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#SóUmGolinho

— Caralho, que merda! — ao pegar o telefone nas mãos para inspecionar o horário, acabo jogando-o sobre o colchão no mesmo instante, conforme levanto as pressas e vou em direção ao banheiro escovar os dentes.

Estou quase meia hora atrasada e muito provavelmente não vou chegar a tempo para a primeira aula do dia. O que me resta é me arrumar o mais rápido possível e conseguir permissão para entrar na segunda aula. Não sou uma aluna que se atrasa com frequência, então sei que isso não será problema, mas ainda não queria ter perdido hora.

Eu, Esther, costumo dormir tarde por odiar a sensação de cansaço que isso me traz quando acordo, mas ontem foi inevitável... Eu não sei o que a Letícia tem que me prende tanto, só sei que passei horas e horas conversando consigo de madrugada, quando ela me chamou porque não estava conseguindo dormir.

Ela é linda e tem um estilo que me agrada em tudo, mas isso não é o que mais me intriga em si, mas sim o fato dela transparecer simpatia em cada gesto que esboça. Seu sorriso é lindo, a risada que o acompanha é contagiante e o modo como age é como se ela cintilasse. Sem contar que nossos interesses parecem se entender muito bem entre si.

Estou interessada nela como há tempos não ficava por ninguém, mas tem um problema... Sua namorada.

Desde nossa primeira conversa ela citou a namorada, o que me fez recuar em qualquer intenção de flerte que tinha naquela noite. Mas quando a vi gritar com Letícia pelo simples fato de não ter lhe avisado que ficaria até mais tarde no trabalho, denunciando a falta de confiança nela, eu já não tinha mais tanta certeza se manter total distância era o certo a se fazer.

Não tive muitos relacionamentos, mas qualquer pessoa com o mínimo senso considera o ato de levantar a voz daquela maneira tão violenta algo inaceitável. Independente da relação de ambas, a outra não tinha quaisquer direitos de gritar e protagonizar uma cena humilhante para Letícia como fez.

E depois desta madrugada estou cada vez mais certa de que o relacionamento de ambas não é nenhum pouco saudável. Letícia me contou diversas situações nas quais levou a culpa por algo que ela não tem responsabilidade ou controle, ou fora coagida emocionalmente. Sua namorada acredita que a tem nas mãos e todas suas vontades são incontestáveis.

Mas o que eu posso fazer, afinal? Não posso simplesmente me meter em um relacionamento do qual não conheço nenhum dos envolvidos, não?

E foram com estes pensamentos que me dirigi à escola as pressas. Meus pais trabalham, então não tinha como lhes pedir carona, o que me obrigou a chamar um uber, que por sorte estava aqui do lado, para conseguir chegar antes que o horário de tolerância acabasse.

Antes de entrar, me permito parar por alguns segundos e respirar fundo, acalmando meu nervosismo por ter sido pega de surpresa pelo sono justo hoje. Não que eu me importe em faltar, mas não gosto de sair da rotina que tenho, e perder hora em um dia que pretendia ir ao colégio definitivamente me tira dela.

Como imaginei, o pátio esta vazio e o colégio silencioso por todas as turmas já estarem em aula. O Sol se faz presente com intensidade no céu azul de São Francisco, deixando o dia agradável, mas por conta disso a temperatura esta alta, então retiro o moletom que coloquei antes de sair e o amarro na cintura antes de pegar o caminho até as escadas.

Assim que chego ao primeiro degrau, meus olhos, que estavam passeando pelo pátio frontal, se deparam com uma cena inesperada. Jeon Jungkook, que nunca falta ou se atrasa, não esta dentro do colégio e encontra-se acompanhado do Park, que esta de costas para mim, os fios laranjas cobertos por uma toca.

Até a última gota ( Hiatus )Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