• 𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 18 •

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Bianca

Já tava encostada na parede bebendo um copo de energético a mais de meia hora, não é que só baile esteja caído não, tem nada ver, a animação do povo tá até foda demais, eu que tô sem ânimo como de custo, curtir um pouco com a Larissa porque ela tava comigo, mais aí eu fico sozinha e sei lá, fico meio depressiva não sei explicar.

Então eu decidi ir embora, não tava mais aguentando beber álcool, tô quase vomitando, e a barriga tá vazia ainda, mó fome caralho. Peguei meu celular pra ver as hora e tava marcando 2h30 da manhã, já aproveitei é mandei mensagem pra Larissa, disse só que tava indo e guardei o celular no bolso de novo.

Deixei o copo em qualquer lugar ali e comecei a andar pelo canto mais afastado daquele tanto de pessoas, cruzei o braço embaixo do peito e passei por eles, cheguei até a respirar direito depois que eu consegui sair daquela aglomeração.

Adoro fervo, amo uma festa, mais que sufoca a gente, sufoca.

Comecei a andar sem pressa olhando pra frente, tinha várias pessoas na rua, rio de janeiro, no sábado, colorzinho desse, o povo vai tá dormir? Vai nada.

Entrei em um beco pra corda caminho e desci as escadas indo pra rua de baixo, ali sim tava tudo escuro, não tinha ninguém, deu até um arrepio, misericórdia! Mais segui na minha, na mesma postura.

Escutei um motor de carro e sabe quando teu coração da aquela acelerada e tu fica sem ar por um segundo? Então, nem olhei pra trás, sai correndo pique dona Maria quando escuta gritaria na rua, já vai pra janela pra saber a fofoca. Comecei a escutar uma buzina do mesmo carro e olhei pra trás, reconheci o carro e parei de correr.

Naty: Tá maluca porra - ela parou do meu lado e eu colei a mão no coração, meu Deus, que vergonha - saiu correndo do nada Bianca, parece loca garota.

Bia: Tu me assustou porra, tava tudo escuro, não vi nem mosca voando Naty, corri mesmo - ela nego com a cabeça.

Naty: Eu nem fiz nada - passei a mão no meu cabelo, mais calma já - tá vindo do baile né porra, entra aí - pensei por dois segundos, dei a volta no carro e entrei no banco do lado dela, o carro tinha um cheiro do caralho dela, não duvido nada que ela espira um pouco de perfume aqui  - aí tá com fome?

Bia: Até que tô, não comi nada só bebi - ela concordou, deitei um pouco a minha cabeça no banco e cruzei as pernas, o espaço deu certinho pra mim fica avontade.

Naty: Bora li no bar então, eu pago uma parada pra nois comer - só concordei com a cabeça, segurei minha boca pra não falar sim rapidinho, a mulher ia achar que eu passo fome, mais é sempre assim, nunca neguei comida, ainda mais quando tão pegando.

Ela parou o carro pertinho da onde a gente tava, no bar tinha algumas pessoas, eu desci arrumando minha saia, fechei a porta com todo cuido, não sei porque mais eu não sei fechar porta de carro, ou eu  bato muito forte ou eu só do um empurraram e ela não fecha, da raiva.

A gente entro no bar e fomos até o balcão.

Naty: Tu vai querer o que? - pensei um pouco comigo.

Bia: Eu quero um X- tudo, e aquele pastel especial que vem tudo também - falei com o homem que tava atendendo a gente, nem olhei pra Naty, só escutei o caralho baixo que ela falou.

Naty: Manda dois X- tudo pra mim pô, e uma coca - o homem concordou e eu comecei a olhar pras minhas unhas - fala tu pô, gosto de silêncio não.

Bia: Fala o que? - olhei pra ela e ela olhou pra mim, fico impressionada com a beleza dessa mulher, morena com cabelinho na régua é foda viu? As tatuagens mata demais, não é quer fala nada não sabe.

Naty: Tu tem quantos anos, carinha de 19 pô - dei um sorrisinho.

Bia: Tenho 20 - ela concordou, o moço trouxe dois copos pra gente e a garrafa de coca, ela colocou um copo pra ela e um pra mim - e você? Tem cara de 20 também.

Naty: 25 já pô - arregalhei levemente os olhos. Nossa, 25 Anos com essa carinha? Mentira! - tu não é cria daqui não né?

Bia: Não, passei por algumas coisas pra chegar aqui, conheci a Jô e ela me deu essa emprego aí - ela concordou.

Naty: Tô ligado, conheço aquele mulher, desculpa falai aí, mais ela sabe fácinho como usar as palavras com outra pessoas saco? Se pá tu tava passando por mó barra e ela viu isso aí, uso contra tu e ganha mais uma mina pra ela ganhar dinheiro encima.

Bia: Antes eu não tinha essa visão sabe, mais depois que eu comecei a saca e eu vi que é exatamente isso, mais agora já foi né, eu não tenho muito o que fazer - ela concordou, nosso Lanche chegou e eu peguei o pastel primeiro.

Naty: Namoral, tu come em? - dei risada colocando a mão na boca pra não fazer feio, ela negou com a cabeça e começou a comer.

Bia: Tu me deixa mó sem graça sabia? - ela me olhou com o olho pequeno.

Naty: Porque porra?

Bia: Tu é sempre séria, não dá um sorrisinho - ela nego tomando um gole da coca, eu tomei um gole do meu copo também.

Naty: Sou assim mesmo, desde de pequena, geral não ia com a minha cara por isso aí, eu tava pouco me fudendo tá ligada? - concordei.

Bia: Tão tudo bem, se é uma coisa sua né? Eu já tava achando que eu era sem graça - ela negou e mordeu mais um pedaço do lanche.

Naty: Não é não porra - a gente continuo comendo e conversar, eu só matei minha fome depois do último pedaço do X- tudo, ela também.

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Pique bandida - 𝔏𝔢𝔰𝔟𝔦𝔠𝔞𝔰Where stories live. Discover now