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Shivani Paliwal

No dia seguinte, quando chego ao escritório e entro na sala da minha chefe para buscar uns arquivos, suspiro ao me lembrar do que aconteceu ali na véspera. Quase não dormi.

Não paro de pensar no senhor Bailey e no que houve entre nós. Na noite anterior, ao chegar em casa, vi na televisão a reprise do jogo Alemanha-Itália. Que jogaço da Itália! Quero esfregar na cara desse sujeito pedante a eliminação de seu país.

Josh aparece e vamos juntos tomar café da manhã. Hina e Sofya se juntam a nós e conversamos animados, enquanto observo a entrada na expectativa de que Bailey, o chefão, o homem que me convidou para jantar e me deixou superexcitada, passe por aquela porta.

Mas isso não acontece. E eu fico decepcionada. Então, depois que acabamos o café, voltamos a nossas respectivas salas. Ao retornarmos, Josh vai ao departamento administrativo. Precisa resolver algo que o senhor Bailey lhe pediu no dia anterior.

Disposta a enfrentar um novo dia, ligo meu computador e em seguida meu telefone toca. É da recepção para avisar que um jovem com um buquê de flores está perguntando por mim. Flores?

Nervosa, me levanto da cadeira. Nunca ninguém me mandou flores e tenho certeza de quem foi: Bailey. Com o coração disparado, vejo as portas do elevador se abrirem, e um jovem com um boné vermelho e um lindo buquê confere a numeração das salas. Mas, ao se dar conta de que estou olhando para ele, aperta o passo.

— Por acaso você é a senhorita Paliwal? — pergunta ao chegar perto de mim.

Quero gritar: “Sim! Meu Deeeeeeus!” O buquê é espetacular. Lindas rosas amarelas. Amei! O jovem do boné vermelho me olha e, por fim, respondo “sim” à sua pergunta.

— Assine aqui e, por favor, entregue esse buquê à senhora Any Gabrielly.

Minha boca abre e não fecha mais. É pra minha chefe? Um balde de água fria. Meus breves segundos de felicidade por me considerar alguém especial se desfazem num piscar de olhos. Mas, sem querer deixar minha decepção transparecer, pego o buquê, olho para ele e quase choro. Seria tão bom se fosse para mim... Deixo o buquê sobre minha mesa e assino o papel que o rapaz estende na minha direção.

Depois que ele vai embora, levo as lindas flores à sala da minha chefe. Colocoas em cima da sua mesa e me viro para sair. Mas então sou dominada pela curiosidade, daí me viro de volta e procuro o cartão entre as flores. Eu o abro e leio: “Any, repetimos na próxima vez? Bailey May.”

(Ixi, será que vai rola alguma coisa entre a Any e o Bailey?)

Ler isso me deixa nervosa. Como assim “repetimos”? Fala sério! Parece propaganda de chocolate. “Repetimos?” Rapidamente deixo o cartão no seu devido lugar e saio da sala.

Meu humor agora está péssimo. Espero que ninguém me encha nas próximas horas ou vai pagar muito caro. Eu me conheço e sei que sou bem perversa quando fico chateada. Sem conseguir tirar da cabeça esse “repetimos?”, começo a digitar um relatório no computador, até que minha chefe aparece.

— Bom dia, Shivani. Entre na minha sala — diz sem olhar para mim.

Não! Agora não. Mas me levanto e a sigo. Quando entro e fecho a porta, ela vê o buquê de flores e o pega. Tira o cartão e eu a vejo sorrir. Que idiota! Meu pescoço está coçando! Malditas brotoejas.

Um Passo Atrás De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora