Capítulo 03 - Sempre onde você estiver.

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Pov Geral

Hermione conheceu Olívio Wood em seu terceiro ano de faculdade. Não foi bem amor a primeira vista. Não houveram faíscas, ela não sentiu um frio na quando ele a beijou a primeira vez. Na verdade foi mais uma constatação de que eles eram certos um pro outro.

Ela se lembrava bem do dia em que Rony havia a levado até a biblioteca à noite e disse que não poderia ficar aquela noite. Mas que voltaria para buscá-la na hora que ela ligasse.
Ela acabou adormecendo em cima dos livros quando sentiu alguém cutucá-la para avisar que a biblioteca iria fechar. Ela agradeceu se sentindo idiota por ter adormecido em público, mas Woody havia sido muito gentil aquela noite até a levou até o dormitório aquela noite. Mas foi apenas na terceira noite que ele a acompanhou até em casa que ele a chamou para sair. Ela não sabe o momento exato em que ficou apaixonada por ele, mas aconteceu. Para Hermione não era o tipo de história de amor que ela estava acostumada a ler... Mas parecia certo no momento.

Bom... Pelo menos há um tempo atrás.

Hermione tinha vinte e quatro anos, estava no auge de sua saúde e forma física, tendo um relacionamento sério com um cara que ela amava.

Porém sua vida sexual era uma droga.
Mas nem sempre fora assim. Hermione havia perdido sua virgindade com seu primeiro namorado durante o ensino médio, eles namoraram uns três meses, e depois terminaram sem ressentimentos. Ela também ficou com um amigo de Ron durante uma festa no segundo ano de faculdade, mas não deu em nada.
Então... Ela e Oliver ficaram juntos.

O aspecto físico do relacionamento avançou de forma lenta, nenhum dos dois queria estragar a coisa legal que tinham com sexo e quando aconteceu foi ok. Mas pelo menos ocorria com frequência. Só que faziam três meses que ela e Wood não compartilhavam de nenhuma intimidade, e ela até entendia, talvez por causa do trabalho e o mestrado de Woody. Hermione não era nenhuma ninfomaníaca, mas até ela sabia que não era normal um casal ficar tanto tempo sem transar. Mas eles estavam transando menos agora que no começo do namoro quando eles combinaram em não fazer nada por um tempo. Era humilhante.
Mas ela tinha um plano e aquilo iria mudar aquela noite.

oOo

Hermione se olhou no espelho e ela teve que admitir que estava muito bonita. O vestido preto caiu muito bem em seu corpo, e a maquiagem realçava muito bem seus pontos fortes, felizmente ela havia conseguido domar seus cachos, ela até estava usando lentes de contato que ela odiava. Sem contar a lingerie cara que ela havia comprado e na época havia estourado seu orçamento mais era de renda preta e tinha valorizado muito seu corpo e estava a muito tempo guardada na gaveta. Não mais, ela finalmente iria usá-la.

Antes de sair de casa ela tinha mania de avisar Ron caso fosse dormir fora, para o caso dela não precisar se preocupar com Rony saindo de casa no meio da noite armado para defender a honra dela.

— Ron? Você está ai? — Ela pergunta depois de bater na porta e não ouvir nenhuma resposta do lado de fora.

Ela bateu novamente e como ele não responde, ela deduziu que ele já havia saído para o restaurante.

Ela escreveu um bilhete avisando que sairia e enfatizou que ele não usasse a cama dela quando voltasse da farra de madrugada caso ele ainda fosse. Rony nunca havia usado, mas era sempre bom lembrar.

Ela saiu e apesar de Olívio morar num prédio perto de onde eles moravam, ela estava de salto então ir de carro era mais prático, ela conseguiu estacionar bem em frente ao prédio dele. Hermione sabia que Olívio estaria em casa, por que a noite era quando ele estudava, já que tinha aulas de manhã e a tarde. Quando tocou o interfone o porteiro apareceu na guarita.

