𝐃𝐒. 𝑭aye tem um coração obscuro, envolto em brasas, acorrentado, marcado pela morte e pela perda. Ela é uma filha da guerra, alguém destinada a escuridão a muito tempo. Sua vida foi entregue a Hel desde que nascerá, obrigada a se...
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ANOS MAIS TARDE REINO DE ASGARD
OS JARDINS DO CASTELO ERAM um dos lugares favoritos de Faye. Enquanto o salão estava barulhento, cheio de guerreiros e guerreiras, rodeado por uma banquete de glória para Thor, os jardins se encontravam em um silêncio pacífico. A luz da lua entrava em contraste com a iluminação dourada do castelo e entregava uma aura etérea ao redor. Faye admirou as flores, suas mãos passando levemente pelas pétalas avermelhadas e sobre o caule da mesma.
Ela estivera imersa em pensamentos a noite toda, distante como sempre, a sensação de deslocamento se fazia presente como de costume. Depois de anos vivendo em Asgard, nada havia realmente mudado. Mesmo que tentasse não deixar transparecer, ela reconhecia que seu lugar não era ali. Os olhares que lançavam em sua direção também não lhe deixavam esquecer que era uma intrusa. A época em que era afetada pelos julgamentos dos outros já havia passado, Faye não era mais uma criança.
Agora era tomada por uma impaciência, além de uma leve sensação de conformismo. Faye não poderia mudar quem era ou fazer com que gostassem dela, mas fazer com que a temessem era o suficiente. Fazia com que mantivessem distância e que soltassem seus venenos entre si. Logo, o menor de seus problemas seria o Asgardianos que não lhe aceitavam.
Adentrando o jardim, ela caminhou com passos lentos entre os arbustos. As dimensões do jardim lembravam um labirinto, mas Faye sabia exatamente cada caminho que deveria tomar. Conhecia o lugar como conhecia a palma de sua própria mão, uma vantagem de se ter crescido no castelo. A cada passo que dava, estava mais distante do castelo, dos sons incessantes de toda a conversação e do cheiro interminável das bebidas fortes.
Faye só parou quando ouviu o som de um galho sendo quebrado. Ela olhou ao redor, procurando a pessoa que estava por perto, mas tudo que encontrou foi o vento da noite que movimentava as plantas. Respirou fundo, ainda não convencida de que havia sido nada, levou a mão até lateral da sua coxa, onde estava a abertura de que vestido de noite.
── Sabia que lhe encontraria aqui. ── Disse a voz masculina atrás de si e ao pé do seu ouvido. Faye se assustou e, como um instinto, retirou uma faca que estava escondido abaixo de seu vestido e a pressionou contra a garganta de seu possível inimigo. O que encontrou foi os olhos de Loki, assim que se virou. ── Olá, doce Faye.
── Loki. ── Disse com desgosto, enquanto encarava o sorriso malicioso nos lábios do homem. Faye não se mexeu, sua faca permaneceu a pouquíssimos centímetros da pele de Loki e seu olhar era no início decepcionado. ── Eu poderia ter lhe matado.
── Você gostaria disso, não? ── Questionou ele, ainda sorrindo. ── Mas sabes que precisaria mais do que uma faca como esta para me matar. Nem ao menos me faria cócegas.
