Cinco meses depois.

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Sarah - Mais cinco meses se passaram e eu entrei em contato com a Hanna. Contei oque tinha acontecido e o porque de tudo aquilo. Ela ficou meio assustada com tantos segredos, mas tanto ela quanto John e Marvin, me deram muito apoio. Isso me ajudou a amenizar a dor que eu sentia.
Pra ocupar minha cabeça, ela me deu novamente o trabalho com o Marketing da boutique, que aliás estava bombando mais do que nunca. Então eu consigo trabalhar e me distrair.
Linda está com sete meses, fofa e esperta demais, sorri até para o vento.
O pai dela sempre me ajuda com tudo em relação a ela. Ele arrumou um emprego de meio período pra poder se ocupar também.
Abigail, uma empregada quase da minha idade, diria que a mesma de Guilherme. Se mostrou uma moça muito útil e amorosa, claro que eu ou Guilherme sempre tentavamos ajudar ao máximo. A casa é enorme pra ela dar conta sozinha, não fazemos mais que a obrigação.
Em relação a Stephen.....quando chega a noite eu não consigo tirar os pensamentos dele. John pediu a Marvin que me ajudasse a procurar algo, mas não encontrávamos nada, eles já haviam pedido pra eu parar de me martirizar e aceitar oque houve.
Mas eu não tinha coragem pra aceitar isso, acho que nunca teria, tudo ainda é muito recente.
Eu estou planejando voltar no mês que vem, pra poder contar a Maria, mas como já disse, a coragem me falta. Eu nunca consigo passar mais de duas noites sem chorar ao lembrar daquela cena.

Guilherme - Fazem cinco meses que Sarah entendeu que precisava se reerguer. Ela está se saindo muito bem, vem se mostrando uma mãe pra lá de maravilhosa.
Não deixa de lembrar do Stephen um dia se quer. Mas tem ocupado a cabeça, pra não pensar no que aconteceu o tempo todo. Ela sempre foi séria com tudo que faz e está cumprindo com suas obrigações perfeitamente.
Meus amigos não conseguiram informação nenhuma, apenas uma filmagem do aeroporto naquele dia.
A gente correndo e o cara nos seguindo por um tempo. Outro homem tirou o corpo de Stephen rápidamente de lá, quando os seguranças chegaram, não havia mais nada.
Meus colegas tentaram rastrear a placa do carro em que colocaram ele, mas era falsa. Então....ele tinha sumido do mapa, infelizmente.
A Linda está muito sapeca, esperta e sempre contente. Como arrumei um trabalho de meio período, fico com ela pela tarde, pra Sarah ficar livre e poder trabalhar online.
Abigail me ajuda bastante com a Linda. Falando em Abigail, já nos esbarramos e até nos beijamos algumas vezes. Ela é maravilhosa e esforçada, trabalha aqui pra ajudar o pai com a irmã mais nova. O jeito doce dela, me deixa mais apaixonado a cada dia, incluindo também o fato dela amar a minha filha.
O problema é que ela vive fugindo e se esquivando, ela é bem preservada e também tem receio da Sarah. Espero que uma hora ela acabe cedendo.
Maria fala com a gente quase todos os dias, a desculpa que inventamos para termos ficado bem mais que o planejado. Foi que Stephen arrumou um trabalho, num hospital publico carente daqui e isso exigia muito dele e também, que tínham encontrado um problema em nossos passaportes.
Eu mando mensagens tanto pra ela quanto para os pais de Stephen.
Mensagens trocadas eu respondo todas, já as ligações, eu não atendia nenhuma. Sarah e eu decidimos ir no próximo mês, pra contar para todos a verdade. Enquanto isso, ficamos aqui, tentando viver normalmente.

                               ***

No momento Sarah estava lá no escritório e eu cuidando da Linda. Já era tarde mas a pequena não dormia de jeito nenhum comigo.
Deixei Linda dentro do cercadinho no tapete felpudo da sala de estar e fui pra cozinha.
Abigail estava secando os pratos enquanto cantarolava distraída. Cheguei mais perto e fiquei por trás dela, apoiei o braço esquerdo no armário de cima e falei quase ao seu ouvido.
- Quer ajuda ? -.