— Boa noite Srta. Granger. — Disse um senhor já de idade devidamente uniformizado.

— Oi, Sr. Thompson. Quanto tempo. — Hermione responde, o porteiro do prédio de Woody era o mesmo desde sempre, então era comum que ele já a conhecesse.

— Muito tempo mesmo. Mas fico feliz em vê-la por aqui. — Ele disse.

Hermione estranha por ele não liberar a porta, logo ao vê-la. Como ele sempre fazia.

— Posso subir? — Ela pergunta.


O porteiro hesitou por um momento, o que chega a ser desconfortável para ambos. De repente Hermione se vê em pânico. Ela não poderia subir? Mas então o senhor muda sua expressão para a mesma de antes.

— Claro. — Ele diz e então libera a passagem.
Quando o elevador se fecha Hermione respira fundo. O trajeto até o sexto andar nunca foi tão longo, várias coisas começaram a passar pela cabeça de Hermione, e mesmo que ela tentasse ignorar ela não consegue. Quando a porta se abre, ela caminha até o apartamento dele e bate na porta hesitante.

Hermione respirou aliviada quando ele abriu a porta, ele não demonstrou muita emoção ao vê-la. Ela deveria ter se arrumado mais? Hermione pensou. Geralmente ele parecia mais alegre e não tão surpreso ao vê-la parada em sua porta.

Seu celular apita e só então ele parece assimilar a presença dela na porta.

— Hey! — Ele diz sorrindo.

A expressão de Hermione cai e então ele a abraça meio de lado, de um jeito estranho.
Ela se inclina um pouco para tentar beijá-lo, mas ele se afasta antes.

Ela tentou não surtar com o fato de que ele não a vê a uma semana e não a beijou. Sua confiança foi completamente abalada com isso.

— Eu não sabia que você vinha. — Ele diz meio que parecendo uma advertência.
Hermione observa o apartamento enquanto ele bate a porta atrás dela.

— Desculpa, eu devia ter avisado. — Ela diz, esperando que ele diga que não tem problema, que ele está feliz em vê-la. Mas ele apenas dá de ombros e começa a se caminhar até a sala, onde ele devia estar estudando.
Hermione sentiu um bolo se formar em sua garganta, e sua vista é nublada pelas lágrimas se formando em seus olhos.

Ela respira fundo e ele nem percebe, é como se ela não estivesse lá.

Nada que Oliver faz, demonstra que ele queria que ela estivesse lá, ela vai onde ele está sentado, e pensa em se juntar a ele, mas ela sabe que se não perguntar a situação vai piorar.

—O que está acontecendo? — Ela pergunta com a voz esganiçada.

Ele tira a atenção do livro que estava lendo e olha para ela.

— Como assim? — Ele pergunta.

— Por favor, sem joguinhos. — Ela pede.
Ele assente, seus ombros baixam um pouco quando ele se ajeita no sofá, ele põe as mãos no joelho e olha para o chão.

Hermione engole em seco. Ela conhecia aquela expressão. Ele iria terminar com ela.

— Eu deveria ter dito antes... — Seu tom de voz é mais baixo que o normal.

— Dito o que? — Ela pergunta.

— É... Que, eu não estou mais no clima. — Ele diz olhando nos olhos dela. — Já tem um tempo.

Olívio não diz mais nada por enquanto, Hermione inconscientemente enxuga a lágrima que cai em sua bochecha, ela sente uma dor excruciante no peito e um misto de humilhação com vergonha, sem contar a culpa.

— Você quer terminar então? — Ela diz com a voz embargada.

Ele acena com a cabeça. — Me dei conta disso no final do verão. A gente é bem jovem né? Você foi à primeira namorada séria que tive, como vou saber que é a coisa certa a se fazer?

Ela se fez a mesma pergunta. Mas a raiva lhe impede de raciocinar direito.

