Perdendo-me Em Ti | Noany

18 - CONSTRANGIMENTO

Any Gabrielly

Graças à Deus Noah se tocou do perigo e não deu continuidade nesse jogo e apesar da amizade entre os ''casais'', é arriscado contar para eles. Se isso vazar, será, literalmente, um inferno na terra.

Fico pensando em como eles reagiriam se soubessem a verdade. Se acharam estranho o fato de o casamento ter sido arranjado, o que de fato é... e nós não termos nenhum tipo de contato físico antes do casamento, imagine se eles soubessem que me casei virgem e que continuo virgem depois de quase três meses de casamento.

Assumo que já parei para pensar se um dia eu tivesse que contar para Noah... seria um constrangimento grande demais, até para mim.

— Claro... os presentes. — digo e sorrio tentando disfarçar a minha total indiferença ao assunto. Será que dá para notar?

Noah pega minha mão e nos levantamos. Guilherme e Carol nos guiam até a outra sala e entregam à Noah um relógio dourado e brilhante. Deve ser a coisa mais cara que já vi. É muito bonito!

Pego então a caixinha com o meu presente e entrego. Ele abre com habilidade e põe um pouco do perfume no pulso e leva até o nariz. O engraçado é que parece que esse perfume foi feito especialmente para ele... espero que não tenha errado.

— Uma ótima escolha! — ele diz — Eu adorei.

— O perfume é de fato muito bom..., mas eu ainda acho que você ia gostar mais do outro presente. — Carol diz e eu a encaro, como quem implora por silêncio.

— E qual seria o outro, Carolina? — ele pergunta e eu balanço a cabeça levemente, encarando Carol para que ela não fale.

— Uma lingerie sexy. — Carol gargalha — Pena que Any é careta demais e não quer usar nada além das peças simples de algodão.

— Eu gosto dela assim! — Noah mente — E eu não me importo com roupas... no geral, eu a prefiro sem nenhuma. — diz e dá um beijo no topo de minha cabeça. Eu não acredito que isso está mesmo acontecendo. Me sinto exposta e envergonhada. Noah e Guilherme não precisam saber o meu tipo de roupa intima. E que comentário foi esse? Eu quero ir para casa! Tenho sempre a sensação que todos ficaram sabendo, a qualquer minuto. Reparo que Carol me encara.

— Então Any, o que acha de irmos até o andar de cima? Quero te mostrar uma coisa. — Carol me pergunta e concordo. Só quero sair dessa conversa logo.

Subimos e os rapazes ficam conversando sobre assuntos da empresa na sala. Carol abre a porta do quarto e eu entro.

— O que você queria me mostrar? — pergunto, pois a vejo me observar em silêncio.

— Any, nós somos amigas, não somos? — pergunta e eu confirmo — Olha, se tiver algo em que eu possa te ajudar, pode contar comigo, ok? Eu não sou muito mais velha que você, mas, estou aqui para qualquer coisa.

— Claro..., mas por que isso agora, Carol? — pergunto confusa.

— Eu sei que a gente se conhece a pouco tempo..., mas eu tenho um carinho especial por você. — diz — Você me lembra a minha irmã, Elizabeth... ela ainda mora no Brasil com os meus pais.

— Eu fico em feliz em saber. — digo — Eu também gosto muito de você!

— Me diga uma coisa... — lá vem problema, penso e acerto — Noah foi seu primeiro, não foi?

— Meu primeiro? — não compreendo o que ela quis dizer.

— Sim, Any! — ela diz — Quem tirou sua virgindade. Seu primeiro sexo. Eu arriscaria dizer que ele foi seu primeiro namorado ou até mesmo, seu primeiro beijo.

— Ó! Isso... — sorrio sem graça — Não, não foi.

— Não? — ela pergunta surpresa.

— Não... eu... eu beijei um rapaz... uma vez, eu acho que conta. — digo envergonhada — Mas por que você está me perguntando isso?

— Porque você é muito tímida. Fica acuada com o assunto sexo. Usa peças de algodão sendo casada com um dos homens mais cobiçados do país... isso não é normal! — diz — Mas então, foi com ele a sua primeira vez? A primeira vez que você transou.

— Sim! — minto descaradamente. Mas o que eu poderia falar? Dizer que não? Inventar uma história e ser pega na mentira?

— Que fofo! — diz e sorri — Você se casou virgem, então! Isso é muito raro hoje em dia.

— É! — digo sem graça — Só não conta para ninguém, está bem? — peço e ela me olha desacreditada — É que... é que ele não sabe.

— Não sabe o quê? — pergunta quase gritando — Ele não sabe que você era virgem? Como pode?

— Shhhhh! Fala baixo, por favor! — peço — Sim... eu não contei!

— E ele não percebeu? — pergunta.

— Tem como perceber? — pergunto preocupada.

— Claro que tem! — diz — É totalmente diferente. Eu duvido que ele não tenha notado. Ele normalmente, é bastante observador!

— No sexo, não! — digo me lembrando do que ele me disse quando chegamos em casa a primeira vez.

— Então isso explica muita coisa. — diz — E não se preocupe, eu não vou contar a ninguém. Se um dia ele souber, tem que ser pela sua boca.

— Obrigada, Carol! — digo — Acho melhor descermos! Já está ficando tarde.

— Não há pelo que agradecer! E se precisar de qualquer coisa, conselhos, dicas... saiba que estou aqui. — ela diz e agradeço mais uma vez. Descemos a escada e não ficamos muito tempo até que Noah me chame para irmos pra casa.

Nos despedimos e partimos.