Capitulo 6

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Meu coração acelerou, me imaginei sendo sequestrada e coisas bem piores, até que a ficha caiu e eu percebi ' por que alguem iria me sequestrar em pleno cemitério?', ainda sim o restante das lagrimas contidas desabrocharam dos meus olhos e caíram na mao firme que segurava minha boca, fez com que a mao afrouxasse e se soltasse logo em seguida.

Me virei alarmada, e claro não pretendia gritar, mas a surpresa foi iminente que eu acabei soltando um grito tolo.

- Fica calada. E levante-se. - Iria protestar, dizendo que não me levantaria coisa alguma, que estava no meu momento íntimos e essas coisas, mas Richard me colocou em pé sem quaisquer esforço. Porem foi uma atitude desnecessária, voltei a cair quando minha visão ficou completamente turva e eu perdi os sentidos.

- Ela esta abrindo mão da oferta. As suas palavras foram completamente claras. Não temos por que temer, acabe logo com isso.
Um calor insuportável se estalou em mim, vindo de dentro. Como se eu controlasse chamas no meu interior. O cenário era de um tom acidentado e cheirava a papel queimado, parecia ter uma iluminação peculiar porem era como se a fumaça deixasse essa iluminação completamente fraca.
- Claro meu Senhor, mas e se esses não forem os planos?
- Esta questionando minhas ordens? Isso me entristece.
- Nunca faria isso, Senhor.
- Nunca é uma palavra bela, a importancia que você dirige a menina me comove, mas espero que você lembre do seu lugar perante a mim. Apenas .
- Sim Senhor.

- Você acordou.

Esperava ver o céu, mas o que vi foi a grama seca. Demorou alguns breves segundos para eu perceber que Richard estava me levando nas costas.

- Mas que coisas é essa? Me coloca no chão!

- Como preferir.

Sem quaisquer dificuldade senti meus pés tocarem o chão, e o barulho das gramas sobre a sola dos meus sapatos, mas não durou muito a tontura veio logo em seguida e os braços de Richard me trouxeram de volta, firmando meus pés ao chão.

- Estava evitando que isso acontecesse.

Olhei atentamente pra ele, tentando entender aquela situação. O cabelo dele parecia ter sofrido uma ameaça de um furacão, completamente desordenado, e uma maneira ... Sexy.

Os olhos dele estava meio fechado como se tivesse acabado de acordar, e a boca mais avermelhada do que o habitual. Ele usava uma camisa cinza lisa que combinava com o seus olhos e uma calça jeans escura.

- O que é tudo isso? - Perguntei.

- É, não pude me arrumar muito bem, digamos que não estou nos meus melhores dias.

Estreitei os olhos, aquele garoto era intolerável.

- Cadê sua namorada? - Outra pergunta.

- Ham? - Um olhar incrédulo depois uma curta risada irônica. - Você corre o risco de ter acabado com todo o plano e ao em vez de se preocupar ta querendo saber do meu relacionamento? Que magico.

- Como assim? - Fiquei cautelosa, foi ai que percebi que algo sério estava acontecendo.

- Anne, precisamos sair daqui, sério.

- Você quer me assustar?

- Não faço esse tipo de piada nem no halloween. Vem.

Ele segurou meu braco e com passos largos chegamos ao fundo do cemitério a onde havia um portão, fechado.

- Ah que legal, então espertão não seria melhor que a gente tivesse saido pela ... Saída?

- Serio mesmo que você fez essa pergunta? Suba. - Ele se inclinou de modo que tivesse acesso a suas costas.

- Não vou fazer isso. - Ele me encarou, voltou a se indiretar, olhou atentamente pro portão e preparou pra chuta-lo - O que você vai fazer seu maluco?

- Não quer subir? Então seremos acusado de depredação de patrimônio publico. - Ele deu o primeiro chute que balançou o portão fortemente.

- Para com isso! Eu subo, mas que droga.

- Admirável. - Ele voltou a se inclinar e com muito esforco consegui subir e me equilibrar segurando o portão, me senti pisando no chão de tao duro que suas costas parecia. - Escala logo, não temos tempo. - Olhei apreensiva para a grade a cima de mim e fui subindo-a, próximo ao topo minhas maos já estavam doloridas.

- Não vou conseguir descer. - Murmurei, olhei pro chão abaixo de mim e uma pequena tontura me atingiu.

Impaciente Richard segurou a grade e pulou, alcançando o outro lado. Antes que eu pudesse protestar me puxou, pegando minha cintura pada amortecer a queda.

-Vamos.

- Pra onde, exatamente? - Perguntei antes que começássemos a correr novamente.

- O mais longe que você aguentar a correr.

Não Perguntei nada enquanto corríamos entre as ruas. Uma pessoa com razão não acompanharia aquela cara, eu não faria isso, com certeza. Mas havia realmente algo naquilo tudo, e eu queria e devia descobrir. De qualquer maneira, o que de pior poderia acontecer comigo?

- Respondendo sua pergunta, você pode morrer.

Meu coração acelerou, e não era por que estava correndo, nem mesmo pela palavra morte ter sido mencionada. Era por que eu não tinha falado o que estava pensando em voz alta, então somente significava uma coisa ... Ele estava lendo meus pensamentos.

AdeusWhere stories live. Discover now