Stay A While

Fools

   Assim que desligou a chamada com Wuxian, Jiang Cheng começou a se sentir um tanto ansioso. Seu sargento nunca mencionou que estava trabalhando em conjunto com outra delegacia e muito menos que era a delegacia em que sua mãe fazia parte da inteligência. Aquilo estava começando a deixá-lo cada vez mais preocupado, quanto mais Wuxian demorasse para fazer seja lá o que for, mais chances a Sra. Yu tinha de descobrir que ele não só estava em Pequim como também havia começado a trabalhar com os Lan. Se ela descobrisse, os dois estariam completamente ferrados. Sim, os dois porque Jiang Cheng não pretendia deixar a mulher chegar até o médico e isso com certeza lhe traria problemas. 

   Levou quase uma hora para que a preocupação de Jiang Cheng se dizimasse com uma mensagem de Wuxian dizendo que estava tudo bem e o agradecendo por ter avisado, tudo através de códigos que haviam criado para garantir que o policial não tivesse problemas no futuro.  

   Quando foi chamado na sala do sargento, quase no fim de seu expediente, Jiang Cheng realmente cogitou a ideia de que havia sido descoberto. Porém, a expressão do mais velho estava calma demais para ser isso. 

   —Quero que investigue o informante para mim. – Disse ele, estendendo uma pasta em sua direção. – Não confio muito nele. 

   Jiang Cheng assentiu e abriu a parta, folheando a papelada e algumas imagens que estavam lá dentro. O problema era que não havia nenhuma foto ou nome do informante. 

   —Sargento, eu vou precisar do nome dele.

   —Jin Quon. – O mais velho escreveu em um bloco de notas e destacou a folha, a entregando para ele. – Não sei se esse é realmente o nome dele, mas é como ele se apresentou para mim.   

   —Jin não é o sobrenome da família que lidera a organização que a gente estava investigando há um tempo atrás? 

   —Exatamente. Quero checar a ligação dele com essa outra organização e garantir que não estejamos sendo usados para derrubar um para que o outro possa pegar a área. Se for para derrubar um, que o outro caia junto.  

   —Aqui está escrito que compraram a liberdade dele. O senhor sabe quem foi?  

   —Se o que ele diz for verdade, acredito que possa ter sido o tal ZeWu-Jun. – Se recostou na cadeira e olhou Jiang Cheng com certa seriedade. – Pode investigar isso para mim?

   —Sim, senhor.  

   Jiang Cheng estava se preparando para sair quando foi chamado novamente. 

   —Sim?

   —Mais uma coisa. – O sargento tombou a cabeça um tanto para o lado, enquanto o encarava com  o que parecia ser certa preocupação. – Não quer mesmo trabalhar com a sua mãe nessa investigação?

   Jiang Cheng sorriu fraco, se lembrando da última vez em que havia aceitado uma proposta como aquela. Sua mãe era uma pessoa difícil de lidar e enquanto pudesse evitá-la evitaria, principalmente naquelas circunstâncias em que Wuxian estava na cidade e seu relacionamento com XiChen estava evoluindo.  

   —Não, senhor.  – Respondeu, percebendo que havia ficado muito tempo em silêncio. – Eu e minha mãe trabalhando juntos nunca dá certo. 

   —Entendo...  Tudo bem, você pode ir. 

   —Boa noite, Sargento.

   —Boa noite... 

   Quando Jiang Cheng chegou em casa subiu direto para seu quarto, onde escondeu a pasta em uma das gavetas da cômoda, tomou um banho rápido e desceu para ajudar Yanli com o jantar. A mais velha  contava sobre a operação da qual não participou pela manhã e que sua mãe havia voltado furiosa. Mal sabia ela que Wuxian estava entre as pessoas que sua mãe queria prender e que foi o próprio Jiang Cheng que contribuiu para o fracasso da operação.