Capítulo 17

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"Valeu por me deixar na porta." Digo, dando um sorrisinho para Nico. Ele retribui e se aproxima para colar nossos lábios. Eu coloco a mão na sua nuca, aproveitando o beijo. Deixo que ele aprofunde, me beijando por um tempo a mais, minhas costas encostadas contra a minha porta.

Nico se afasta com uma leve mordidinha no meu lábio. "Te vejo amanhã, anjo." Murmura, dando uma piscadinha antes de sair andando. Eu suspiro e entro, fechando a porta. Tiro os saltos e apenas quando acendo a luz noto Hardin Taylor sentado na minha janela.

Seus olhos dourados encontram os meus, mas ele permanece onde está.

"Hey... O que está fazendo aqui?" Questiono. Ônix estava deitado no pé dele, satisfeito com a atenção, enquanto Saphira estava do outro lado do quarto, o encarando com suspeita.

"Você quase ganhou uma carta dois." Aponta, e eu arqueio uma sobrancelha, esperando que ele atinja o ponto. Hardin fica de pé e se aproxima de mim. A cada passo, eu fico mais ciente de sua presença. "Você não deveria provocá-la dessa forma."

"Ela estava sendo uma vadia." Aponto, e ele para apenas quando está bem na minha frente. "Além disso, eu não fiz nada."

Hardin dá um sorrisinho e se aproxima mais ainda, me forçando a dar passos para trás. Sinto a madeira da porta contra as minhas costas e ele espalma uma mão atrás de mim, me prendendo com seu corpo. Engulo em seco.

"Hardin." Murmuro. Ele morde o lábio.

"Yeah?"

"O que está fazendo?" Questiono, minha voz apenas um pouco mais alta que um sussurro.

"Conversando." Diz, e aproxima a boca do meu ouvido. Seus lábios encostam de leve a minha orelha, enquanto sua outra mão sobe até meu pescoço. Ele pressiona dois dedos contra a minha garganta, e eu preciso de dois segundos para entender o que ele estava fazendo. "Seu coração está batendo rápido para caralho." Murmura.

"Hardin, para." Murmura, mas até mesmo eu sei que minha voz sai fraca.

"Fica longe de Syd. Nico também." Diz, e eu o sinto arrastar a ponta da língua pelo arco da minha orelha. Mordo o lábio.

"Para de me dizer o que fazer." Digo.

Pelo amor de deus... Sua voz está vacilando tanto que eu estou rangendo meus dentes. Minha deusa interior briga comigo. Eu bufo mentalmente.

Tenta ter um cara desses com o corpo pressionado contra o seu. Depois a gente conversa. Argumento. Ela fica quieta.

Hardin trás o rosto até o meu, nossos narizes chegando a encostar de tão próximos que estamos. Eu queria beijá-lo. Queria mesmo. Mas estava provando um ponto aqui, e não vou desistir.

"Eu quero te beijar agora." Sussurra. Ah, merda. O que é aquilo indo embora? Ah, é mesmo. Minha força de vontade.

"Hardin..." Sussurro, meus olhos descendo para seus lábios por apenas um segundo ante de encontrar as íris douradas novamente. Ele suspira, e eu o escuto xingar baixinho no que acredito ser francês.

"Fica longe deles, wolf girl." Murmura, então se afasta. Eu respiro fundo, o assistindo dar alguns passos para trás.

Cruzo os braços e tento fingir que não estou completamente afetada por ele.

"É melhor você ir." Digo, e um pequeno sorrisinho puxa em seus lábios.

"Você está bloqueando a porta." Diz, e eu sinto meu rosto corar. Saio da frente, deixando que ele abra para sair. Seus olhos descem e sobem pelo meu corpo mais uma vez antes de encontrar os meus. "Vai por mim, wolf girl."

Hardin sai e fecha a porta atrás de si. Eu respiro fundo, esperando meu coração parar de bater como louco no meu peito. Tranco a porta e as janelas antes de ir no banheiro tirar a roupa e a maquiagem.

Minutos mais tarde, quando deito na cama, minha mente vai para Hardin Taylor, e um pequeno sorrisinho aparece em meus lábios.

Quando você vai entender que te desafiar torna tudo tão mais divertido, Har?

* * *

A primeira coisa que penso quando escuto o despertador no dia seguinte é que eu odeio acordar para a aula. Mas assim que desligo, vejo que são cinco da manhã, o que é horas antes de meu horário de levantar. E também é domingo, o que quer dizer que eu não tenho aula naquele dia.

Então noto o bilhete. Franzo a testa e pego o papel dobrado na mesinha ao lado da cama, onde estava escrito: Para Skyah.

Assim que abro, leio as poucas palavras escritas: Vá para o ginásio.

Engulo em seco, uma sensação horrível sobre isso. A minha janela estava aberta, o que me diz que alguém esteve no meu quarto. Enquanto eu dormia. Trinco a mandíbula e busco a pistola debaixo do meu travesseiro.

Levanto da cama e troco meus pijamas por uma calça de moletom e uma regata. Calço um chinelo - porque sim, eu sou incrivelmente chique - e saio do quarto depois de fazer minha higiene matinal. Levo minha arma e uma faca comigo, porque minha intuição dizia que algo muito ruim estava prestes a acontecer.

Eu noto as gotas de sangue no chão assim que viro no corredor do ginásio. Aperto mais o cabo da minha faca e caminho devagar. A maçaneta estava suja de sangue, o que me dizia que quem quer que tenha vindo para cá, estava seriamente machucado. E, se foi para o ginásio e não para a enfermaria, era porque estava correndo de algo.

Ou, provavelmente, de alguém.

Seguro a faca em uma mão e a pistola na outra antes de abrir a porta lentamente. O ginásio estava escuro, e eu engulo em seco antes de acender a luz.

Eu já tinha visto coisas horríveis na minha vida. Muitas. Quando você leva a infância que eu levei, sua inocência vai embora muito rápido. Mas nada poderia ter me preparado para o que encontrei ali.

Havia uma corda presa no teto do ginásio. Um menino estava pendurado, a corda ao redor de seu tornozelo. Ele tinha sua garganta cortada, e um sorriso cortado em seu rosto. Seus olhos estavam vidrados. Uma poça de sangue se forma no chão embaixo dele, e no centro dessa poça, havia uma rosa vermelha.

O menino era Damon Hill.

Kill me, baby - Lockwood High ano 1Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt