02 | Capítulo Dois

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S o f i a

A tarde no shopping se passou mais rápido do que esperávamos e gostaríamos, e na volta pra casa Tom passou num mercado próximo e comprou algumas bobagens para lanche ou petiscos e coisas para fazer o jantar. Ele pagou tudo e eu paguei um pote de sorvete e barras de Twix.

- Como você come tanta porcaria e não engorda? - Perguntou, guardando as compras no banco de trás.

- Já disse, genética. Minha mãe foi muito generosa comigo nesse aspecto.

- Pelo que você me mostrou, não se parecem em nada.

- Oh, não. Atualmente não. Ela se encheu de plásticas, está totalmente diferente, mas era linda. - Disse, já caçando uma foto dela no meu celular.

- Jura? Eu lembro da sua mãe por algumas fotos que meu pai me mostrava, ela era mesmo linda. - Explica, se ajustando no banco.

- Vê? - Chamei sua atenção, mostrando uma foto nossa juntas. - Ela abriu uma marca de Botox e um monte de porcarias. Acha que vou fazer especialização pra cirurgia plástica.

- É muito bom saber que não.. Mas em que vai se especializar?

- Pediatria. Sou apaixonada por crianças. Infelizmente não tive nenhum irmão pra me dar sobrinhos, mas tive primos. - Respondi, olhando a estrada.

Nesse momento, Tom deu um sorriso amarelo e pareceu ficar tenso.. Não entendi muito bem sua reação, talvez apenas lembrou de algo, então preferi ignorar.

Ele continuou o caminho até a casa em silêncio. O céu numa mistura de rosado com cinza e o sol já se pondo era a nossa vista, em conjunto com as construções antigas de Londres. Não entendia muito bem o que essa cidade tinha com o clima. Mas o céu era quase sempre escuro e fechado e o tempo mudava constantemente, fazendo um misto de abafado e frio permanecer durante o dia todo. Mas era agradável. Nada como Nova Iorque, mas agradável.

- Thomas! Pensei que não voltaria nunca. - Uma mulher falou. Estava sentada na escada da frente, com aspecto cansado. Mesmo assim, abriu um sorriso ao ver meu.. tio.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou seco.

Thomas tinha que se tratar. As vezes era rude aos quatro ventos sem nem perceber.

- Vim te visitar, bombom.

Ok, agora eu vomitei.

A feição de Tom não foi muito diferente da minha, pude perceber de longe. Ele agora se aproximava da mulher, que lhe envolveu num abraço não recíproco. Ela deu uma breve olhada nele e depois pousou o olhar em mim, me avaliando.

- Tom, quem é ela?

- É uma amiga. - Explica por alto, com uma cara péssima. - Eu disse que quando quisesse você aqui, iria te ligar, certo?

- É, mas você não ligou há um tempo... - Ela respondeu e logo pareceu raciocinar. Eu queria rir, queria muito, mas não iria. Essa aí podia muito fácil me descer a porrada. - Ela é seu novo casinho? Resolveu me deixar, é isso? Ela já sabe das coisas que você faz, Thomas?

- Isabel, a gente não tem nada. Entende isso? - Thomas explicou, se referindo aos dois. Mas agora eu estava curiosa. O que você faz, Thomas? - Eu espero que entenda, ou vai ser difícil a convivência.

Eu não sabia o que aquilo significava, mas a mulher estremeceu, respirou fundo, olhando bem pra ele, como quem avaliava se ele estava brincando. Sem responder nada, ela puxou o capacete da moto e em segundos já estava acelerando pra longe.

𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 ꩜ tom hiddleston (✓)Where stories live. Discover now