Sim

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POV CAMILA

Me sinto péssima, hoje é meu aniversário, meus pais, Sofi... (Por falar em Sofi, ela disse que hoje ela iria apresentar a família o namorado dela... Eu não estou preparada psicologicamente para isso).
Mas, como vinha dizendo, meus pais, alguns colegas do hospital, as meninas virão em uma festa que vou dar em casa, nada de badalação, é mais uma confraternização... Todos vem, com exceção de Ally que estava fazendo um show no Canadá e Lauren, que eu não convidei.

Estou me sentindo injusta, ela me deu um presente... E não foi qualquer presente, foi um violão... Quantas vezes estive em frente a uma loja para comprar um violão e desisti.
Lauren me devolveu a música, os acordes... Mas prometi a Jessica que essa noite, não haveria Lauren entre nós.

A festa começou, todo mundo bem servido, rindo e se divertindo, Normani chegou acompanhada de Lilian, é eu sei, parece estranho, mas coisas aconteceram durante esse mês e percebi o quão legal Lilian é.
Vero e Lucy também já tinham chegado e estavam em um papo animado com meu pais.
Depois Dinah chegou e a festa estava completa, tirei muitas fotos com as duas, peguei uma foto antiga da época do The X Factor e fiz uma simples montagem... Até postei.

- Kaki, vem comigo? – Sofi me tirou dos braços de Jessica, e foi me levando para o meu escritório, chegando lá meu pai e minha mãe já estavam sentados.

- Que mistério é esse Sofi? – Minha mãe disse impaciente.

- Meu namorado está chegando... É melhor primeiro conversamos aqui longe de todos. - Sofi estava visivelmente nervosa.

- É algum bandido? – Meu pai perguntou calmamente, Sofi apenas negou com a cabeça. - Então não tem porque disso minha filha, olha... Talvez o garoto seja inexperiente, e tá com medo de nós. - Meu pai começou a rir.

- Oi. – Sofi disse ao telefone. – Já está aqui na porta? Ok, não não, fica ai, tô indo te buscar. – Ela desligou o telefone. – Já volto, ele chegou.

Ficamos uns cinco minutos esperando Sofi e seu namoradinho aparecer.
Até que a porta abriu, Sofi entrou primeiro e notei que sua mão estava enlaçada com a de um rapaz, e quando ele entrou, eu perdi o chão, eu me sentei, não sentia minhas pernas. Sofi trancou a porta e voltou a dar a sua mão para ele.

- É brincadeira? – Minha mãe perguntou, procurando um lugar para se apoiar.

- Não sei mãe... – Disse desconfiada e totalmente em choque.

- Parece que não é. – Meu pai disse de um jeito firme.

- Bom, família... Esse... Enfim, vocês sabem bem quem ele é... O Cris é meu namorado.

- Ah meu Deus. – Minha mãe se apoiou em mim.

- Calma mãe. - A sentei perto de mim.

- Sofi! Você não acha ele muito, velho para você não? Quantos anos você tem Cris? – Perguntei tentando manter a calma.

- 27... Faço 28 ainda esse ano. – Percebi que o Cris estava também nervoso com aquela situação.

- Cris, ela é uma menina de 18 anos... São nove anos de diferença! Você viu ela crescer! – Minha mãe disse, tentando trata-lo com educação.

- Eu sei senhora Cabello, mas eu não escolhi me apaixonar por sua filha, aconteceu, e eu conversei com Sofi, eu estou cansado de fazer as coisas escondido... Não sou um criminoso, ela também não.

- Cansado de fazer as coisas escondidos? Como assim, não é recente? - Minha mãe arregalou os olhos.

- O namoro é recente, tem uns dois meses... Mas, eu e o Cris, nós ficamos já uns dois anos e meio.

- OQUE? – Minha mãe gritou. – VOCÊ É UM PEDÓFILO! – Ela foi em direção ao Cris querendo bater nele, mas meu pai a segurou.

- CHEGA SINU! CONTROLE-SE! – Minha mãe ficou olhando para meu pai assustado. – NÃO É COM AGRESSÃO QUE VAMOS RESOLVER ISSO! AGORA SENTEM TODOS, E NÓS VAMOS CONVERSAR DE FORMA MAIS AMIGÁVEL POSSIVEL.

Nos sentamos, Sofi não soltou a mão de Cris em momento algum, eu estava em estado de choque, Não consigo imaginar Sofi com ele... Pelas contas que eu fiz, provavelmente ela perdeu a virgindade com ele... Eca.

