Epílogo

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31/12/2099

Uma brisa muito fria começou a ecoar quando saímos do restaurante eu, Júlia e Victor. Estávamos prestes a ir ao local onde passaríamos a virada de século. Minha mãe e meu pai entraram no carro, os pais de Júlia e Victor concordaram que eles fossem conosco. Enquanto assistia todos entrarem, fui preenchido por uma incrível sensação de leveza. Um jovem casal entrou no restaurante, liberando uma onda de ar quente misturado com o aroma de produtos frescos. O aroma foi levado por uma brisa leve e rodopiou ao redor da minha cabeça. Aquilo me fez parar e lembrar de algo que Marlon me disse: a felicidade pode ser aqui na Terra,sim!

Peguei um punhado de folhas que estavam amontoadas ao lado do gramado do restaurante e observei enquanto eram levadas de minha mão pelo vento. Senti a frieza contra a pele morna e observei algumas folhas sendo arrastadas entre meus pés. Fechei os olhos e ouvi a música da brisa murmurando entre as árvores ali perto, pontuada pelo chilrear de alguns pássaros escondidos. Inspirei o ar frio de dezembro e fiquei perfeitamente imóvel, saboreando a sensação, o som e o cheiro do mundo ao meu redor com minha família e meus amigos, coisas que me passariam despercebidas se eu nunca tivesse conhecido Marlon.

Antes de pegar a estrada, pedi para parar no cemitério. Deixei na lápide um bilhete:

"Obrigado por tudo. O paraíso pode ser, sim, aqui na Terra. Eternas saudades. Do seu amigo e irmão, Ruan".

Seguimos estrada a fora.

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