Capítulo 07

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O jantar com os meus pais foi maravilhoso. Eles ficaram até tarde da noite lá em casa, o que me impediu de retornar a mensagem de Zulema.
Quando me dei conta já eram 23h, foi o momento em que sentei no sofá e digitei a seguinte mensagem:

*Boa noite, você pode me encontrar as 14h no meu apartamento? Fica no centro. No número 243*

Imediatamente ela respondeu:

*Claro que sim, nos vemos amanhã. Boa noite Lôra*

...

Quase não consegui dormir a noite pensando em mil maneiras de contar sobre a gestação para Zulema, o medo de perdê-la me deixava com uma horrível sensação de nó na garganta, mas eu não poderia esconder isso dela, até porque minha barriga logo daria sinal...
Me reviro na cama que é toda minha, Fábio foi dormir no sofá a pedido meu. Depois de muito tempo adormeço profundamente.

...

Abro os olhos lentamente observando a claridade invadir o quarto, olho para o lado da cama e vejo uma bandeja de café da manhã com tudo o que eu mais amo comer logo cedo, ao lado uma rosa vermelha e um cartão:

"Maca meu amor, espero que tenha um lindo dia, estou trabalhando mas pode me ligar se precisar que eu volto pra casa correndo, bjs Fábio".

Era nítida a preocupação e o esforço do Fábio para me reconquistar, mas eu só conseguia pensar no encontro que eu teria as 14h com a mulher da minha vida. Após degustar o meu café da manhã me levantei e segui em direção ao banheiro, preparei um banho com meus sais prediletos e relaxei. Com a cabeça escorada na borda da banheira fechei os olhos e numa fração de segundos tive um flash do dia do acidente, imediatamente senti uma dor de cabeça enorme.

- Ah não, eu não posso passar mal justo agora. Digo tentando me acalmar, respirando profundamente.

Permaneço de olhos fechados e me lembro do momento exato em que eu falava com Zulema em ligação e o meu carro foi atingido por algo. Consigo ver que na direção do caminhão havia uma mulher, tento forçar a mente para lembrar o seu rosto mas a dor de cabeça torna-se cada vez mais insuportável. Decido então sair da banheira, me envolvendo no roupão vou até a escrivaninha do quarto e tomo um comprimido do remédio que o doutor Sandoval havia me passado caso as crises retornassem.

Me sento na cama ainda de roupão e decido ligar para Helena, após chamar duas vezes a mesma atende:

- Pelo amor de Deus Macarena, o que foi? Tá passando mal? Eu tô com um mal pressentimento.

- Calma Helena, tá surtando? Digo soltando um sorriso fraco.

- Maca você não me atendeu ontem, não tem o costume de me ligar, dai já penso besteira. Ela diz em tom de risada do outro lado da linha.

- Fica tranquilinha tá? Estou bem, só com aquela dor de cabeça matinal. Mas eu tô ligando pra ate pedir um favor.

- Hum, a quem eu devo matar? Ela diz em tom debochado.

- Ninguém besta. Digo dando uma gargalhada.

- É que eu preciso conversar com a Zulema no meu antigo apartamento as 14h, mas tenho medo de dirigir e passar mal, será que você pode quebrar um galho e me levar até lá? Digo com voz manhosa.

- Ai vocês duas. Eu vou sim, passo na sua casa pra te buscar. Você fica me devendo essa. Mais essa né Macarena Ferreiro. Ela diz em tom sarcástico.

- Muito obrigada Heleninha, eu te amo. Digo em tom de risada para logo em seguida desligar a ligação.

Me levanto e sigo em direção ao closet, escolho um vestido de seda azul bebê que deixavam os meus seios bem expostos, uso minhas bijuterias favoritas, uma maquiagem discreta e o perfume que ela adora. Deixo os cabelos levemente ondulados, soltos caídos sobre os ombros. Retiro uma sandália baixa do closet de sapatos, calço e apanhando o meu celular sigo em direção a escada que dava acesso a sala. Vejo que em cima da mesa de centro tinha um buquê de flores e um cartão, logo pensei que seria mais um mimo de Fábio até ler o conteúdo do mesmo:

NADIE COMO TUWhere stories live. Discover now