- Cris, você sabe que não vai ser fácil para Sinu entender que você e Sofi são um casal. - Meu pai disse calmamente.

- Como assim, só eu? Você já aceitou a ideia? - Minha mãe iria voar no pescoço do meu pai a qualquer momento.

- E eu vou fazer oque? Os dois já ficam a mais de dois anos, agora ele mora aqui e os dois decidiram namorar... Ele é de uma família bacana, nossos amigos, ele é trabalhador e sério. Sofi não trouxe ele amarrado, ele veio porque achou que deveria vir, foi bem homem para decidir não esconder essa relação de mais ninguém... Porque eu vou impedir?

- Você aceita tudo muito fácil Alejandro. - Minha mãe dizia aos berros.

- Eu só não vou perder meu tempo, nadando contra corrente... Essa é a realidade!

- Ele é velho para ela! Nove anos de diferença! Sem ofensas Cris, você é uma boa pessoa, mas não é para minha filha... E nós sabemos bem que Jauregui e Cabello não combinam, sua irmã estragou a vida da minha filha. - Repreendi minha mãe com um olhar. - Estou mentindo Karla? - resolvi ficar quieta, quando minha mãe me chama de Karla, é porque ela está possuída de tanta raiva.

- E se esqueceu que sua mãe se casou com 19 anos do seu pai de 36? E isso fez com que você tivesse algum problema na sua vida? Seu pai foi ruim para sua mãe? – Minha mãe se calou e abaixou a cabeça. – E já te aviso Sinu Cabello sem drama, e nada de pressão psicológica igual quando Camila se assumiu gay. - Meu pai foi em direção ao Cris. - Cris, não vai ser fácil... A começar pela sogra que você conseguiu. – Meu pai deu uma risada. – Mas, eu aprovo o namoro de vocês e espero que vocês sejam felizes e contem comigo para o que precisarem. – Meu pai apertou a mão de Cris e depois foi atacado por Sofi em um abraço que era de longe o momento mais fofo.

- Cris, eu admito ainda estou surpresa com tudo, mas será uma honra te chamar de cunhado. – Abracei Cris bem forte, e em seguida minha irmã. – Vamos a festa, e casal... A casa é de vocês. - Pisquei para os dois, que estavam radiantes e sai do escritório.

Assim que sai Dinah me puxou.

- O que meu irmão tá fazendo aqui? - Dinah estava um poço de curiosidade.

- Ele é o namorado da Sofi. - Disse calmamente, tentando me convencer daquela situação de maneira natural.

- OQUE? QUE BABADO! - Dinah gritou.

- Pois é... Cris é meu cunhado.

- Era pra ser cunhado ao quadrado, mas infelizmente você tem um péssimo coração e não perdoa de jeito nenhum a pobre da minha irmã.. Lolo sofre por você! - Fechei a cara para Dinah e ela entendeu o recado. - Tá bom, não tá mais aqui quem falou isso...Cadê sua mãe?

- Ela resolveu ficar trancada um pouco no escritório, deve tá digerindo tudo isso.

- Mas não reagiu bem não né?

- Nenhum pouco... O tempo vai ajudar minha mãe nessa também.

Curti a noite inteira, Jessica estava feliz, leve como há tempos não via, dançamos a noite toda, ela já tinha me dito que a nossa comemoração seria depois... Estava bem animada para isso.
Em certo momento, Jessica sumiu, então continuei a festejar com minhas amigas, quando escuto uma gritaria do lado de fora da minha casa, era a voz de Jessica.

Quando sai, ela estava gritando com um megafone, todos os meus convidados saíram também.
Do nada, surgiu seis mariachis começaram a tocar música cubana, uma música romântica. E quando eles pararam, Jessica se ajoelhou em minha frente.

- Eu não tenho dúvidas de quanto eu te amo, não há dúvidas que é com você, que eu quero passar o resto da minha vida. Eu não sou boa com palavras, e acho que todos aqui entenderam bem minha intensão... Camila, eu te amo... Casa comigo? – Meu mundo congelou, eu senti minha pressão diminuir, aquilo não podia estar acontecendo, na verdade estava acontecendo, mariachis, anel de noivado, Jéssica ajoelhada me pedindo em casamento na frente dos meus amigos e dos meus familiares. Senti Jessica ficar tensa com a minha demora, eu não sabia o que fazer, então simplifiquei tudo em uma unida palavra, para acabar com aquele momento constrangedor logo.

- Sim.

ConsequênciasWhere stories live. Discover now