Laços Indestrutíveis

Um lar Uchiha

Sakura continuava ofegando e gemendo de dor, enquanto eu corria com ela em meus braços e tentava achar uma solução. Não conseguiria chegar em Konoha a tempo, não tinha Kakashi para me ajudar. Eu teria de achar um lugar seguro onde ela pudesse ter o bebê.

Uma luz à minha esquerda me fez reduzir o ritmo. Havia uma pequena vila ali perto, a iluminação estava acima de uma placa que indicava uma caminhada de trinta minutos até o lugar. Era mais promissor que tentar chegar a Konoha.

- Segure firme, Sakura, vou acelerar um pouco – avisei, antes de saltar em uma árvore, começando a correr pelos galhos.

A vila era pequena demais e não tinha um hospital. Eu não tinha tempo para encontrar outro lugar, então bati na primeira porta que encontrei cuja casa tinha luz acesa. Uma moça da minha idade abriu a porta, aflita.

- Eu preciso de ajuda! – supliquei. – Minha esposa está em trabalho de parto e precisamos de um lugar onde ela possa ter o bebê.

- Oh meu Deus! Entrem, rápido, está tão frio aí fora – Ela nos indicou à sua sala simples. – Vou pegar travesseiros.

Deitei Sakura no chão de madeira e ajudei-a a tirar sua capa de frio. Havia água escorrendo por suas pernas, encharcando o chão.

- Minha bolsa estourou – anunciou ela, antes de soltar um grito de dor.

A dona da casa voltou com travesseiros e os usou para deixar Sakura mais confortável.

- Muito obrigado... – Eu não sabia o nome dela.

- Kim. Meu nome é Kim – disse ela.

- Muito obrigado, Kim. Eu sou Sasuke essa é Sakura.

Sakura apertou minha mão, sentindo outra contração.

- Estão muito próximas, está quase na hora – anunciou ela. Mesmo no próprio parto ela continuava sendo a médica inteligente que era em seu trabalho.

- Eu vou arranjar algo para enrolar o bebê – Kim disse, correndo para outro cômodo.

Ajudei Sakura a tirar suas roupas de baixo, para que o bebê pudesse sair. Ela gemia e gritava, fazendo força.

- Estou vendo! – Meu Deus, eu estava vendo. – A cabeça do bebê está nascendo.

Sakura continuou fazendo força, gritando entre um empurrão e outro. Ergui minhas mãos, amparando o bebê que saía, chegando ao mundo. Cabeça, ombros, bracinhos, tronco, pernas e pés... Estava aqui. Meu bebê estava aqui, em meus braços.

- Nasceu – ofeguei, sem acreditar que era verdade.

- Deixe-me ver – Sakura pediu, estendendo os braços na direção do bebê.

Entreguei com cuidado o novo membro do clã Uchiha à Sakura, que envolveu a criança com delicadeza.

- É uma menina! – ela disse, observando cada parte de nosso bebê.

Uma menina. Eu tinha uma menina. Minha menina tinha nascido.

Meus olhos encheram de lágrimas. Caí sentado ao lado de Sakura e de minha filha, observando a perfeição com a qual ela manejava o bebê. Contava os dedinhos, limpava seu rosto delicado, beijava sua testa.

Kim voltou e entregou um lençol branco, impecavelmente limpo, que usamos para envolver o bebê. Seu choro cessou quando sua boca ávida encontrou o seio de Sakura, mamando pela primeira vez na vida.