Ele ergue a mão para tocar seu braço, mas ela tira, a essa altura ela já não consegue mais segurar as lágrimas.

— V-Você... Tem outra pessoa? — Ela pergunta com a voz embargada.

— Não. — Ele se apressa em dizer. — Quer dizer tem uma garota no mestrado que chamou minha atenção, mas nunca aconteceu nada Mione. Eu jamais trairia você.

Mesmo que ele tivesse afirmado que não tinha a traído, ela só conseguia ouvir que outra mulher havia chamado a atenção dele. Era como uma facada no peito.

— Eu não quero me afastar de você. Eu só acho que a gente deveria dar um tempo. — Ele continua.

Hermione pisca várias vezes tentando conter as lágrimas. Que idiota, ela pensa então levanta e se afasta.

— Um tempo pra quê? Pra você tentar a sorte e voltar pra mim caso se arrependa? — Ele a encara e Hermione percebe que seus olhos estão um pouco marejados, mas isso nem a comove.

— Eu estou me sentindo um filho da puta. — Ele diz.

— É por que você é um. — Hermione se escuta dizer e toma o caminho da porta, sofrendo para abrir a maçaneta. — Eu não vou ficar esperando por você. — Ela consegue dizer.

— Não, quero que você faça isso, eu quero que você seja feliz, eu só não sei se sou o cara certo...

Hermione bate a porta antes que ele termine.

Tropeçando em seus saltos ela chega até o elevador e começa a apertar os botões freneticamente para descer. Ela só queria sair dali, mas seu ego ainda espera que ele vá atrás dela e diga que não quer terminar, mas a porta do elevador se abre e nem sinal de Oliver Wood. Ela olha pra trás e a porta de seu apartamento continua fechada. Hermione solta um soluço e entra.

Era oficial.

Ela não conseguia atravessar o saguão rápido. Por causa dos saltos e também por que o Sr Thompson a estava encarando com uma expressão preocupada no rosto.

— Senhorita Granger. — Ele chama.

Mas ela deu apenas um aceno e saiu. No momento que Hermione saiu do prédio as grossas lágrimas se intensificam, ela havia sido chutada. E foi muito pior que qualquer outro término por que ele havia deixado claro que não a amava mais e era isso. Ela caminha até o carro abre a porta senta e apóia a cabeça no volante. Ela precisava engolir o choro e ir pra casa.

Ela deveria erguer a cabeça...

Ela tenta segurar o choro, mas obviamente não consegue há uma hora atrás ela havia vestido uma lingerie maravilhosa, há uma hora atrás ela estava feliz, e há uma horas ela tinha um namorado. Ela estava completamente sem rumo, não sabia pra onde ir e as lágrimas não paravam de cair.

Ela ficou um tempo no carro tentando se recompor antes de começar a dirigir, e bem quando ela consegue voltar a enxergar sem lágrimas seu celular vibra. Ela aperta bem os olhos para ver o nome brilhando na tela.

Era Oliver. A mensagem só dizia desculpa e nada mais. Nada de "Retiro o que eu disse" ou "Não quis te magoar". Apenas um pedido de desculpas. Foi o momento exato em que ela ligou o dane-se.

Hermione apagou a mensagem bufando de raiva. Quando ela tentou dirigir percebeu que suas mãos estão tremendo. Ela não estava em condições para isso.

Com a mãe tremula ela pegou o celular novamente, ela geralmente preferia mandar mensagens, mas tinha medo do celular cair dos seus dedos então vê o nome de Ron nos favoritos e disca.

Ele atende no terceiro toque.

— Mione oi... — E então ela começa a chorar de novo, copiosamente, por algum motivo ridículo.
— Mione? — O tom de voz de Ron fica mais agudo e ele parece preocupado.

Ela tenta respirar, mas só consegue o suficiente para falar. — Você pode vir me buscar?

— Sempre. Onde você estiver.

Just Friends ?Where stories live. Discover now