36 - ÓDIO

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Noah Urrea

Nem acredito que Any conseguiu me tirar de seu caminho, mesmo temporariamente. Agora, ela está livre para ficar com aquele playboyzinho de merda! Sinto uma fúria tão grande que seria capaz de matá-lo com minhas próprias mãos! E para completar, agora tem a maluca da doutora Nobel que me acusa de corromper a sua filha. Se ela soubesse metade do que a filha faz, não diria que fui eu a corrompê-la! Muitas coisas rodeiam minha mente, mas uma em especial sempre volta a rondar meus pensamentos... por que ela fez isso comigo? Eu demorei para ver, mas agora, sei que ela não passa de mais uma mulherzinha interesseira que se passa por boa garota. Como eu fui capaz de me enganar tanto? Por quanto tempo ela me enganou? Me sinto um idiota de bolas presas. Será que todos sabiam de seu amante, menos eu?

Talvez eu tenha feito certo ao mandá-la para longe, não sei o que eu faria se a visse com aquele miserável mais uma vez. Com toda certeza, não os deixaria tranquilos e em paz.

Mas agora, é hora de resolver tudo! Pensei no divórcio sim, mas deixá-la presa a mim será um castigo maior, e obviamente, posso usar o contrato de casamento ao meu favor. Se ela pensa que não haverá consequências, ela está muito enganada. Eu tenho nojo dela e não quero voltar a vê-la por tão cedo, mas o dela está guardado e muito bem planejado., enquanto isso, vou tirar o tempo perdido.

[...]

Quatro meses depois...

Já se passaram cento e vinte e dois dias desde que minha vida voltou a ser divertida. Que voltei para os eventos, que voltei a conhecer gente nova e entrar em bocetas que não sei sequer os nomes.

Já se passaram cento e vinte dois dias desde que a traidora se foi, mas o maldito cheiro continua empreguinado por toda a casa me fazendo lembrar do quanto a casa está vazia. Não é que eu esteja sentido a falta dela, até porque, todas as outras fazem o que ela jamais foi capaz de fazer, me dar orgasmos! Mas há algo nessa casa... é como se ela estivesse sempre aqui, presente em cada detalhe. No chão, nas paredes, no teto, nos lençóis, nos talheres... em cada azulejo e folhas das árvores.

Depois que ela foi embora, eu também fui. Viajei por dois meses seguidos, sem ao menos, pisar os pés em casa. Mandei trocar todos os lençóis e queimar os antigos, troquei as camas e suas roupas que sobraram, mandei doar a maioria. O pouco que sobrou, ficou no quarto que era nosso. Mandei construir novos quartos em que ela nunca esteve... tudo ali é novo, sem um único resquício do cheiro ou da presença dela. Livre dela!

Talvez eu devesse vender essa maldita casa, porque ela se faz presente em cada cômodo e eu a quero distante, por isso, a casa ficou por conta dos funcionários. Não venho muito por aqui.

Nesses meses, eu voltei a ver Alana umas duas vezes. Depois da primeira semana no confinamento da especialização, ela desistiu e acabou parando comigo na cama de um motel caro. Ela me contou algumas coisas que eu preferia não saber, não que me atinja, mas me deixa com mais raiva. Ela me relatou que Any a ameaçou algumas vezes e que dormia diariamente no quarto do tal Pedro. Eu não posso acreditar que eles continuam juntos! Mas porque eu me importo? É, eu não me importo!

Nesse período, infelizmente, tive pesadelos que a envolviam.

Sonhei com seus sorrisos. Sonhei com ela dormindo. Sonhei e revivi o nosso último dia. Sonhei como seríamos juntos e com o que eu não deveria ter sonhado. Malditos sonhos que me fazem acordar de pau duro. A sorte, é que nessas semanas, sempre teve uma gostosa para apagar meu fogo com a boca.

Notei que ela não posta muitas coisas nas redes sociais, para ser franco, ela nunca postou nada e nem se fez presente. Não recebo notícias suas, nem faço questão! A única coisa que vi dela, foi uma matéria de um jornal a respeito da instituição e dos avanços obtidos que foi apresentado em uma reunião do escritório.

Perdendo-me Em Ti | NoanyWhere stories live. Discover now