Abigail - (Temos uma lista de pessoas que levaríamos
We have a list of people that we would take

Uma bala para eles
A bullet for them

Uma bala para você
A bullet for you

Uma bala para todos nesta sala
A bullet for everybody in this room)

Eu estava secando os pratos tranquilamente enquanto cantava um pedaço da música (Ride) de (Twenty one pilots). Quando ouvi a voz do Sr. Guilherme bem perto do meu ouvido, dei um pulo pelo susto e me virei ficando contra ele e a pia de mármore.
- Nã - Não.....precisa, eu....eu dou conta -.

Guilherme - Te assustei ? -.
Ela concordou sorrindo completamente nervosa.
- Me desculpa -.
Ela concordou novamente e então dei espaço.

Abigail - Ele se afastou sorrindo e eu pude voltar a respirar.
- A...Linda está bem ?. Ela dormiu Sr.Guilherme ? -.
Deixei o último prato no armário e me virei novamente pra ele.

Guilherme - Primeiramente....já conversamos sobre esse Sr. Guilherme. O Senhor está no céu, eu sou só o Guilherme, tá bom ?.
E sim, ela está bem, e não, ainda não dormiu -.

Abigail - Tudo bem....Me desculpe -.
Sorri. Eu até ia tentar sair, mas me prendi no olhar dele.
Deixei o pano de prato na mesa sem conseguir me concentrar em outra coisa.
- Eu....eu...a-acho que já vou -.

Sarah - Sinceramente ?. Acho melhor ficar aqui essa noite, o quarto dele é bem grande e graças a Deus, longe do meu... -.
Arrumei meu óculos no rosto e peguei uma garrafa de água na geladeira.

Abigail - Corei quando ouvi ela falar.
- Dona Sarah....me desculpe....não sabia que... -.
Arrumei meu uniforme e me afastei de Guilherme.

Sarah - Sem Dona, por favor.
Para de graça Abigail, tô sentindo a tensão sexual de vocês dois, daqui -.
Me encostei no balcão e ela ficou ainda mais vermelha.
- Abigail, temos quase a mesma idade, eu sou até mais nova.
E já te disse, não me veja como uma patroa autoritária ou mandona, me veja como sua amiga. Eu nem sei como ser patroa de alguém.... -.

Abigail - É que quando vim pra cá, fui instruída a ser o mais formal e obediente possivel. Se não, eu perderia meu emprego, eu preciso muito dele, eu ganho bem aqui -.

Sarah - Quanto ao seu emprego....te asseguro, que ninguém vai te despedir, entendeu ?. Fica tranquila !, sei que ajuda seu pai e sua irmãzinha, então não se preocupe.
Como eu já disse, se quiser passar essa noite por aqui, fique a vontade. Já está muito tarde, tem quartos vazios e tenho certeza que Guilherme adoraria, não é mesmo ?. Ah, outra coisa, se for por minha causa que se prende tanto com ele, relaxa tá ?. Só não quero nada explícito na frente da neném -.
Fiz rápidamente uma mamadeira para a Linda.

Guilherme - Balancei a cabeça concordando e Abigail me olhou por cima do ombro, deixando um sorriso envergonhado escapar e também concordou.

Sarah - Bom....Já vou indo, tenho que colocar a minha mocinha pra dormir. Boa noite, usem camisinha -.
Dei risada e sai da cozinha com minha garrafa d'água e a mamadeira nas mãos. Passei pela sala e peguei aquela coisinha gostosa que gritou gargalhando quando a tirei do tapete.
- Vamos dormir, meu amor ? -.

Linda -  Mi mi  ? -.

Sarah - Isso aí !. Só espero que a senhorita não demore hoje, em, mamãe está cansada -.
Terminei de subir os degraus da espaçosa escada da sala e entrei no meu quarto.
Deitei ela na cama e verifiquei se a fralda estava limpa, coloquei o pijaminha de calor dela e me deitei também.
Dei a mamadeira e depois ela veio toda manhosa pedindo o tete que tanto ama. Levantei minha blusa e arrumei meu sutiã, ela abocanhou meu seio com vontade e logo fechou os olhinhos, aos poucos adormeceu como uma verdadeira princesinha. Fiz carinho nela por um bom tempo e depois me levantei para me trocar.
Coloquei um baby doll simples e apaguei a luz, já me deitando novamente.
Como de costume agradeci por mais uma dia que passou e levei meu último pensamento em Stephen, suspirei começado a lembrar do dia que discutimos por causa dos nomes que queríamos colocar em Linda. Pra não ficar pior, paramos por ali, decidindo que escolheriamos depois do nascimento, um que combinasse com ela.
Sorri e peguei no sono.

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