8. Epílogo

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7 meses depois... Véspera de Ano Novo

Camila

– Obrigada. Você também. Eu direi a ela. E diga a todos que eu desejei um Feliz Ano Novo. – Lauren grita por causa do barulho e desliga a ligação.

Estou em uma das mesas altas cobertas de confetes de ouro e prata dos anos '2021's. Ela se move atrás de mim, passando os braços em volta da minha cintura e apoiando o queixo no meu ombro.

– Está tudo bem por lá? – eu pergunto.

– Sim. Estou surpresa que meu pai ainda estivesse acordado. Ele mandou feliz ano novo.

– Bom, você chegou bem a tempo. Três minutos de sobra.

– Você acha que vai voltar dessa vez? – ela me pergunta.

Eu não preciso vê-la para saber que ela está preocupada, porque ela não se preocupa mais em esconder isso de mim, desde que ela se mudou para cá depois que seu semestre terminou.

É difícil esconder seus sentimentos quando você está em um pequeno apartamento todos os dias com alguém, mas eu gosto que ela não o esconda. Ela escondeu tudo por muito tempo e, embora isso tenha sido parcialmente culpa minha, ela insiste que não foi.

– Não estou totalmente convencida de que todos eles se foram. – eu digo. – Você encontrou dinheiro na calçada ontem, ao mesmo tempo em que tropecei e caí.

– Você não amarrou o sapato, mesmo que eu tenha dito explicitamente duas vezes. Isso não é azar. Você estava pedindo para acontecer.

– Coincidência. Destino. Você não sabe. – digo teimosamente, mas sei que foi só porque não amarrei meus cadarços.

– As coisas não estão brilhando desde o início de dezembro. – ressalta.

– Bom. Esse é um ponto dolorido para mim. – Penso em Alejandro, mas estou ficando muito melhor em reconhecer isso do que em deixar isso para trás, em vez de enterrá-lo mais fundo. – Espero que os bilhetes de amor não desapareçam. Eu gosto bastante desse.

Eu escrevo bilhetes de amor. – diz Lauren. – Você desenhou uma bunda e peitos no meu antebraço no outro dia.

– Achei que seria engraçado. Você sabe. Você estava a caminho de casa. O cronômetro apareceu durante a semana. Eu pensei que seria engraçado deixar você saber para que servia a contagem regressiva.

Ela belisca meu braço e eu grito e derramo minha bebida na minha roupa. Não acho que isso conte como azar desta vez.

– Deus proíba nossa mudança de voz. – eu gemo. – Ou pior, não podermos ouvir mú–

– Ah ah ah! – ela me cala muito rápido. – Não brinque com isso. Não posso ter você me abraçando apenas para que eu possa me ouvir praticar.

– Ou de mãos dadas, apenas para não precisarmos assistir a um filme em cinza, castanho e verde.

– Pelo menos você fica com verde também. Tudo o que eu fico presa é o seu castanho. Mas de qualquer maneira, esse não foi tão terrível. – ela argumenta. – Existe uma certa experiência que advém de assistir a um filme destinado a cores em–

– Ah, cale a boca. Gal Gadot e Chris Pine foram feitos para serem vistos em cores. Foi uma sequência da Mulher Maravilha, não um dos seus pretensiosos filmes artísticos.

– Shh. – ela fala. – Pare de falar. Quem sabe? Posso acabar com sua voz na minha cabeça novamente. Quero aproveitar esses últimos vinte segundos de silêncio.

All This Soulmate Shit (Short Fic)Where stories live. Discover now