nunca me apresento com o nome do meu pai porque é motivo de estarem falando. É sim ele descobriu, nunca prestou muita atenção em mim.

— Ah, entendi...

— Mas o que veio fazer aqui afinal, não ia sair de casa apenas para vim me ver.

— Eu vim te ver, eu sentir sua falta. Saiu falando que queria mas dias como aquele, e eu não parei de pensar naquilo em um só segundo. Eu te amo

Depois das três palavras que ele soltou eu não consegui pensar em mais nada a não ser ficar em choque e em beija-lo depois.

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