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RAIN

A pior parte de ter uma criança pequena, é ela não saber falar.

Estou desde seis horas da noite tentando fazer Sunny ficar quietinha. Estou entrando em desespero. Ela não quer peito, chora alto demais e está vazia. Já massageei sua barriguinha mas nada aconteceu. Não sei se é cólica, dor de ouvido ou sei lá mais o que.

Lágrimas rolam do meu rosto quando checo e vejo que já passam das dez horas da noite e nada dela se aquietar.

- Filha, por favor. - peço nervosa

Coloco ela novamente deitada no sofá e massageio sua barriguinha.

Nada acontece.

Verifico sua temperatura e está tudo normal.

- O que você tem? O que está sentindo? - questiono como se ela fosse me responder

A pego no colo de novo e balanço de um lado para o outro enquanto cantarolo.

- Boi, boi, boi, boi da cara preta... - tento mas nada dela ficar quieta - Alecrim, alecrim dourado..

Mas nada, nada faz com que ela fique quietinha ou durma.

Respiro fundo e ando com ela pela casa, mas nada a distrai. Nem mesmo meus cabelos que ela ama puxar.

- Sunny, ajuda a mamãe. - peço mas ela nem me olha

Segue de olhos fechados chorando a plenos pulmões.

- O que aconteceu? - escuto falarem e quando olho vejo Heitor entrando em casa

- Ela não fica quieta. - digo

Sunny chora tão alto que nem consegui ouvir ele abrindo a porta. Heitor se aproxima de mim e olha para ela que chega está vermelhinha de tanto que chora.

- Tomarei um banho rápido pois acabei de chegar da rua e já venho ver ela. - diz e eu confirmo

Ele some escada a cima e eu respiro, um pouco mais aliviada, mas ainda sim preocupada com ela.

Heitor volta pouco depois usando a mesma calça xadrez que eu o havia visto ontem e uma blusa na cor branca de mangas.

- Me dê essa princesinha aqui. - diz e eu a entrego - Desde que horas ela está chorando? - pergunta

- Umas seis horas da tarde. - digo

Se sentando com ela no sofá, ele a avalia.

- Fome? - pergunta

- Já mamou. - respondo

- Suja?

- Limpa.

- E a temperatura? - questiona

- Normal. - digo e coço minha cabeça

Ele a coloca deitada no sofá e passa a mão por sua barriguinha. Heitor começa a massagear a mesma por um longo tempo.

- Eu já havia feito isso. - digo e me sento a sua frente

Sem resposta. Ele segue massageando e depois de um tempo para e começa a mexer em suas perninhas.

Logo o primeiro som é ouvido.

- Meu Deus. - digo rindo e ele me acompanha

Heitor mexe em suas perninhas as levando em direção a barriga dela e a todo momento os sons são mais altos.

- Se eu estou com ela na rua e ela solta esses puns altos, com certeza pensarão que fui eu. - digo e ele gargalha

- Pode ter certeza que sim.

RainOnde histórias criam vida. Descubra agora