Capítulo 3.

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De: Leonardo Dias (leodias@abcmail.com.br)

Para: Duda Ferraz (dudaa_@abcmail.com.br)

Dia: 07 de Novembro de 2014

Assunto: Tentando sobreviver

Meu amor, estou tentando cada dia mais, não me sinto forte, preciso de você ao meu lado, mas você se foi, todos falam pra eu voltar a vida, encontrar a luz, mas isso não está funcionando, preciso de você para me ajudar.

Para sempre seu, Leo.

Definitivamente eu precisava tomar uma atitude!

Três semanas! Três sextas-feiras! Três mensagens! Três e-mails misteriosos! Três declarações de amor! Porque eu nunca recebi uma declaração dessas?

Passei todo o fim de semana pensando sobre o que aquelas mensagens queriam dizer, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Apesar de ter saído com a Juliana, Ana e Márcia no sábado a noite, não falei nada para elas, eu não sabia nem como abordaria o tema. Curtimos a noite como sempre muitos drinks em um barzinho na Vila Madalena. Eu amava esse lugar, me sentia livre, leve e solta.

Mas droga eu era uma mulher – bastante falante por sinal – e isso estava me matando, guardar segredos definitivamente não eram meu forte. Não me olhe assim, qual é? Eu não sou baú! Então fiz algo que a nunca tinha feito antes, acordei bem cedo e fui para o escritório, só havia uma pessoa que eu poderia conversar.

Eu estava ficando impaciente quando a porta do escritório abriu e um homem de terno e cabelos espetados entrou, ele estava com um jornal em uma mão e um copo do Starbucks na outra, bem típico dele.

“Farooooofa!” gritei pegando-o de surpresa, ele deixou cair o jornal no chão e o café quase tomou o mesmo caminho, eu disse quase porque ele se atrapalhou tanto ao tentar pegar o copo que o café derramou na sua camisa, merda.

“Droga, Maria Eduarda! Quantas vezes te pedi pra não me chamar por esse apelido ridículo? Principalmente aqui no escritório?” De repente ele olhou em volta. “Que horas são?” ele perguntou confuso.

“Sete e meia, e por que você chega tão cedo ao trabalho? Quer dizer, esquece.”

 “Me diga que isso é algum tipo de universo paralelo em que você trabalha de verdade?” Revirei os olhos dramaticamente.

“Não enche, preciso falar a sós com você, e não é todo dia que chego atrasada.”

“Dez minutos, você tem dez minutos, e me deve uma camisa nova” ele disse e andou em direção a sala comigo no seu encalço.

“Você não pode simplesmente mandar lavar?”

“Não, agora vá, Duda, derrame.” Me joguei – literalmente – na cadeira dele, era extremamente confortável daqueles modelos de presidente.

“Por que você tem uma cadeira tão confortável?”

“Sou o chefe, Duda, agora fale o que você quer, deve ser muito importante, não são nem oito horas e você já está aqui.”

Comecei a girar na cadeira tentando achar as palavras corretas para falar enquanto ele tirava a camisa destruída pegando outra em um armário, como eu nunca soube desse armário? E quando foi que Farofa adquiriu tantos músculos? Certo, era uma bela visão que eu tinha ali e não estava me ajudando a raciocinar.

“Pare de girar, isso me deixa nervoso.” Ele parou a minha cadeira com as mãos olhando em meus olhos, varri meus pensamentos pecaminosos com meu melhor amigo sem camisa da mente e consegui falar.

Amor Real (Degustação)Where stories live. Discover now