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L I L I  R E I N H A R T

Penteei meus cabelos longos e escorridos.
Eles continuam tão lisos quanto antes.
Coloquei meus óculos. A minha camiseta cinza e de mangas longas é acompanhada por uma calça jeans justa.
O tênis All Star fecha a combinação normal e monótona que sempre faço para ir ao colégio. Nem mesmo passo um blush para dar um pouco de cor a minha pele pálida.

Desci as escadas e meu pai já estava no sofá com a xícara de café na mão e assistindo a um documentário sobre dependentes químicos. Suspirei frustrada e caminhei até a cozinha.
Peguei a caixa de cereal e o leite, despejando os dois em uma tigela.

ㅡ Já estou indo, pai. ㅡAvisei, me aproximando dele e aparecendo na sua frente.

ㅡ Indo? Para onde? ㅡPerguntou, sem desgrudar suas pupilas da TV. Rolei meus olhos.

ㅡ Para a escola. Primeiro dia de aula. ㅡO lembrei, pensando que iria olhar para mim e falar algumas palavras positivas.

ㅡ Ah, sim. Até mais tarde, então. ㅡMurmurou, tomando um gole do seu café. Fiquei alguns segundos ali, mas quando tudo permaneceu no silêncio e apenas a voz enjoenta do jornalista preenchia a sala, eu o dei as costas e saí de casa.

Ele está ficando realmente maluco. Obcecado.
E eu estou começando a ficar preocupada e assustada. Meu pai passa dia e noite, tentando entender ela.
Tentando compreender e arranjar uma solução. Mas é impossível.
É impossível a partir do momento em que ele quer ajudar, mas ela não quer ser ajudada.
Quando um não quer, dois não fazem.

Eu já desisti faz tempo.
Acredito que não devemos nos render tão facilmente, mas ás vezes essa é a melhor alternativa para que mantenha sua saúde mental em ordem.

ㅡ Lil, aqui docinho! ㅡCasey, meu melhor amigo gritou. Senti meu rosto esquentar com a atenção que ele atraiu para a mesa onde eu estava indo o encontrar. Como sempre ele é extremamente espalhafatoso.

ㅡ Casey, não precisa gritar, sabe? ㅡFalei sugestiva, sentando no banco e colocando a minha mochila na mesa. Ele revirou os olhos e cruzou as pernas.

ㅡ Eu grito sim. Eu gosto de gritar. Os incomodados que se retirem! ㅡAlfinetou em alto e bom som, tentei esconder meu rosto com as mãos.ㅡ Para de frescura, e presta atenção: Eu não aguento mais não ser convidado para as festas do ano. Como as das cheerleaders Madelaine e Camila. A dos jogadores de futebol americano... as dos fumantes... ㅡFiz careta.

ㅡ Qual a necessidade de ir à essas festas, Casey? E quem são os... fumantes?

ㅡ Fumantes, Lili. Os badboys. E qual a necessidade? Rá! Ter popularidade, docinho. Ter amigos, ser influente, beber, conseguir entradas Vips em baladas dos parentes dos nossos "futuros" amigos, ir à casas de verão deles...

ㅡ Isso é uma grande baboseira. Não faço questão dessas coisas. ㅡDeixei claro, descascando o resto de esmalte rosa nas minhas unhas.

ㅡ É? Mas vai conseguir isso ao meu lado. Não vou te deixar sozinha. Quero todas essas coisas, mas eu amo você, somos melhores amigos há muito tempo. Não é assim, só agradecer por tudo e ir embora. Claro que não. ㅡErgui meus olhos e engoli em seco.

ㅡ Sabe que não vou mudar meu jeito de se comportar.

ㅡ E quem disse que precisa mudar?

ㅡ Como assim, Casey? Olha para mim. Eu não uso mini-saias, não tenho seios siliconados e nem tento empiná-los, meu cabelo não tem volume algum, minha pele não é bronzeada, não uso maquiagem, mal mostro o meu corpo e sou hiper introvertida. É praticamente impossível algum desses grupos imbencis aceitarem minha presença.

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